segunda-feira, 29 de dezembro de 2014

TREM BOM É ESPERANÇA!

   
A natureza aqui é África!

   28 de dezembro. Enquanto a chuvinha cai por aqui, em Floripa, aposto que pelas terras de Beagá (Belo Horizonte-MG) estão a pedir pelo amor de Deus que ouse tombar... Estive por lá durante umas duas semanas... quanta tristeza! Secura e nada de São Pedro dar o ar da graça. Rezas continuam por lá.

   Mas até que de um jeito ou de outro Minas deu um jeito de ir pra além das geraes... a dupla sertaneja Danilo Reis e Rafael mostrou competência na última edição do The Voice Brasil. Não aguentei e por mais que não concorde com ligações telefônicas para tais situações... toda a família participou das votações. Valeu a pena, pois são lindas e novas vozes nos ares musicais.

   O tempo é de esperança... Foi o que me deu a entender após assistir uma programação no Canal Brasil, no Documentário sobre MAZZAROPI (1912-1981). O cineasta, ator, produtor e disseminador da cultura popular através de suas fitas cinematográficas, a história do interior (do campo), o questionamento social, e muito mais presente em suas deliciosas comédias. Provavelmente assisti todas. Os cinemas em Beagá ficavam com longas filas.

   Um dos comentaristas fez uma análise a respeito da proposta dos filmes de Mazzaropi, sempre terminavam com um final feliz. E disse que ele era um homem que corria atrás da esperança com a intenção de encontrar alguma coisa. Ao ouvir a palavra esperança fiquei atenta ao comentário. 

   Mais tarde ao assistir a TV Cultura, Repórter Eco, finalizaram o programa com um dito de Ariano Suassuna: "Os otimistas são uns bobos, os pessimistas uns chatos; bom mesmo é ser um realista esperançoso." Ah! Eu gostei tanto! Que segui no canal vendo As aves do paraíso, numa alusão aos belos pássaros da ilha ecológica de Nova Guiné fotografados e filmados por um fotógrafo japonês apaixonado por pássaros. Que magnífica a natureza e os belos passos da dança de sedução para a conquista da fêmea, como no caso do pássaro strapia (?? não tenho certeza se o nome é esse???) com seu enorme rabo de penas brancas e o corpo multicor, a depender de como se posiciona.

   Sei lá! Só sei que a palavra esperança sempre me ronda e com a chegada de novo ano, anda me espreitando em pensamento, em música, por todo o lado... Eh trem bom!!!! 

   

quinta-feira, 11 de dezembro de 2014

CIRCUNSTÂNCIAS

   

   Desde segunda feira eu pelejo (adoro esta palavra!), pelejando mesmo com outras preferências no caminho, e a escrita noutro plano. Também têm outros poréns... a idade faz que se fique mais lenta e o tempo de envolvimento numa tarefa parece se alonga. 

   Já estamos à porta... 2015! Como voa o tempo. Dias desses eu afoita com a mudança pra Floripa, agora já quase fazendo aniversário. Foi uma mudança planejada, mas ao mesmo tempo sentida como brusca... nova terra, diferentes necessidades, questionamentos diversos e de "pinga" complicações amorosas. Quem diria uma mudança poderia trazer até isso, brigas conjugais.

   Foi ano difícil no quesito. Transformações para todos os envolvidos e consequentemente isso mexe com todo um arcabouço que estava formado e acomodado numa zona de conforto. Bom, em que vai se desembocar... o tempo dirá!

   Qual casamento não tem crise. Uma vez assisti palestra do Flávio Gikovatte, disse que enquanto houver discussões e brigas é porque o amor ainda ronda... pra dizer a verdade já estou cansando da desculpa. Mas isso é algo que vai se refazendo e refazendo, remendando até onde possível... 

   Por outro lado andei em outra área, a fazer oficinas de literatura que me ampliaram a capacidade perceptiva e crítica - muito a trabalhar para melhorar textos. Nos dias 4 e 5 fiz oficina criativa no SESC com o escritor e poeta Manoel Ricardo de Lima e não tenho outra coisa a dizer que ótima. Aprendi questões conceituais da literatura, como procedimentos, anotações, circunstâncias, que tornaram para mim bons referenciais para a arte de produção de textos.

