30/06/2019
Aqui
estou em plena aventura nas terras europeias. De simples intenção de viagem
para o estudo da língua inglesa em Dublin,
o desejo e ambição de conhecer mais da história da humanidade me fez atrever e
chegar às cidades de Atenas e Roma. E realmente tem valido a pena
cada instante de descoberta. Na última hora o marido animou me fazer companhia.
Dublin. A
passagem por Dublin foi muito
importante para a desinibição linguística. Claro, continuo no inglês básico,
mas entendendo melhor através da escuta o acento característico da língua de
origem germânica anglo-saxônica. Apesar de que na Irlanda quando duas pessoas
estão conversando, se nativas, é muito difícil entender a primeira língua
irlandesa, o gaélico (originário do céltico). Mas eles facilmente mudam o
linguajar devido a proeminência de turistas e usam o inglês como segunda
língua. Outra observação interessante é a variedade de cafés por toda a cidade,
o que traz aconchego nos momentos em que frio, ventania e chuva aparecem.
Inclusive fomos a um delicioso café e serviam o ‘the
best coffee’, veja a foto...
A
cidade de Dublin é tão cosmopolita quanto Paris ou Nova York e me surpreendi ao
extremo por ver a quantidade de brasileiros migrados por lá, o que de certa
forma me salvou em determinados momentos, mas também me fez acomodar e entoar o
nosso português.
Ao chegar no hostel, ainda assustada me deparei com um
brasileiro que estava chegando para trabalhar e sem conhecer nada de inglês, a
não ser os conceitos básicos obtidos na escola pública. Ele tinha apenas um mês
para entender pelo menos o nível intermediário de inglês para a função que
seria designado. No hostel, éramos os únicos brasileiros, mas tinham
muitos latinos.
Estava
em pé num ônibus indo para uma visita ao Centro Cultural James Joyce e de
repente ouço o rapaz sentado à minha frente conversando em português no
celular, contando como estava sendo a saga dele e de colegas: alguns custavam conseguir a entonação e trabalho lingual e labial do “th” característico. Antes de descer conversei um pouco com ele e me
disse estar em Dublin há oito meses, muito novinho e enfrentando a batalha por
trabalho, disse sentir-se solitário, com saudade da família, mas foi a escolha
e não se arrependia. Os tempos estão duros para jovens brasileiros no Brasil
com a recessão brava explícita e o desemprego, muitos optaram por deixar o
país, às vezes, por trabalho inferior, mas ganho em euro. Não sei se boa opção,
já que o gasto também é em euro, mas quando se é jovem essas aventuras trazem
amadurecimento.
Dublin me surpreendeu ainda mais positivamente por outros
detalhes. Apesar da proximidade com a Inglaterra, os nativos não são tão
distantes e áridos para com o estrangeiro, apesar de que os novos tempos
europeus estão ficando mais duros quanto ao aspecto migratório. Mesmo assim,
alguns se atrevem a dizer que os preconceitos que vivenciam no estrangeiro são
menos expressivos do que quando viviam no Brasil.
Dublin é chamada a cidade europeia mais brasileira, dando menção ao
aspecto alegre e espontâneo do povo, são soltos, relaxados, apesar da
obediência às regras de convivência. A educação é fator nítido a simples olhar.
Longe do centro de Dublin, mas com a oferta do Tram, em poucos minutos e com razoável conforto chegávamos à cidade. Como é evoluída esta questão de transporte por aqui. É pena olhares de governantes do Brasil não atentarem para políticas públicas de
transporte, nossos metrôs não avançam e nem outras ofertas coerentes.
Estando
no centro de Dublin, a visita aos monumentos principais a pé.
E, como não poderia deixar de ser, encerrávamos no espaço designado Temple Bar, área dedicada a gastronomia
popular irlandesa e outras opções, sem faltar o bom chope gelado e canção
folclórica da terra. Astral delicioso do local, mas se vê a pobreza rodeando
também.
Também conhecemos a costa litorânea da cidade.
Do
clima de verão de Dublin, máximo de treze graus, nublado e com garoas, uso de roupas
duplas para aguentar o frio por quinze dias, para o escaldante calor de
Atenas, com trinta e dois graus. Lotada de europeus que buscam o clima festivo
para o período de férias.
Atenas. Atenas
é mesmo apaixonante. A cada monumento a gente se sente estremecer,
imaginando os sussurros da alma humana desde tempos antigos e sentindo a
energia oriunda em cada local. A comida grega, de origem mediterrânea, muito
saborosa. O hotel simples, mas posicionado em área privilegiada bem no centro
de Atenas, chamada de Plaka, valeu a
pena por possibilitar o turismo de andarilho, peregrinando a cada ruína e se encantando com a arqueologia das construções. Bastante interessante que a
água que se bebe em restaurantes normalmente não é cobrada, é grátis. Nesses
tempos neoliberais que se cobram por tudo, é uma agradável surpresa. Por
seis dias foi possível ver através de uma pequena janela a real imensidão dos
tempos gregos até a conquista da terra pelos romanos. Uma herança arqueológica deslumbrante.
Roma. Roma é emocionante, maravilhosa, sedutora, faz a gente amá-la para
sempre de tanta beleza indescritível por todos os lados, realmente a cidade eterna, diferentemente de Atenas
que tem mais ruínas e de tempos bem antigos. Roma também tem algumas antigas
mas que foram sendo preservadas por governantes. Também em Roma ficamos numa área mais central, Monti, num
hotel simples e foi possível fazer todos os passeios aos monumentos, inclusive ao Vaticano,
a pé. Caminhando em média de onze a doze quilômetros por dia/sete dias e
a história exposta aos olhares estupefatos de turistas. A comida é capítulo à
parte, pastas, pizzas, maravilhosas, e de sabor extraordinário. Muitos
bistrôs com preços amenos.
Como são diferentes os países de origem latina. Povo conversa alto,
expressa a emoção à flor da pele. Que nem a gente. Apenas duas coisas incomodaram em Roma, a primeira, a sirene de alerta usada para emergências hospitalares,
incêndio, polícia... extremamente forte e deixa uma tensão no ambiente, para dizer a verdade, dói os tímpanos. Será que nossas sirenes são
sentidas assim para o turista? A segunda foi ser passados para trás por alguns vendedores e motoristas de táxi (aumento de itinerário e cobrança além do combinado) no troco em euros, alguns viajantes tinham avisado que isso poderia acontecer em Roma.
Finalizando, não posso deixar de mencionar que necessitei da ajuda de alguns blogs bem maneiros para elaborar o roteiro e viajar bem em conta:
Finalizando, não posso deixar de mencionar que necessitei da ajuda de alguns blogs bem maneiros para elaborar o roteiro e viajar bem em conta:
* Publicado no horário europeu.