segunda-feira, 31 de dezembro de 2012

VOO LIBERTÁRIO EM 2013!


   
O sol entra faiscando pela janela, com brilho quente e iluminado. Os desenhos do céu, em brancas nuvens, emolduram a paisagem à frente. O avião risca o céu. Algumas aves, pombos teimosos nos telhados ou em ariscos voos. Isso foi de dia, quando eu andava poética, se se pode dizer assim.

   Agora, é noite, nada mais de poesia, nem poemas, apenas constatações de que o ano expirou... Falta apenas mais um dia para que vejamos o voo do pássaro, em seu último voo... rumo a 2013, envolto em todos os sentidos que se queira dar:  escolha os seus!

   Sinceramente torço para que os voos sejam libertários, que inspirem um amanhã renovador, cheio de graça (isso mesmo, a graça divina!), pois ela há de existir dentro de cada um em seu mais espetacular desejo.

   Crer que o outro dia seja divinizado, com alternativas alvissareiras... Um querer poderoso que guarda(?) ou mostra(?) diante de si todo o espectro dos sonhos. Todos os sentidos podem ser queridos... Escolha os seus!

   Falei mentira... Ainda quero continuar na poesia, um eu pensado, realizado, feito de palavras, construído neste texto para fazer-se SEU... Com leituras possíveis... O sentido diverso! Seja o sujeito construtor de seu próprio sentido. É o que desejo e asseguro, seu construto impulsionador para o ano que se inicia!

   Acreditar em si mesmo, em todos os seus meandros!!! Um 2013 fervilhante de empreitadas!!! 
   

   

terça-feira, 25 de dezembro de 2012

MENSAGEM

  
 A contagem regressiva já começou, hein gente! Todo mundo no alvoroço com as festas de final de ano, na correria para conseguir preços em conta nos presentes dos amigos e família; outros no preparo para o descanso merecido depois da jornada de 2012; que continua aí firme e forte, apesar das previsões de fim do mundo.

   Teve de tudo um pouco com relação ao FIM DO MUNDO que continua ileso e com suas mazelas conhecidas de todos nós. O negócio é o desejar que cada um faça a sua parte para amenizar as muitas dores e produzir melhores amores.

   Uma pausa para a celebração que ninguém é de ferro, mas sem a ilusão do tudo perfeito. Tempo para o brinde em torno dos amigos e se possível, ao redor da família, numa construção baseada na solidariedade.

   Muita luz, como as da noite em Paris, iluminada e magnificamente intensa, vozes entoando canções de natal e harmonia ao redor. Saúde, paz, amor, ingredientes necessários para os passos adiante... !!!

   Risadas boas... gostosas, dando leveza ao tiquinho de tempo que sobra deste ano e numa receita usual para o 2013 - Sorrisos constantes que tornam o rosto leve e jovial.

   Projetos, muitos projetos, que tomem todo o seu tempo e afugentem a ociosidade, o não-fazer.

   Beijos e queijos (meu professor gosta de dizer!) e eu o parafraseio agora. Abraços e laços! 

   

quinta-feira, 20 de dezembro de 2012

VIVER BEM TODAS AS IDADES



 Fiquei ao tempo da reflexão, com umas falas do Flávio Gikovate e da Fernanda Montenegro, enquanto aguardava atendimento (Revista Caras). Ele na reflexão da contemporaneidade, de como a criatura, homem e mulher, vem se conformando às mudanças nas relações, o uso da rede no culto à celebridade, que aos comuns também acena como objetivo de vida e culto à inveja. Depois, pontua de forma didática o ser, no vasto desejo de um outro amanhã.

   Já a Fernanda Montenegro em entrevista, com seus 84 anos, nos dá lições de como transitar de forma realista, com o desvendar do que ela chama de "quarta idade". Eu gostei tanto de como ela expressou a questão do envelhecimento que transformei em poema. O seu dinamismo como atriz e como isto se reflete com o envelhecer, onde cada vez se ouve menos, se vê menos, ossos estalando na falta da lubrificação que vai cessando, e, mesmo assim, o contínuo desafiar-se na estrada. Exemplo de como lidar com as transformações normais de cada idade e ainda assim energizar-se para o novo, acatando e respeitando os limites, sem se acomodar.

   Fala que todos os dias a gente se defronta com a deterioração, é uma realidade por mais que se faça ginástica, tenha cuidados, está aí se dando a conhecer. Admite, mas não se entrega. Uma lição!

   Existem alguns atores e atrizes que aceitaram a imagem do envelhecimento em suas faces e atrevidamente continuam a nos deslumbrar com suas interpretações. O que vale é a experiência, mas que é difícil a aceitação das rugas que teimosamente chegam, isso lá é verdade. Aqui estou eu com os meus cremes, lambuzando por todo o lado, rsrsrsrsrsrs!!!!

   

domingo, 16 de dezembro de 2012

SEGUIR LIVRES NA VIDA

   
   Hoje assisti a um filme que leva a longas reflexões sobre a relação entre pais e filhos e as marcas (sequelas) que deixam em alguns, enquanto outros passam ilesos. As diferenças são tão grandes de uma personalidade para outra, que essa unicidade chega a ser surpreendente. Cada filho carrega sua história pela vida, com sentimentos, rancores, ódios guardados, questionamentos vindos da infância que ainda buscam respostas.

   Quando chegamos à fase adulta compreendemos que os pais fizeram o que foi possível fazer, dentro de suas possibilidades e leitura de mundo, e aí, a partir dessa reflexão podemos seguir livres para construir a vida. Não é fácil, este arraigamento é profundo.  Como filhos construímos heróis, projetamos desejos, semelhanças / diferenças com relação aos pais.

   Eu achei o filme A Árvore da Vida, de 2011, com Sean Penn, Brad Pitt etc muito difícil de seguir assistindo até o fim. Complexo nas entradas de cenas, exige muito do espectador. As imagens são belíssimas, instigantes, deixam a imaginação caminhar entre lento e rápido no raciocínio, mas tem hora que parece estar em câmara lenta e o senti um pouco tedioso. Mas, o conteúdo me fez chegar às reflexões acima.

