Estou lendo a revista Conhecimento Prático Língua Portuguesa, nº 38 e na pág. 36 tem um poema de Arriete Vilela (Palavras em Travessia, 2009), alagoana, que achei lindo e transcrevo:
"POEMA 42
Arriete Vilela
Pensas encontrar-me aqui
nestes versos?
Enganas-te.
Os pássaros da poesia semeiam
miolos de pedra
a cada linha, para que tropeces
nas entrelinhas.
E se buscas pistas de alguém
aqui, nestes versos,
desiste – ou não sairás do labirinto,
e os minotauros pisotearão a tua cabeça
– cruamente, sem simbolismos.
Pensas encontrar-me aqui
nestes versos?
Não te iludas.
Teu voyeurismo te deixará para sempre
no encalhe da maré,
pois fechadas a ti estão as entradas do
rochedo:
ele, vigiado pelas borboletas
elas, tecidas por Aracne."
Para ler em voz alta e respeitando as pausas de cada verso, transmitindo assim, toda a intensidade do eu lírico. Aproveite!
Nenhum comentário:
Postar um comentário