sexta-feira, 29 de maio de 2015

AMOR CANINO

   

  

    "Tem dias que a gente se sente como quem partiu ou morreu"... eh, a frase do cantor Chico Buarque de Holanda também faz parte de momentos da vida. Bate aquela monotonia interior que riso algum esboça-se natural. Parece que o peso carregado é tão exacerbado que a energia existente parece ínfima. Pode acontecer dessa sensação aparecer sem motivo, noutras situações sabe-se codificar o que se trata.

   Desde ontem a noite eis a minha tradução do estar no mundo. Certa estranheza das emoções sorridentes, olhar no espelho e de cara se encontrar com alguém que não se parece com você. É horrível! Depois de Glória me ter salvo, recebi a triste notícia que nossa cadelinha poodle deu seu último suspiro. Os dez anos de convivência com a família aliada ao astral tranquilo e dócil, trouxe a dor da perda. É isso mesmo.

    E a tristeza se instalou na casa, os filhos, marido, todos com semblantes em luto. A estranha impressão de que está faltando algo. Nessas horas vem a mente não querer mais animal de estimação. É como se tivesse morrido uma pessoa da família, tamanho o vínculo instituído. É, ninguém quer sentir dor, e opta-se por soluções práticas. Mas não ter um animal de estimação é também triste. 

   Ser cachorro é dar carinho sem pedir nada em troca; é pular feliz às ordens do dono e estar presente em todos os cantos que o dono esteja. E além de tudo, trazer alegria no dia a dia da tão comum vida. Já é comprovado que o animal de estimação contribui para a saúde mental dos donos.

   Por enquanto, por aqui, só bate tristeza. 

quinta-feira, 28 de maio de 2015

A VIDA É COMUM!


    Fiquei olhando para a tela por longo tempo até que meus dedos iniciassem o trabalho da escrita. É que neste período de outono, em que novidade são apenas, tempo nublado e chuva por estes lados, a inspiração para quem aprecia as cores, a luminosidade, fica restrita a menor universo de assuntos.

   Pois é, então vamos lá! Quem sabe Glória pode me salvar, dar-me redenção por algum assunto. É um filme chileno e a atriz me cativou extremamente,talvez porque a idade se assemelhe e também os pontos de vista e atitudes da personagem se coadunam com a crítica que faço sobre relacionamento amoroso. 

   O filme Glória, 2013, do diretor Sebastián Lelio, traz a história de Glória, uma mulher de 58 anos, separada do marido há muitos anos e os filhos já vivendo fora de casa. Portanto, tendo independência e tempo livre para usufruir sua vida do jeito que preferir. E para manter longe a solidão costuma frequentar bailes, se divertindo na noite em encontros de terceira idade, drinques e sorrisos envoltos de tonalidade alcoólica. 

   Companhia interessante sempre aparece na mesma velocidade que desaparece. Não se poupa da diversão, vai para o salão e não se permite a tristeza. Até que um homem se interessa por seu jeito solto e expansivo e dão início a um relacionamento que começa a empolgá-la, algo que tinha desaparecido do seu rol.

   No decorrer a convivência vai mostrando um homem carente e sedento por um estilo mais vivaz, mas completamente preso a rituais e relacionamento anterior impregnado de sua dependência. Ex-mulher e filhas adultas, todas dependentes financeiramente e exigentes da figura paterna, do homem, dificultando que ele tenha abertura para se soltar e viver a própria vida.

   A intromissão das filhas e ex-esposa tiram Glória do sério e por vezes se vê tentada a deixar de lado aquele relacionamento em que o homem se mostra dividido e sem ímpetos de se libertar. Chega a um ponto de esgotamento em que Glória não dá mais conta de aceitar e rompe. Apesar de querer novos laços, o homem não dá conta de romper antigos roteiros que, no fundo, lhe dão segurança para a continuidade da vidinha tradicional a que se acostumou.

   Glória retoma sua vida sem novamente aceitar as desculpas daquele homem incapaz de mudança. E com a perspicácia que acumulou descobre que não necessita de um homem para estar de bem com a vida, precisa apenas de si mesma. O final mostra que a gente não pode depender do outro para a felicidade. Estar bem consigo mesma é o caminho fundamental!

   O filme dá a impressão que se move lentamente, sem grande expectativa, apenas flui, mas a vida não é assim?    

segunda-feira, 18 de maio de 2015

DIA A DIA DA SESSENTONA!