   O professor pontuou frases interessantes que fazem a gente refletir: "O ato de anotar ajuda a inventar"; "Sempre é possível mentir"; "A gente inventa pouco"; " O trabalho do escritor é descongelar o mundo"; "O corpo precisa mais de risco na hora de escrever"; "Que tipo de circulação no ato de escrever eu provoco"; Só pode produzir pensamento aquele que está em movimento"... e muito mais que não consegui anotar (de tão atenta!).

   Achei interessante a colocação dele sobre a escritora Elza Morante de que existem três tipos de personagens possíveis para se escrever:

   1) O calcanhar de Aquiles. Realidade viva, fresca, nova e absolutamente natural;

   2) Dom Quixote. A realidade não o satisfaz e lhe inspira repugnância, e ele procura salvação na ficção;

   3) Hamlet. Também a ele a realidade inspira a repugnância, mas não encontra salvação, e no final decide não ser.

   Colocou que já para Borges existe apenas o homem que sai de casa e o que volta para casa. Fiquei tomada por suas exemplificações. Olhar fixo!

   Citou diversos autores durante sua sessão mágica: Mário Faustino, Walter Benjamin, João Cabral de Melo Neto, Elza Morante, Jorge Luis Borges, Cesar Aira, Francisco Alvim, Franz Kafka, Guerard Aguir, Antônio Bandeira (pintor, brasileiro, viveu em Paris), Simone Cartaneo (poeta que morreu jovem - 1974-2009), Maria Gabriela Lhansol, José Assunción Silva, Augusto de Campos, Stela do Patrocínio, Agota Kristof, Silvina Rodrigues Lopes, Manoel Bandeira (considerado o poeta da circunstância), Paul Éluard, Orestes Barbosa (cantor), Carlito Azevedo, Felipe Nepomuceno, dentre outros... como ele disse "Ler é uma "lida""... bom trabalho a quem interessar...


   E finalmente, em plena madrugada de quarta feira consigo destrinchar... talvez porque à noite (de terça) assisti um show ao ar livre, no Palácio Cruz e Sousa, de Dança Circular, o que me deixou em harmonia pela deliciosa experiência. Gostei demais!   

segunda-feira, 1 de dezembro de 2014

AMOR E MÚSICA

   

   "Não existe amor sem música"... foi assim que o filme francês A Arte de Amar, de 2011, de Emmanuel Mouret me cativou completamente.

   Não dá para sequer imaginar o que seria da vida sem música... Já pensou então o amor... Eu como uma extrema romântica quanto ao assunto me envolvi, enfronhei-me na película deliciosa que se divertia à minha frente fazendo-me deliciar com as tomadas.


   Vão aparecendo os jogos, o disse me disse, o faz de conta que quer, mas não quer, ou quer? Confusos tropeços na arte da conquista que às vezes dá certo noutras completamente alopradas. Caímos em risos, todos os espectadores. Divertidíssima situação (não quando acontece com a gente, claro!).

   O diretor é muito feliz nas tomadas... como se assemelham à realidade, claro que o colorido que ele dá às situações, com sua irreverência torna o filme uma peça enigmática que não se sabe onde vai parar. Muito gostosa a sensação.

   O filme traz a referência do livro do poeta romano Ovídio, de mesmo nome. O seu manual A Arte de Amar traça as linhas da sedução através de conselhos aos amantes.

   Existe de tudo no filme: a amiga que aceita emprestar o namorado para uma amiga que não faz sexo há muito tempo (sonho? realidade?); outra situação entre uma mulher e um homem que se passa no escuro, porque na realidade não é a mesma mulher com quem armou o encontro. E o sexo entre eles é muito bom, consequentemente, repetem por bom tempo, até a descoberta.

   Dentre as tremendas confusões o que se vê são os sonhos, os desejos, os fantasmas com relação ao sexo fazerem que as relações amorosas tomem caminhos inusitados. Deliciosa comédia amorosa!