segunda-feira, 30 de dezembro de 2013

QUERER, PODER E SABER FAZER!

   
FELIZ ANO NOVO!

Finalmente consigo me sentar à frente do computer de novo. Dezembro finda e o ano vai-se como um "estalar de dedos", sempre tão rápido. Eu gosto desta forma de me referir ao tempo - que passa num vapt - vupt. Portanto, se não aproveitamos e não fizemos o que tinha que ser feito... ainda tem o para frente para os que estão VIVOS.

   A vida sempre permite novas chances de reformular planos, ações, metas e de tentar, tentar e ser tentado a fazer! Me lembrei de um hã... posso chamar de coaching que sempre diz que para se fazer uma coisa é necessário: QUERER FAZER; PODER FAZER E SABER FAZER.

   Conseguir apenas um dos três é questão incompleta e não se chega aos objetivos que se quer alcançar. 

   Querer fazer, faz parte do desejo, dos sonhos, dos projetos e impera a fantasia, mas já é começo, tem a chama da esperança...

   Poder fazer exige outras habilidades, exercício de poder, ter condições de alcançar o que se quer. Demanda reflexões para se conhecer as nossas fraquezas e as nossas qualidades necessárias às ações demandadas do querer fazer e  tem a chama da realidade, do pé no chão para avaliar possibilidades, traçar estratégias...

   Saber fazer é fundamental para finalmente alcançar os objetivos propostos no projeto de vida, nos sonhos, nos desejos, ancorados no poder fazer. Saber fazer tem a chama da técnica, do conhecimento do que se quer alcançar...

   Portanto, se você quiser, puder e souber fazer, os três estrelando em toda e qualquer meta, chegará ao pódio com conhecimento de causa e com preparo para os novos degraus da ambição saudável própria do ser humano que sempre hão de surgir. 

   Se ainda não existem as três coisas... é tratar de construir... enquanto estamos VIVOS!!!    

sexta-feira, 13 de dezembro de 2013

QUESTIONAR A SOLIDÃO

  

    Ontem uma pessoa me perguntou se eu já me senti sozinha, sem ninguém. Respondi que muitas vezes me sinto sozinha, mesmo convivendo com pessoas ao meu redor, pois o homem é um ser que tem esta necessidade - de estar só consigo mesmo.

   Rebateu, pois não gosta de ficar sozinha. Não consegue conceber duas pessoas que vivam juntas uma relação possam ser seres sozinhos. Eles não dialogam seus problemas? Não existem segredos se existem amor e diálogo. Então porque se sentem sozinhos? 

   Estar sozinho, ser solitário, solidão, estar só... diversos significados da vida do homem como ser que pensa e sente as dores existenciais.

   A solidão nem sempre é externada, nem sempre é externa, não é explicada. A solidão é sentida - como algo ruim ou acolhedor - depende em que estágio se encontra a pessoa. Na maioria das vezes, o sentimento de solidão que nos toma é advindo de resquícios vividos na infância, adolescência ou na idade adulta; em sua maioria num estágio de dependência do outro, onde se coloca a presença de um outro como fundamental.

   Este estágio de crescimento em que todos passamos por ele, que é a imaturidade - a necessidade do outro para a sobrevivência. E na evolução, vem a maturidade, a maioridade no sentido máximo da palavra, o homem saber-se o único responsável por si mesmo e ao aprendizado obtido pela vida em sociedade - ser sua responsabilidade a condição de ser feliz, sem ancorar, sem depender de um outro... como se diz popularmente "não precisar de moleta". 

   Está claro que isto não significa que uma pessoa que viva sozinha, seja uma pessoa solitária. Viver, habitar um lugar é diferente de ser, sentir. Viver sozinho muitas vezes é a opção feita através de uma escolha.

   Sem sombra de dúvida, neste mundo gestado à ansiedade, à correria, à multidão, o indivíduo pode perder seus padrões referenciais de importância e cada vez mais ser um individualista de plantão. Não é o caso que nos atenda - estamos a procura do sujeito. E o sujeito significa o engajamento do indivíduo ao social, fazer parte da sociedade em que habita; tantas são as coisas a serem feitas e uma multidão por aí que nem autômatos. Isso sim é triste...