   O Brad Pitt faz o papel de pai rígido, enérgico, ditador e que detém o poder com autoritarismo, lá pela época dos anos 50. Raramente dá conta de expressar o afeto aos filhos (três); contido e contraditório, pois toca e inspira-se ao piano e com os filhos é de uma agressividade sem tamanho. Graças à mãe, que apesar de não contestar as ordens do pai; que consegue ser suave e contribuir para a construção dos caminhos de libertação dos filhos, pela leveza que revela a mulher em suas sutis atitudes frente ao poder.

   O filho mais velho (Sean Penn) leva para a vida adulta rancores que ainda não extravasaram. Na retrospectiva vivenciamos junto com ele a difícil arte de ser filho de alguém com tanta rigidez e severidade. 

   Eu lembrei da minha infância, pois tive pais enérgicos, das vivências de poder, tive uma mãe forte e lutadora (também com suas carências) que soube conduzir os filhos para o futuro. Mas em contraste, meu pai era enérgico sem deixar de ser doce. Nunca apanhamos sem motivo, que eu me lembre só apanhei uma única vez, porque ele teve que falar mais de três vezes. Por isso nunca apanhávamos, obedecíamos antes de inteirar três vezes. Minha mãe é que era uma fera, só um olhar dela bastava.

   Hoje compreendo que fizeram o que foi possível fazer pela história de vida que tiveram. Aprendi a respeitar os limites, que todos temos, inclusive nossos pais. Temos que seguir o caminho, se possível, sem mágoas, e eu não as tenho.

   Boa reflexão!   

quinta-feira, 13 de dezembro de 2012

INSPIRAÇÃO À VIDA

   
Eu gosto de apreciar a lua... Expectativas se misturam ao emaranhado do fazer diário, da afobação e agora, ainda, as correrias de fim de ano. Projetos para o novo ano que já está aí, na fôrma, só esperando a contagem regressiva.

   Quando lanço o meu olhar até ela são muitas as experimentações; que se relatadas, vocês me prenderiam em um sanatório, mas de que vale a vida, sem ter vida - para mim que estou neste auge - nada.  Aí me perco, tenho motivos  e isso se reflete na escrita, concatenando realidades e sonhos.

   É muito bom poder sentir o gostinho... Por isso divido com você que pode e deve fazer considerações sobre essas doidices que acabei de escrever... Deve estar baixando o santo de algum poeta desmiolado e sem pátria. Vá lá!  Que seja, antes isso do que navegar à deriva!

  Comecei com essa loucura aí de cima, apenas para introduzir que, o ideal, é que o ano venha faminto de bem, de bom , de mágico. Pensar em si, planejar estratégias para um caminhar promissor e esperançoso; pensar no outro, numa visão solidária e respeitosa; traçar rumos que levem a uma navegação com direção, determinação, desejo (que não pode faltar à inspiração), mas envolta também numa pitada de sonho (que a eterna esperança nos lança ao futuro, cria a energia, instiga à mudança). 

   É uma forma salutar de falar que o projeto de vida é que nos lança a essa aventura que é viver, com seus riscos, fracassos, o levantar a poeira e dar a volta por cima, sucessos,  é canalizar sua libido para o que traz a felicidade, a alegria de momentos. As possibilidades são muitas, as escolhas - apenas duas... Tenha clareza para qual será a sua escolha!

  Persistir na vida sem projetos é chover no molhado e isto, não desejo nem para o meu pior inimigo (se eu o tiver!). Sua vida é sua responsabilidade, construa-a com o desejo de que seja sempre melhor que hoje. Tome as rédeas do comando e conduza-a na direção do seu bem estar e das pessoas que amam você! Bem vinda (o) à realidade do saber viver autenticamente!

segunda-feira, 10 de dezembro de 2012

APRECIE A LUA ... ENQUANTO ESTÁ VIVO!

  
   Eu sou uma apaixonada pelo Gilberto Gil e estava me preparando para ir dormir, quando ouvi que naquele Programa do Jô, o assunto da madrugada seria com e sobre ele, não resisti. Assisti até o fim. O seu carisma sempre me toca. 

   Iniciou cantando a bela canção Domingo no Parque, lindíssima e ao mesmo tempo tão triste. Um triângulo amoroso de desfecho trágico e que a cada nota nos faz sentir o gosto amargo da inveja, do ciúme, do desejo, da agressividade contida em cada um de nós, da qual, às vezes, não nos damos conta até que aconteça o inusitado.

   Mais à frente foi contando seus "causos" ao Jô, que parece ter participado em muitos deles naquela trágica época da ditadura, onde os artistas eram tidos como subversivos. Onde um ajudava ao outro como podia. 

   Contou como apareceu a letra da canção A Paz, quando o amigo João Donato chegou pedindo-lhe para escrever a letra da música que tinha composto. Tinha um compromisso, mas na insistência do amigo, que logo caiu em sono;  Gil, solidário, não pôde deixar de atendê-lo, escrevendo a letra que hoje lindamente temos a chance de escutar e, no próprio CD, ouvi-lo contar tal história. É tão legal a gente conhecer estas particularidades da vida de um artista. Como flui a inspiração, os segundos e minutos que dão mostra da maestria do seu criador, como é o seu cotidiano nestes momentos. É inexplicável, excitante!

   Como quando escreveu a letra da música Não Tenho medo da Morte, no intervalo de reunião em Sevilha. A noite ficou ali querendo expressar algo... Em suas próprias palavras "deu um frêmito, aquele desaparecimento" e em minutos tinha o texto da música. Pediu o filho para trabalhar em estúdio as batidas, com sons de tambores que trazem a emoção dessa realidade, fúnebre e derradeira verdade; e "ele saiu cantando" (fala dele).