   

   Sexto dia do meu sexagésimo ano de vida! Chegou! Já estou vivendo dia após dia os meus sessenta... rsrsrs, para quando eu o for comemorar, ter vivido intensamente caaaada minuto  cada dia experimentando a maturidade ipsis literis ... chega a terceira idade!

   Sempre ouvi pessoas comentando como é difícil entrar nos sessenta. A debilidade já aflorando, as queixas da coluna a assombrar quando o excesso de peso se torna um pouco maior. Compras somente uma pequena quantidade por vez. E literalmente todos todos te chamando de "senhora".

   Assisti uma entrevista com o Ney Latorraca em que ele contou uma experiência semelhante. Estava todo serelepe andando no calçadão de Copacabana, se achando. Nesse dia estava com a aura positiva e radiante. De repente passa um ônibus com jovens e gritam "oh Zagalo!"... sentiu-se  murchar e todo o riso terminou em um engasgamento solitário, contido. Depois explicou que se acostumou aos diversos "oi Sr. ..." . É, cada um sente na pele a chegada estampada da maturidade e aqueles jovens ... apenas a curtir o instante, o lance da gozação.

   Não pensei que chegasse tão rápido... foi num zapt zupt... eis o sessenta. É muito engraçado porque quando ainda não tinha vinte, queria tê-lo para poder entrar em bares para maiores. Depois de tê-lo... a vida foi consumida em afazeres, obrigações, responsabilidades. Claro... foram vividos todos os dias, cada um por vez, mas a sensação desconfortante que tudo girou num minuto é nitidamente verdadeira.

   Falo sem dores, ou rancores. Coisa que mais faço questão é de ostentar a idade verdadeira. Nunca tive problema algum, como esconder a idade. Assumidamente o agora, em toda e qualquer idade.

   Hoje, apenas, ando meio "catimbada", uma gripe pegou-me de jeito e as dores no corpo me impulsionam a desistir de teclar. Desculpe-me, peço arrego! Deixa que outro dia conto os filmes interessantes que assisti!

   Vamos ao sétimo... 

    

sexta-feira, 1 de maio de 2015

ABRIL FECHA

   
Bruxa anda a solta!

   Eh gente, o abril fecha-se hoje hein!... já vamos para a quinta corrida do ano que se não prestarmos atenção voará ao bel prazer das loucuras do cotidiano. Voa passarinho, voa!

   E aproveitando que vem mais um feriado, sentei para relaxar um pouco. Nada de correria por hoje. Alguns minutos de violão e depois o jeito foi enfrentar o programa do leão, prestação obrigatória e aterradora para os contribuintes cada vez sendo mais abocanhados, principalmente os assalariados e classe média. A mordida é feia, como a recebida pelo repórter, dada por um cão da tropa de choque, por cobrir passeata de professores no Paraná ontem. Cruzes, estamos numa o quê? Democracia? Ai, Brasil! Isso é extrapolar mais que o leão do imposto de renda. Cruz credo... regressões a vista???? Só pedindo aos deuses misericórdia!

   Relembrei das nossas passeatas em Belo Horizonte e senti tremer a carne quando próxima a cães ameaçadores que guardavam o Palácio da Liberdade alguns anos atrás. Os trabalhadores do Paraná são bem aguerridos e estão de parabéns por lutar pelos direitos que só vão escasseando. Regressões a vista???? misericórdia!

   Apareceu abril e confusão arribou por diversas cidades do mundo: vulcão no Chile, terremotos no Nepal, Tibete, India, muitas tragédias a rodear. Quem sabe fechando vai dar a maio uma trégua. Aqui no Brasil estamos que nem tendo vulcão e terremoto a explodirem por todo o lado todo o tempo: corrupção, políticas fiscais que lesam os mais pobres, retirada de direitos trabalhistas, flexibilização trabalhista, ... que só vão prejudicando trabalhadores e uma presidente acuada entregando os pontos para privatizações, desonerações, flexibilizações... vocabulário extenso para cultuadores neoliberais. Regressões a vista???? misericórdia!

   Ia falar sobre os livros que ando lendo, Maíra, do Darcy Ribeiro e Crime e Castigo, do Dostoiévski, mas, pelo jeito não há clima. Além do que tais conteúdos não são nada flores... Preferível me recolher a maio... quem sabe bate a reflexão atenta!

   Ainda temos que esperar a meia noite!