   Interdependência - aprendizado que dignifica a relação com o outro. Neste estágio, cada um tem a sua singularidade, sua individualidade, mas compartilham um com o outro as suas experiências, enriquecendo as relações humanas, afetivas, sociais.   

quinta-feira, 12 de dezembro de 2013

REINVENTAR CAMINHOS

   

   Tá uma chuva que não para desde a tarde e com muita pancada. Isso não acontece só em BEAGÁ, mas por todo o sudeste do Brasil, muiiiita chuva! São Pedro parece que não quer dar moleza. Os sufocos e catástrofes já trazem bastante dores pela região.

   Bom, com esse tempinho... aproveito para contar sobre um filme que vi sábado. Quanto tempo não via um filme, não conseguia ficar sentada durante todo a rodagem, penso que ansiosa com os diversos afazeres que ando aprontando. O filme se chama "O Caminho", de Miguel Estevez, com o ator Martin Sheen. Ele, um médico que é surpreendido com a morte de seu único filho quando este começava a fazer o caminho de Santiago de Compostela, devido as fortes tempestades que abateram o local para onde seguia.

   O pai relembra flashbacks em que a figura do filho é a prioridade, focando suas desavenças por questões profissionais. Pai rígido e conservador, filho que procura mais ser do que ter. O filho quer vivenciar a liberdade e buscar encontrar-se através das viagens a que se permite. Confronta o pai exemplificando a vida que ele leva, relativamente pacata e sem aventuras e novidades.

   Essas lembranças fazem-no tomar a decisão de seguir o caminho, tentando cumprir a etapa onde o filho parou. Lá vai ele solitário, arredio às companhias, frio e distante ao contato mais afetivo das pessoas, sempre cauteloso. E no entremear das cenas vai se verificando a mudança do carrancudo para a leveza, da seriedade exacerbada para um sorriso que ainda mostra dificuldade em soltar-se. Na sequência vai caminhando e carimbando o passaporte pelos povoados simples e antigos da Espanha, cheios de história por cada canto. Viajar com ele é uma deliciosa aventura, o foi para mim que desconheço o roteiro.

   Ele consegue carimbar o passaporte completamente e o dedica ao filho. A partir daí sai para as andanças dos lugares que o filho sugeria. O final mostra que está no Marrocos. Aprendeu, a partir da perda do filho, a valorizar o olhar, os caminhos, as pessoas. Filme muito rico de significados. 

   Acabei de ler no blog da Fátima Fonseca um poema de Cecília Meireles onde ela diz que a vida, a vida, a vida, a vida só é possível reinventada. Penso que o filme quis transmitir essa poesia da Cecília Meireles. O pai descobriu um dos significados do viver a partir da morte do filho. E passou a reinventar seus caminhos (que antes eram bem monótonos e tradicionais). 

segunda-feira, 9 de dezembro de 2013

VALER A PENA!

   

   
   Depois de uns dias meio atabalhoados, eis que retomo mais empolgada (já contei que às vezes a baixa imunidade toma conta de mim...), com mais energia. Confesso, relaxei no mês passado com a alimentação e sinto o resultado no corpo. Eu já disse " o corpo fala"... é só escutá-lo, ele dá o alarme para quem sabe ouvi-lo; se não o sabemos, virão as consequências.

   Mas nada que uma boa aventura não se sobreponha. Uma nova aventura é sempre boa para manter a chama de transformação e mudança. Projetos de vida revigoram  o meu estar no mundo. O que mais me incomoda é rotina, mesmice, cotidiano sem novidades.

   Até achei legal uma frase de propaganda que vi ontem na TV (não lembro a fonte???), "Uma pessoa com muitos interesses, torna-se uma pessoa interessante." Não está ipsis literis o que eu ouvi, mas é isso na essência. Adorei a frase e realmente acredito. É muito triste quando vemos pessoas com pobreza de interesses, que não acompanham as novidades, as mudanças ao seu redor, não buscam novos interesses. Muitos  ficam só no repertório que costumo chamar de "papo de aranha", difícil de suportar por grande período de tempo.