   "Não tenho medo da morte

Gilberto Gil

Não tenho medo da morte
mas sim medo de morrer
qual seria a diferença
você há de perguntar
é que a morte já é depois
que eu deixar de respirar
morrer ainda é aqui
na vida, no sol, no ar
ainda pode haver dor
ou vontade de mijar

a morte já é depois
já não haverá ninguém
como eu aqui agora
pensando sobre o além
já não haverá o além
o além já será então
não terei pé nem cabeça
nem fígado nem pulmão
como poderei ter medo
se não terei coração?


não tenho medo da morte
mas medo de morrer, sim
a morte é depois de mim
mas quem vai morrer sou eu
o derradeiro ato meu
e eu terei de estar presente
assim como um presidente
dando posse ao sucessor
terei que morrer vivendo
sabendo que já me vou

então nesse instante sim
sofrerei quem sabe um choque
um piripaque, ou um baque
um calafrio ou um toque
coisas naturais da vida
como comer, caminhar
morrer de morte matada
morrer de morte morrida
quem sabe eu sinta saudade
como em qualquer despedida."



   Quanta poesia, hein gente!... Quanta dor existencial vivenciamos nesta canção. Ele mesmo disse que muita gente que o encontra sempre diz que era o que queria dizer a respeito... Eis o poeta em sua capacidade de dar a voz.

   Tocou no assunto "morte", exemplificando que um amigo sempre lhe diz: "Gil, medite sempre, todos os dias, sobre a morte." Falou da naturalidade da morte, mas que muitas pessoas têm medo de tocar no assunto.

   Eu demorei para contar todo o acontecido antes, mas o tema morte foi que o especialmente chamou minha atenção. Esta verdade que muitos não querem nem abrir a boca para esboçar é nossa companheira diária, como ele diz pode ser morte morrida ou morte matada.

  Também adorei quando contou da canção que fez sobre a África do Sul, "Salve a Libertação da África do Sul". Coincidentemente eu tinha assistido dias atrás ao documentário sobre o Nelson Mandela e seu papel de liderança do povo africano; pude corporificar todo o sentimento e as dores.

   Gostosa também foi sua explicação sobre a escolha do nome da filha Preta Gil, pois chegou ao cartório e quando disse o nome, o escrivão achou estranho e disse: mas Preta. Gil respondeu claro, como Clara, Branca. Foi feito o registro. É muito legal a sua insistência em  valorizar a raça, lutar pelo respeito e dignidade de todos através da sua musicalidade.

   Aproveitei do Gil nesta postagem, mas como fã incondicional, não pude deixar de registrar. Divulgou que cantará na Praia de Copacabana, em homenagem aos 50 anos de carreira ou aos seus 70 anos (me confundi!), tendo também a presença do Steve Wonder, em 25 de dezembro, aberto à comunidade.

   Que a canção "Não tenho medo da morte" te inspire às reflexões... 

   

sábado, 8 de dezembro de 2012

APRENDER A OLHAR

   
"As palavras só têm sentido se nos ajudam a ver o mundo melhor.
Aprendemos palavras para melhorar os olhos."

"Há muitas pessoas de visão perfeita que nada veem...
O Ato de ver não é coisa natural.
Precisa ser aprendido!"
Rubem Alves

   Copiei esta mensagem do Rubem Alves do blog da minha amiga Fátima (www.luzdocerrado.blogspot.com.br), porque me trouxe uma inspiração e, ele com certeza não irá se incomodar, nem ela, pois melhorou os meus olhos. A mente quando está saturada de coisas para pensar, resolver, envolve-se neste mar estafante, fica aprisionada (é como estou me sentindo!). O ar está rarefeito para a criação... 

   Bom, então a minha amiga ajudou-me a puxar um laço que está amarrado com a força do cotidiano!

   A sexta-feira está bem agradável, mas o verão vem chegando quente e seco, sem uma chuvinha necessária aos nossos sofridos narizes belo-horizontinos, que sofrem horrores neste tempo seco. E pensar que Belo Horizonte já foi palco, no século XIX, de cura de doenças respiratórias. Muitos tísicos viam para tratamento em nossas terras, cheias de matas virgens... Ar puro com aroma da montanha!... Já não existe mais! Ficou a secura de dar dó.

   Retomando o olhar, existem diversas leituras que podemos fazer. Não só as das letras unidas uma a uma. Pode ser a visual, que se transforma em palavras ao gosto do freguês. Na terça, caminhando pela Avenida Afonso Pena, escutei alguém cantando com uma voz grossa, bonita, transmitia uma paz, uma euforia boa. Achei estranho, pois não consegui localizar de imediato de onde vinha a melodia. Desviei o olhar para cima, perto de uma árvore, tinha um poste próximo, provavelmente com fios telefônicos. O tal cantor emitia lá do alto, enquanto fazia seu trabalho, uma boa composição em tom grave.

   Não pude deixar de admirar. Parei, vasculhei com o olhar e lá estava ele, no meio das folhagens, o empolgado tenor, trabalhador de alguma telefônica. Emiti um comentário para o amigo que o auxiliava segurando uma escada, dizendo que estava uma delícia a cantoria. De um simples cotidiano, um momento que melhorou os meus olhos, ouvidos, coração... Enxergar tais coisas surpreendentes no nosso cotidiano é extraordinário.

   A beleza pode estar onde menos se espera. Como bem o disse Rubem Alves precisa ser aprendida!

segunda-feira, 3 de dezembro de 2012

LIBERDADE A CONQUISTAR... VIVENDO

 
   Nossa! Como foi difícil ter um tempinho para entrar hoje. Eu estava tão ocupada com compromissos na semana que não achei pausa para estar completamente disponível para a escrita. E em casa, afazeres.

   Nunca pensei que para escrever teria de estar desprendida de outros trabalhos. A mente precisa estar completamente concentrada neste processo. Bem o disse Hemingway. Agora estou me permitindo este instante livre. Só arranjei-o agora, em plena madrugada.

   A liberdade é algo a ser conquistado. Até no silêncio! 

