sexta-feira, 23 de novembro de 2012

A POESIA NAS ENTRELINHAS

  
    Estou lendo a revista Conhecimento Prático Língua Portuguesa, nº 38 e na pág. 36 tem um poema de Arriete Vilela (Palavras em Travessia, 2009), alagoana, que achei lindo e transcrevo:

"POEMA 42
Arriete Vilela
Pensas encontrar-me aqui
nestes versos?
Enganas-te.

Os pássaros da poesia semeiam
miolos de pedra
a cada linha, para que tropeces
nas entrelinhas.

E se buscas pistas de alguém
aqui, nestes versos,
desiste  ou não sairás do labirinto,
e os minotauros pisotearão a tua cabeça
 cruamente, sem simbolismos.

Pensas encontrar-me aqui
nestes versos?
Não te iludas.
Teu voyeurismo te deixará para sempre
no encalhe da maré,
pois fechadas a ti estão as entradas do
rochedo:
ele, vigiado pelas borboletas
elas, tecidas por Aracne."

   Para ler em voz alta e respeitando as pausas de cada verso, transmitindo assim, toda a intensidade do eu lírico. Aproveite!

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