   Nada como conversar com pessoas que olham a vida com o olhar do novo a cada dia, amam a arte e a cultura, e até mesmo a cansativa política nossa de cada dia! Faz uma diferença quando a gente se envolve pela vida que bate à nossa volta. Uma vivacidade que transmuta qualquer ânimo. 

   Creio que entendi o "carpe diem" do momento que estou - aposentada, por escolha e opção, mas não acomodada, continuando a exercer o papel de cidadã em trabalhos voluntários como psicóloga. Vou contar o que aconteceu há muitos anos. Fiz meu obituário nos anos 90 (lá eu disse que morri com 90 anos... hoje sei que isso é impossível), durante um curso de Projeto de Vida e lá coloquei que quando aposentasse desenvolveria trabalhos para a comunidade. 

   E hoje analiso que estes trabalhos são os que dignificam minha profissão. Eu vejo como é dura a vida das pessoas que dependem exclusivamente da saúde pública (por mais que veja técnicos se esforçando para dar o melhor de si), de como a pobreza e falta de educação contribuíram para histórias de vida tão sofridas. Pessoas desamparadas. E como o poder da escuta é capaz de transformar pessoas angustiadas  que se descobrem enquanto existência, buscando forças e desejo de ser melhor, dentro de suas possibilidades. É compensador! 

   Aí, as histórias se tornam ricas, mas de detalhes que visam o crescimento de si mesmo, o autoconhecimento, onde o aprendizado do gostar de si, o investimento em si faz descobrir o verdadeiro sujeito que ali está escondido, esperando uma oportunidade para surgir em sua inteireza. É magnífico! Isso vale a pena!

segunda-feira, 2 de dezembro de 2013

CONSTRUÇÃO DE SI MESMO POR SI MESMO


   Que sumiço me deu, hein? Rumei para outros ares... teares. É verdade, rumei para Floripa, a respirar a umidade do ar vindo do mar, que anda me resvalando desejos de paz, contemplação, calma aconchegante. Estava em outros escreveres pelo mundo, o do olhar.

   Voltei. A exuberância local de Floripa (nome carinhoso que se dá à cidade de Florianópolis/Santa Catarina) me toca fundo e restaura o fio condutor da vida que quero levar: dar tempo ao descanso em consonância com a vista sempre desnuda do amplo mar a descoberto em todo lado que se olhe; ao trabalho revigorado pela energização em ondas que não cessam de cantarolar em meus ouvidos; ao aconchegante estar com a família; ao contato com a natureza em seus primitivos fazeres. Ai... Quero morar em Floripa!

   Eu estou apaixonada com a cidade. Aqui estou eu a pensar projetos de vida. É tão bom ter projetos, né? É isso que move a gente à transformação. Lembrei que li um trecho no livro da filosofa Simone Weil, Opressão e Liberdade, que me fez pensar muito sobre os projetos. O trecho é um pouco longo, mas creio ser elucidador para aqueles que se interessem pela busca da mudança na vida. Eis, pág.111:

" ... O homem teria, então, em mãos sua própria sorte; ele forjaria a cada momento as condições de sua existência por um ato do pensamento. O simples desejo, é verdade, não o levaria a nada; ele não receberia nada gratuitamente; e mesmo as possibilidades de esforço eficaz seriam para ele estreitamente limitadas. Mas o próprio fato de nada poder obter sem ter posto em ação, para conquistá-lo, todas as potencialidades do pensamento e do corpo permitiria ao homem escapar para sempre da influência cega das paixões. (grifo nosso). Só uma visão clara do possível e do impossível, do fácil e do difícil, das dificuldades que separam o projeto da realização eficaz apaga os desejos insaciáveis e os temores vãos; daí e não de qualquer outro lugar procedem a temperança e a coragem, virtudes  sem as quais a vida não passa de um delírio vergonhoso... Nada se pode conceber de maior para o homem do que uma sorte que o confronte diretamente com a necessidade pura, sem que ele nada tenha a esperar senão a si mesmo, e tal que sua vida seja uma perpétua criação de si mesmo por si mesmo...

   Ela escreveu o texto em 1930 e permanece atual a questão da existência do homem e da mulher, onde cada um só pode contar consigo mesmo para desenvolver-se integralmente.

   Eu... continuo querendo morar em Floripa...