   Bem, assisti àquele filme de 2007, Antes de Partir, com os excelentes atores Jack Nicholson e Morgan Freeman, muitas vezes e hoje também. Os dois homens estão com câncer e têm pouco tempo de vida. Aproveitam para tentar viver da melhor forma possível algumas aventuras. Rir até chorar foi a minha preferida. Ver também o amor pela mulher amada superar qualquer desejo casual também elevou o que penso valer a pena - o amor atravessar barreiras do óbvio. Lindo! Beijar a garota mais linda do mundo também!

   A forma como aqueles dois homens desconhecidos inicialmente tornaram-se tão verdadeiros e dignos de serem chamados amigos cativa. Cada um colaborou a seu modo para transformar o outro e na nova chance até que chegasse a hora foram tentando atingir as metas, e o mais incrível, como pessoas melhores. A amizade construída deu possibilidades a cada um de refletir sobre a vida que levava. Novas construções todos os dias... mesmo estando marcados para morrer... A morte não marca dia certo, portanto, mãos à obra!

   Até me lembrei do que minha filha me disse: que um amigo quando lê as postagens do blog sente uma certa tristeza... Você acha que tenho um certo apelo para o trágico??? Ou falar a verdade dá medo quando se trata de existência, temporalidade, reflexões sobre o que estamos fazendo com a vida... daí por diante. Para sua avaliação!!!   

sexta-feira, 23 de novembro de 2012

A POESIA NAS ENTRELINHAS

  
    Estou lendo a revista Conhecimento Prático Língua Portuguesa, nº 38 e na pág. 36 tem um poema de Arriete Vilela (Palavras em Travessia, 2009), alagoana, que achei lindo e transcrevo:

"POEMA 42
Arriete Vilela
Pensas encontrar-me aqui
nestes versos?
Enganas-te.

Os pássaros da poesia semeiam
miolos de pedra
a cada linha, para que tropeces
nas entrelinhas.

E se buscas pistas de alguém
aqui, nestes versos,
desiste  ou não sairás do labirinto,
e os minotauros pisotearão a tua cabeça
 cruamente, sem simbolismos.

Pensas encontrar-me aqui
nestes versos?
Não te iludas.
Teu voyeurismo te deixará para sempre
no encalhe da maré,
pois fechadas a ti estão as entradas do
rochedo:
ele, vigiado pelas borboletas
elas, tecidas por Aracne."

   Para ler em voz alta e respeitando as pausas de cada verso, transmitindo assim, toda a intensidade do eu lírico. Aproveite!

terça-feira, 20 de novembro de 2012

MOMENTO DELIRANTE...


Apenas uma praia divinizada!
   Eu ando nas nuvens e como andar nas nuvens é uma coisa delirante... Cá estou eu... Nos meus delírios. Relembrando a visita a Floripa (Florianópolis-Santa Catarina) e nos seus locais prazerosos, beira mar, mais de 43 praias de dar água na boca de qualquer sujeito metido a curtir a natureba. Eu sou fichinha neste assunto, mas na minha leiguice, me atrevo!

   Em Canasvieiras conheci o aconchego do estar no meu canto - nada de deslumbramento, estilo comum do bem viver... Todo lado que se olha,se vê gente calçada com os famosos chinelos de dedo (não importa a marca, não é!), em qualquer lugar, bares, praia, pela rua, nos restaurantes... Deve ser um bom lugar de se viver! Eu fui apenas uma aventureira a procura do sossego de poucos dias para revigoramento da alma e do corpo... Consegui! Conversando com um motorista, ele me contou que a vida lá é simples, até é um pouco complicado, pois os nativos mais jovens, se envolvem com a "moroless" local e esquecem de investir no futuro profissional, infelizmente! Que o lugar dá essa moleza natural ao corpo dá mesmo... Manhãs calmas, tardes calmas, noites calmas e com bastante vento! Não tem jeito de não ser abduzido.

   Mas curiosa, quis conhecer a famosa Jurerê - também a internacional, pois os guias indicavam como sendo a top das top das praias de Floripa (aqui no caso, das famosidades)... Lá fui eu! Destrinchei toda a orla da praia de Jurerê e não vi nada de mais por lá... Apenas muitos de nós (velhos, velhas, pessoal da melhor idade, pessoal idoso, pessoal da terceira idade... pode escolher o sinônimo que preferir!), mas sem a graça e desenvoltura de Canasvieiras. Quanto às praias, elas se parecem na beleza - completamente divinizadas.

   Bom! Eu poderia passar a tarde toda relatando os caminhos, você ficaria estafado com a leitura... Portanto, aconselho - Dê um pulo por lá e veja com seus próprios olhos. É de babar!!! 

   Deixa eu aterrissar que a vida continua com os pés no chão! 

domingo, 18 de novembro de 2012

IMAGINAÇÃO E SUSPENSE!

   
   Aqui estou eu digitando e imaginando uma linda paisagem à minha frente... Uma bela tarde de primavera, com um sol iluminado pela clareza do céu azul, ralas nuvens a desenhar-se pela brisa doce que resvala, água salgada de um marzão em suaves remansos de ondas leves e sutis... parece uma piscina natural, mas o canto das ondas vem ao ouvido como música divinizada. O que é uma mente em completa divagação, hein gente!!!

   Ainda bem que não é proibido porque faz um bem danado se dar este direito... O da contemplação sem culpa. Já pensou se fosse de verdade... Bom, aí só quando o tempo e o dinheiro o permitem. 

   Vamos lá! Eu revi um filme que tinha visto nos anos 90 e que me deixou em completo suspense todo o tempo. O filme "Cabo do Medo", 1991, do diretor Martin Scorsese, com o Robert de Niro no papel de um psicopata é de deixar qualquer um assustado. Sempre que se revê um filme a gente observa como os atores estão jovens... O tempo passa...

