quinta-feira, 31 de janeiro de 2013

CAINDO NA REAL!


   

Eu dei uma sumida... Não pensem que são férias! É que ando meio destrambelhada com as minhas ideias de ano novo... mudanças!!!

   Pensar demais deixa a mente pesada, cheia. É verdade! Não estou conseguindo ficar em sintonia para a produção da escrita. Muita coisa para resolver neste começo de ano, decisões a tomar, o frio na barriga, o desafio do novo, os enfrentamentos do desconhecido... O cérebro fica funcionando que nem máquina de calcular... sem parar! É assim que eu estou!

   Bom, eu tô cheia de novidades para contar: tenho visto ótimos filmes: Paris Manhattan;  De pernas pro ar 2 (que me surpreendeu... entrei no cinema à caça de boas risadas, sem saber que era um filme nacional e ri tanto que meu marido ficou assustado... achando que eu tinha comido daqueles bolinhos vendidos em Amsterdã); revi Gran Torino com Clint Eastwood; documentários (vi o da Bethânia que adorei, de 2001 e hoje vi o documentário sobre a vida nas estepes do Cazaquistão, excelente, chamado Tulpan, 2008, do diretor Sergei Dvortsevoy).

  Também tinha querido escrever mais sobre o filme Um Divã para Dois, mas não achava tempo pra sentar e burilar sobre a história.

   Vamos ver se agora... que estou ficando mais leve, com os pensamentos mais concatenados, dou conta de contar as novidades do cotidiano. Até! 

   

quarta-feira, 9 de janeiro de 2013

MUDANÇA!

  
 Eu estava numa situação inusitada e a única opção seria filmes, eis que três me agradaram tão intensivamente em tantos aspectos, que analisei suas congruências e fiquei com vontade de repassar.

   O Exótico Hotel Marigold, no original The Best exotic Marigold Hotel, filme inglês de 2011.
O filme me trouxe mistos de tristeza e esperança, me fez chorar por sentir o que  alguns dos personagens sentem... e na realidade constatamos: o preconceito por ser velho e as agruras em situações-chaves que nos levam a refletir o quão pesado pode ser sentido esse momento e o quão leve também é possível.

   Trata-se da história de aposentados, homens e mulheres, que se aventuram numa viagem devido ao ofuscamento dado à propaganda (afinal é a alma do negócio!). E é por aí que a coisa acontece: o tal hotel não tinha nada do proposto, mas, às vezes, o inusitado, por beirar a aventuras dignas de nos manter acesos às mudanças, podem reacender possibilidades.

   O filme traz isto inscrito (mudança!) em todo o seu desenhar, até o final. Por mais que cresçamos, amadureçamos, envelheçamos, sabemos que a busca por mudança é o motor que não nos deixa obsoletos. Velhos sim, obsoletos não. Eu vi isto neste filme, o que me empolgou.

   Eu realmente não gosto muito de vida sem graça. E no filme isso não existe. Como não se surpreender com o povo indiano, lugar onde se passa toda a história? Não tem como. De pinga se descobre as particularidades de um povo que como qualquer outro no planeta, passa por transformações em sua cultura,  mesmo que os mais conservadores não o aceitem. A tal da globalização não permite mais "cada um no seu canto"... Vai transformando realidades... E diversas tradições ganham novos contornos. Aquele ator de "Quem quer ser um milionário?" atua na sua forma mais desastrada, mas sonhador, desejoso que seus projetos se tornem realidade, em semelhança ao pai.

   A estratégia é tornar o hotel habitável e agradável para que consiga dinheiro para sua reforma e "os velhinhos" vão contribuir para o alcance de tal propósito, e de quebra vão ganhar novas leituras sobre o seu futuro. Os atores são ótimos e aquela mulher viúva, com seus cabelos curtíssimos e grisalhos (ou melhor: brancos!) mostra a sua beleza madura (ela me fez lembrar uma colega que considero ficar mais bonita a cada ano).

   De outro ângulo fala da dor do outro, de não ser escutado, de não poder tomar decisão porque os filhos lhe querem impor a escolha definitiva, de lidar com a dor solitariamente, de não poder contar com ninguém, de ser sozinho neste mundo,  ... O lado reflexivo deste filme me tomou. Eu considero que o diretor, John Madden, atingiu o que desejou... que a esperança existe! 

   O segundo filme Um Divã Para Dois, o filme é atualíssimo, de 2012, americano, direção de David Frankel, com Meryl Streep, Tommy Lee Jones, Steve Carell como o terapeuta de casal que vai discutir as relações desestruturadas que levaram um homem e uma mulher, após mais de 30 anos de casados, a ter a vida monótona, sem um relacionamento de amor e companheirismo verdadeiros. Meryl Streep está divina, ela é aquela mulher em todas as suas nuances. Sua dor está presente por não aceitar o que está posto e vai em busca de novas chances... possibilidades... mudanças. E como fazer isso acontecer - diálogo!

   A Janela, de 2008, direção de Carlos Sorin, filme espanhol-argentino, traz a reflexão sobre a questão do envelhecimento e da morte, através de um homem de 80 anos que sabe que beira essa condição. Fraco, com as lembranças remotas a embaçar as atuais, ao mesmo tempo que embelezam sua história. Através da janela pode-se traduzir o momento, a sua imensidão, ou a sua prisão, a cor, o desfazimento da cor, a história a abrir-se e fechar-se janelas. Mudanças!

   Por aí pode-se constatar congruências, cabe a cada espectador a sua leitura!