   Neste filme, os personagens de Nick Nolte e Jessica Lange são um casal, têm uma filha adolescente que se envolve com um sujeito de tipo grotesco e no decorrer da história se descobre que o tal sujeito intencionalmente  quer submeter aquela jovem a um jogo perverso, na intenção de atingir o gozo advindo da vingança. O pai dela foi advogado dele (do psicopata), mas o traiu não contando toda a verdade, como forma de mantê-lo preso, já que se tratava de um indivíduo prejudicial a vida em sociedade. Vê-se o bandido planejar a vingança em doses de sadismo que amedrontam qualquer pessoa dita "normal". É de arrepiar! Este filme eu recomendo, excelente suspense... Para mim de terror!

sexta-feira, 16 de novembro de 2012

EMOÇÕES!

  
    Assisti ao filme "Os Intocáveis", mas não me atrevo a contar o filme porque senão você vai me matar, né? Já pensou eu ser a estraga prazeres de todo aquele que tem acesso ao blog? Eu fiquei muito curiosa também quando as pessoas me indicaram o filme, disseram que era excelente e que eu não poderia perder. Fiquei imaginando como seria, pois o nome me era familiar da época de criança, me lembrava da série com o mesmo nome, que a gente assistia entusiasmada e supus ser o filme atual um policial bem engendrado. Enganei-me, o filme é delicioso e caminha em outras vertentes que nos empolgam na docilidade com que é tratado. Realmente sem o preconceito a vida é tão mais humana, digna... Veja e depois me diga se não concorda!

   Ontem, folheando uma revista Caras, achei uma citação da Cecília Meirelles que gostei muito e trouxe para cá: 


"Quase sempre somos um pouco menos do que pensávamos, raramente um pouco mais."

   Esta escritora sempre acena com colocações que nos deixa embasbacados na sua significação. Está aí para a sua reflexão...

   Mas ontem assisti um filme que não me constranjo em contar alguns detalhes pois é antigo, de 2009, com o Richard Gere, Joan Allen... "Sempre a seu Lado", que conta a história de amor entre ele e seu cão akita, da raça oriental, conhecido pelo grau de lealdade ao dono. Eles têm um laço tão afetivo que o cachorro sempre o espera (na estação de trem) quando vem do trabalho.

   Um dia, o cão não aceita acompanhá-lo até à estação, parece prever algo inexplicável e acontece. A partir daí o cão vai sempre esperá-lo na estação todos os dias, dezessete horas, no horário de retorno do trabalho. Assim continua até que eles finalmente se encontram nove anos depois (numa nova luminosidade!).

   O filme é lindo! Chorei, chorei muito a dor que em certo momento a fita traz para a gente. É muita emoção. E olha que já o assisti algumas vezes. Manteiga derretida!!!

segunda-feira, 12 de novembro de 2012

O LÍRICO E O ÉPICO DE PABLO NERUDA


  A outra novidade... Terminei a leitura de outro livro de Pablo Neruda "A BARCAROLA", L&PM, 2011, onde o escritor reúne em mesmo universo o poético, o lírico e o épico. Anotei as falas poéticas que mais me marcaram, todas de um lirismo que toca a alma dos amantes:


"... sentindo que eu não podia cantar sem a tua boca..." ;

"... nos reconhecemos ferindo-nos com dentes e beijos e espadas."

"... então ao fundo de ti e ao fundo de mim descobrimos que estávamos cegos
dentro dum poço que ardia com nossas trevas."

"... e ali nosso amor foi a torre invisível que treme na fumaça..."

"... e depois no mel oceânico navega a estátua de proa, nua,
 enlaçada pelo incitante ciclone masculino."

"... por isso ao beijar-te, amor meu, e apertar com meus lábios tua boca,
em tua boca me deste a sombra e a música do barro terrestre."

"Porque, bem amada, é o homem que canta o que morre
morrendo sem morte..."

"... ali onde minha alma parece uma pobre guitarra que chora..."

"... te amei sem porquê, sem de onde, te amei sem olhar, sem medida..."

"... tua voz derramando doçura selvagem como uma cascata,
tua boca que amou a pressão dos meus beijos tardios,
foi como se o dia e a noite cortassem seu nó mostrando
entreaberta
a porta que une e separa a luz da sombra
e pela abertura assomasse o distante domínio
que o homem buscava furando  a pedra, a sombra, o vazio."

" talvez esqueçamos tecendo no sonho a continuidade do silêncio..."

"... deixa-me confundir-me contigo no vento e no pranto..."

"...amor meu, cereja, guitarra da primavera,
que doce teu colo desviando as flechas do padecimento..."

"Eu sou, companheira, o errante poeta que canta a festa do mundo,
o pão na mesa, a escola florida, a honra do mel, o som do vento silvestre,
celebro em meu canto a casa do homem  e sua esposa, desejo
a felicidade crepitante no centro de todas as vidas
e tudo que acontece recolho como um sino e devolvo à vida
o grito e o canto dos campanários da primavera.

Às vezes perdoa se a badalada que cai de minha alma noturna
golpeia com mãos de sombra as portas do dia amarelo,
mas nos sinos há tempo e há canto selado que espera
soltar suas pombas
para soltar a alegria como um leque mundial e sonoro.

Sinos de ontem e amanhã, profundas corolas do sonho do homem,
sinos da tempestade e do fogo, sinos do ódio e da guerra,
sinos do trigo e das reuniões rurais à beira do rio,
sinos nupciais, sinos de paz na terra,
choremos sinos, bailemos sinos
cantemos sinos pela eternidade do amor, pelo sol e a lua
e o mar e a terra e o homem."

"Quanto tu fazemos, quando eu fazemos a viagem do amor,
amor, Matilde, o mar ou tua boca redonda
são, somos a hora que desprendeu o então,
e cada dia corre buscando aniversário."

"... ou seguir no sonho alcançando a outra margem do mar 
que não tem outra margem."

      Não consegui parar de apreciar a poesia dos versos de Pablo Neruda... Vale a leitura, por Deus que vale!!!


ARTE DE VIVER!

   Ainda não acabaram as novidades: vi o Globo Repórter (09/11/2012), pois o assunto me interessava muito... Mostra histórias sobre nós, os velhos, e como estão se saindo os longevos habitantes deste Brasil. 

   Alguns, mesmo aos trancos e barrancos de uma vida de carências, vêm surpreendendo na habilidosa manha do dia a dia até ultrapassar os CEM anos. Bota lição de vida nisso!!! Outros com mais tranquilidade, têm o envelhecer com mais proteção e assistência devido a condição financeira. Outros mais, buscam a independência que os filhos querem podar. Foram bons rol de experiências, o programa estava mais substancioso que muitos. 

   E o especialista em geriatria descreveu em cinco mandamentos a arte de envelhecer de forma saudável:

   1- TOMAR A DECISÃO - Ter disciplina e organização;  investir na vida agora com vistas no futuro; mude o que tiver que mudar agora pensando no futuro.

   2- EVITAR COMPORTAMENTOS DE RISCO - Respeitar os próprios limites. 

   3- SABER ENFRENTAR AS ADVERSIDADES - Perdas, dissabores, tristezas, não podem ser negados, mas as pessoas que conseguem resolver estas questões de forma mais positiva, conseguem viver mais e melhor.

   4- CULTIVAR LAÇOS SOCIAIS - Que começam na família, depois na comunidade. Laços construtivos, harmoniosos, solidários.

   5- PLANEJAR A APOSENTADORIA - É preciso ter um projeto de vida; ter algo que preencha a vida dando significado. Vida sempre ativa!

   Por isso eu fiz questão de listar os tais mandamentos ditados pelo especialista, pois sempre eles vêm à tona em muitas das postagens passadas... É ou não é verdade??? Palavra como psicóloga e na arte de viver!

SINÔNIMO DE VIDA: EXPLORAR

   Eu ando cheia de novidades, mas não tive tempo de sentar e contar, você acredita? Fui tragada pelas obrigações de forma feroz e agora estou me redimindo no registro do que o cotidiano me inspirou.

   Primeiro, assisti um filme delicioso com o John Travolta, a Scarlett Johansson..., "A Canção de Amor de Bobby Long", de 2004. Ele é  um professor de Literatura, fracassado, alcoolista, vive sem projetos, apenas entregue às bebidas, choroso de um amor antigo, morto, vive das cinzas de uma vida sem sonhos e esperanças.

   Deste amor resta a filha (não conhece essa verdade) que chega à cidade para  herdar o bem deixado pela mãe; uma casa velha, destruída pelas intempéries. Ele e um amigo viviam na mesma casa junto com a mulher e resistem em deixar o local, considerando que também são donos dali pela história de vida.

   Passam a conviver os três naquela confusão. Compartilham momentos doces, amargos, tristes, solitários. Eles conseguem que ela retome os estudos, pois é outra sem projetos de vida. E nesse processo ela vai resgatando sua história, não via a mãe desde criança, descobre cartas que ela deixou de enviar, conhece  detalhes que estavam indecifráveis em sua cabeça.

   Ao descobrir que Bobby Long (John Travolta) é seu pai verdadeiro o lugar se torna verdadeiramente um lar. Na formatura da filha ele cita uma frase de T.S. Eliot (vive citando frases dos poetas...): "Nunca devemos parar de explorar...", concluindo que sempre há esperança.

   E assim é a vida, quando se pensa que as esperanças estão perdidas, algo acontece e nos surpreende, então conhecemos a essência da poesia de T. S. Eliot:

" Nunca devemos parar de explorar
E o final de nossa exploração
Será chegar onde começamos
E conhecer este lugar pela primeira vez."


   Explore, não se acomode à mesmice do cotidiano... É possível enxergar com outros e novos olhares! O filme nos ensina e a vida Idem! (lembrei de outro filme... Ghost)!!!  

segunda-feira, 5 de novembro de 2012

FILME IRANIANO

  
    Na sexta fiquei até tarde na escrita e fui fazer um lanche na frente da TV; não consegui arredar pé depois que comecei a ver o filme iraniano Procurando Elly, de 2009, do diretor Asghar Farhadi, que é recomendado pela crítica.
   
   Excelente a história, a gente fica o tempo todo no suspense, vivendo as angústias dos personagens pela fatalidade ocorrida e suas consequências, tendo em vista a tradição daquele povo.

   Eu gostei de ver logo no início do filme um outro lado que sequer imaginava possível no cotidiano daquele povo... A família saindo para uns dias de folga na praia e no caminho fazem a festa, cantam, gritam, riem, contam casos, brincam com as crianças, com tanta espontaneidade... A gente se acostumou a ver sempre guerras por aquelas bandas que esquece que, no fundo, todas as pessoas se parecem... Querem ser felizes, amar, sonhar, brincar, ter momentos com a família, amigos, filhos etc.

   No decorrer do passeio vão acontecendo novas tessituras que começam a assustar a quem vê as cenas. Uma criança perdida ao mar e de repente o cotidiano se transforma em caos. Todos correm em seu socorro e conseguem resgatá-la com vida. 

   Mas outra pessoa está desaparecida - Elly, uma bela moça, amiga de uma delas e que aceitou o convite para o passeio junto com sua família. É uma desconhecida para todos, apenas a amiga conhece algumas de suas particularidades. E assim vai boa parte do filme nesta procura, que traz ansiedade cada vez mais crescente ao amante de cinema. É deveras angustiante.

   A  convidada é noiva e não poderia ter aceito o convite, mas não amava o noivo e viu no momento a possibilidade de entrosamento com o amigo de sua amiga, que havia voltado da Alemanha, divorciado. Tem uma cena no filme deles dois juntos no carro e ela querendo saber porquê ele se divorciou. Ele explica que a ex-mulher disse-lhe: "É preferível um sofrimento no fim do que um sofrimento sem fim." A frase é altamente fidedigna de muitos enredos que vivenciamos.

   A tradição daquele povo é muito respeitada e a violação dos valores vai acarretando no decorrer da história todas as nuances dignas de suspense. A moça pede a mãe para não informar a ninguém onde está, o noivo se faz de irmão para saber mais o que está acontecendo, descobrem depois que ela não tem irmão... a trama está formada e os conflitos... 
   
   A verdade tem que ser revelada, o noivo vai verificar se o corpo encontrado é o de sua noiva, reconhece-a e quer saber a todo custo se ela quis ir ao passeio. A amiga confirma e ele vai embora em sua revolta. O filme acaba assim, neste clima de dor, arrependimento da amiga por tê-la convidado e do amigo por ter aceito a situação... Coisas que sempre acontecem pelas fatalidades e que nos causam arrepios no decorrer da situação.

   Valeu a pena ficar acordada até altas horas por este filme!!! Excelente!!!
   

sábado, 3 de novembro de 2012

"SÓ PELE E OSSO!"



    A propaganda da Schin está me fazendo esboçar bons sorrisos toda a vez que a vejo. Muito bem bolada e deliciosa, quatro jovens e um deles diz  "nunca mais vou sair daqui!", acompanhado pelos amigos que repetem: "nunca mais!", isso numa paisagem paradisíaca, uma linda praia (brasileira!!!)... E ali permanecem até virarem osso puro, caveira... É riso toda vez que assisto...

   Até que um deles vê uma linda garota saindo do mar e se empolga, dizendo: "que gata!". Um outro diz, após olhar e fazer ar de deboche: "só pele e osso!"; olham uns pros outros e caem na risada, na gargalhada... Muito boa, né!... Super criativa! Até que enfim alguém que saiu do convencional e partiu para a verdade em tons de brincadeira.

   Porque a realidade é isso mesmo... Somos apenas pele e osso!... E ainda aparece gente se desdenhando como maioral, se achando... Pele e osso!

   Porque isso me faz tocar num assunto sério, eu não sei... Mas quando vejo a propaganda, a única coisa que sinto é que devemos aproveitar TODOS os momentos com qualidade, responsabilidade pelas escolhas... Que se assim foram escolhidas... Significa a verdadeira LIBERDADE!

   Aproveitei o feriado e fiz uma faxina no blog... Aprendi a cuidar e editar as fotos e vídeos (amadoristicamente,,, pra quebrar galho), procurei dar uma melhorada no visual. Sempre aprendendo... Não tem tempo ruim, não! Pode ser difícil no começo, mas depois que se enfrenta a situação, ela se torna envolvente.

   Viver aprendendo!... Porque somos apenas "pele e osso"... rsrsrsrsrsrs... Os rapazes fazem: kakakaka!!!
 

quinta-feira, 1 de novembro de 2012

FILME SOBRE HEMINGWAY

   UAU! O céu ficou todo iluminado agora mesmo, início de novo jogo do GALO. O foguetório fez o céu arder em estrelas furta-cores, eu corri pra ver, olha que lindo!
   Hoje estão jogando Atlético X Flamengo e a batalha vai ser sofrida para nós atleticanos, com o coração na mão... Ouvi uma gritaria, será que foi gol nosso??? Ai, que ódio!!! Foi gol do adversário - agora é correr atrás do prejuízo.

   Marc Gogh, para de ser fanática, pois já está demais!!! Deixa eu mudar de assunto... Existem outros lances interessantes para se escrever. Um deles, coincidência ou não, já que anteriormente eu toquei no assunto. Vi na segunda feira (minha preferida), pois estava sem sono (o horário de verão faz todo mundo ficar meio desorientado com o tempo), resolvi assistir o filme Hemingway & Gellhorn, de 2012, com os atores Cliven Owen (Hemingway), Nicole Kidman (Marta Gellhorn), dentre outros, inclusive o Rodrigo Santoro (Paco Zarra) que é da nossa terrinha Brasil.

   O filme se passa do período de 1936 até o trágico suicídio do escritor. No período de 1936, ele como correspondente foi registrar a guerra espanhola, que resultou no avanço do período fascista de Franco. Apaixona-se pela também correspondente de guerra Marta Gellhorn, mas a relação alcança ápices mais envolventes quando estão no espaço do trabalho, no registro de diversas guerras. Não conseguem manter uma relação familiar comum, doméstica, talvez devido a questão profissional, que para ambos parece intensa.

   Ele, e principalmente ela, são testemunhas de diversas guerras que se sucederam na Europa. A cena que mais me chocou e também, na ocasião, fez com que a correspondente desacreditasse no ser humano, foi testemunhar a dizimação dos judeus na época de Hitler.

   O filme é muito intenso, mostra a complexa personalidade de Hemingway, sempre fumando, bebendo, discutindo até chegar a extremos (ele fala em Paris é uma Festa que não conseguia ter muito domínio de sua agressividade), mas também mostra um homem charmoso, sedutor, apaixonado. Marta Gellhorn é a terceira esposa do escritor, ficam casados por apenas cinco anos e, parece que ele perdeu seu lirismo após o término do casamento.

   Vou parar de contar, pois o filme é novo e vale a pena assistir e acompanhar como alguns escritores têm traços tão diferenciados do convencional, o que é bom para a observação do lado psicológico desses tipos.

   Eu ouvi mais gritos... Será gol do GALO????   

domingo, 28 de outubro de 2012

VENERANDO PABLO NERUDA


   Finalmente consegui uma foto digna do sabiá, da postagem O Canto do Sabiá... Eu tinha tirado uma quando ele apareceu no jardim, mas ficou tão escura (sou uma negação na arte) que mal dava pra enxergar. Meu marido tirou para mim e acha que o canto do pássaro está intenso por causa do filhote. A foto, bem no meio dos bonsais... Voltem lá e revejam se não é lindo o filhotinho!

   Domingo muito quente e todo mundo gostando de estar em casa! Até o almoço eu fiquei com preguiça de preparar e pedimos algo por fone.  O céu está numa claridade bonita, poucas nuvens, mas hoje o vento pouco se expressa. 

   Ontem, à tarde, passei lendo o poeta Pablo Neruda (1904-1973), Últimos poemas, Edição bilíngue, tradução de Luiz de Miranda, L&PM, ago/2010. Concluído em seu leito de morte, o escritor exalta o mar e suas formas, a melancolia tomando conta de seus dias, devido peso dos anos, a doença, a morte que ronda. Eis um dos que me marcou intensamente:

"NO UN ENFERMIZO CASO...
Pablo Neruda
No un enfermizo caso, ni la ausencia
de la grandeza, no,
nada puede matar nuestro mejor,
la bondad, sí señor, que padecemos:
bella es la flor del hombre, su conducta
y cada puerta es la bella verdad
y no la susurrante alevosía.

Siempre saqué de haber sido mejor,
mejor que yo, mejor de lo que fui,
la condecoración mas taciturna:
recobrar aquel pétalo perdido
de mi melancolía hereditaria:
buscar una vez más la luz que canta
dentro de mí, la luz inapelable."

"NÃO UM CASO DOENTIO...
Pablo Neruda
Não um caso doentio
nem a ausência de grandeza, não,
nada pode matar o melhor de nós,
a bondade, sim senhor, que padecemos:
- bela é a flor do homem, sua conduta
e cada porta é a bela verdade
e não a sussurrante aleivosia.

Sempre ganhei, por ter sido melhor,
melhor que eu, melhor do que fui,
a condecoração mais taciturna:
- recuperar aquela pétala perdida
de minha melancolia hereditária
- buscar mais uma vez a luz que canta
dentro de mim, a luz inapelável."

Aleivosia: traição, deslealdade, fraude

   Pablo Neruda foi um homem que lutou pela liberdade de seu povo, pelo Chile amado até o fim de seus dias. Seus poemas são cheios de intensa paixão, sentimento, está presente neles toda a sua potência... Vale a pena o exercício da leitura!

sábado, 27 de outubro de 2012

MÚSICA, SARAU LITERÁRIO...

  
Eu espertinha, aproveito para mostrar a foto
que tirei com o cantor  Carlinhos Brown quando  vinha a Belô

    Plena sexta feira com um calor daqueles... Eu aqui no computer... Mas pelo menos o vento está correndo e entra alvoroçado pela minha janela enquanto estou aqui na digitação. Uma frescura boa que invade quarto adentro.

   Lá fora, o som eclode na musicalidade de pandeiros, tamborins e cavaquinhos, numa reunião de amigos cantando a vida e o encontro. A alegria da música é realmente contagiante e me pega de jeito. Além do que, o grupo é só do povo jovem, no auge das descobertas. Como disse o cantor Péricles, da canção Minha Razão, todos os pais deviam incentivar os filhos para o aprendizado da música e dos instrumentos musicais, pois o ambiente traz uma contribuição muito rica para a juventude. 

   Fui a um sarau literário e o tema foi sobre a escrita. Cada um colaborou na pesquisa de escritores que tivessem versado sobre o tema. Eu levei a visão da escrita sob a ótica do escritor Ernest Hemingway no livro Paris é uma Festa. Repasso aqui, pois talvez haja alguém que queira algumas dicas. Eis:


ESCRITA SEGUNDO HEMINGWAY EM PARIS É UMA FESTA 
(iniciou a escrita do livro em1957, descreve o período que 
viveu em Paris, ano de 1926/27)



ü  Carregar sempre um caderno de notas e um lápis (ou caneta);
ü  Captar as experiências climáticas do dia e colocá-las na história
(o que ele chamou de transportar-se);
ü  Estar atento ao redor, apreciar os tipos característicos para
possíveis contos;
ü  “O conto escrevia-se por si próprio e eu tinha dificuldade em
conduzi-lo...”
ü  Na hora da escrita concentrar-se no caderno e lápis;
ü  Sentir-se cansado após a produção de um conto;
ü  Após o trabalho de escrita, sentir-se vazio e simultaneamente
triste e feliz, como se tivesse acabado de se entregar ao amor físico;
ü  Apreciar a paisagem como se fosse uma pintura, uma escultura;
ü  Trabalhar a escrita até ter alguma coisa acabada e só parar 
quando souber o que vai acontecer depois. Desse modo sabia que podia
continuar no dia seguinte;
ü  Quando iniciar um novo conto e não achar jeito de continuar,
se distrair com outra coisa, contemplar outros ares;
ü  Afirmar para si mesmo:”você sempre escreveu antes e há de escrever
agora...”, nas horas de insegurança; “Tudo que tem a fazer é escrever
uma frase verdadeira. Escreva a frase mais verdadeira que você
souber...” assim conseguia avançar;
ü  Escrever sobre coisas que conhece realmente bem. “Era o que me 
esforçava por fazer sempre e esse método constituía uma boa e severa
disciplina.”;
ü  Aprender a não pensar mais no que estava escrevendo, até o
momento de começar de novo;
ü  Ler muitos livros para não ficar obcecado pelo próprio trabalho e ficar
impotente;
ü  Produzir significa sorte e disciplina... Uma sensação maravilhosa;
ü  Apreciar as pinturas e aprender com elas novos significados;
ü  “O trabalho (da produção escrita) pode curar tudo, era o que eu
pensava então e é no que acredito ainda agora.”;
ü  Teoria dele: omitir qualquer coisa de um conto, desde que se saiba
por que se omitiu e a parte omitida reforce a narrativa, fazendo com
 que os leitores sintam alguma coisa além daquilo que entenderam.;
ü  Na tentativa de escrever um romance, até conseguir; ser necessário
escrever contos mais longos, como treino e, de preferência sobre
aquilo que conhecesse melhor;
ü  Fazer-se perguntas: “Haveria algum assunto que eu conhecia melhor
sobre o qual já não tivesse escrito um conto?”; “O que é que eu
conhecia realmente e que mais me interessava?”;
ü  “Um escritor completamente desambicioso e o bom poema inédito, 
eis duas coisas que muita falta nos fazem hoje em dia.”
   O Hemingway está me ajudando bem nas inspirações... A gente vê que sempre
é tão sofrida a arte da produção literária... 

Muito bonita a visão do escritor. Eu me apaixonei!