sábado, 27 de fevereiro de 2016

HIPNOTIZADA!

   

   Bom, com o sol e o tempo maravilhoso bombando em Floripa, não há o que fazer: curtir as belas praias dignas de paisagens do caribe. Céu azul, mar idem, coração acelera no azul e calmamente busca o aconchego ao balanço de ondas ou o espetáculo de olhos, sentada na cadeira de praia.

   Assim estou têm umas duas semanas... sei, sei, não estou cumprindo o que falei, estou trabalhando de menos e curtindo de mais rsrsrs. Que fazer se me sucumbo aos requebros do mar e a abundância de verão. Além disso, ter companhia para curtir tudo isso, não tem preço.

   Me sinto até turista nestes últimos dias, sem culpa, caminho durante bom tempo e energizada para qualquer trabalho lá vou eu, toda molhada, salgada, correr pras atividades obrigatórias o resto do dia. As manhãs, não. Sagradas ao cortejo do deus sol, e lua cheia que perdura na manhã. Fico nesse triângulo amoroso sem saber quem conquistar. As beldades são brilhantes e hipnotizam.

   Nessa vagareza foi-se o mês de fevereiro, com espírito de férias, boas pitadas de risos e criancices na água do mar, com a boia espaguete. Tento elevar as levezas, aquelas que venho perdendo... sei lá por causa da idade, ou das relações, sei que não são tantas. Não querendo que sucumbam, desperta o lado infantil. Será falta de traquejo no final das contas? Sei não.

   Talvez a questão seja a dificuldade em se permitir a ... fazer qualquer coisa descompromissadamente, e apressada achar justificativa. Só pode ser por ansiedade e cobrança de sempre.

   Mas nem chefe tenho mais, que absurdo é esse a empacar a mente? Vícios, ossos do ofício de exigentes que perduram, duram apesar de refreados por instantes, às vezes, nem sempre.

   Não vou entrar nessa ainda não, é fevereiro, vou me deixar enfeitiçar por instantes, por beldades além!    

segunda-feira, 8 de fevereiro de 2016

LUSCO FUSCO

   

   Fim de domingo. Dentro de casa curtindo o prazer de estar entre minhas carpas (rsrsrs acabei de ler o Pedro Porfírio (O BLOG), plagiei ele literalmente), é que o artigo está muito bom, como sempre no domínio da linguagem e nas poucas palavras relata a voracidade dos podres poderes... ainda estou a assistir Leviatã?

   É isso, na calma do lar, carnaval pros aficionados. Curti a boa praia; pouco tempo porque mal tinha colocado a cadeira na areia, nublou. Mas o mar estava embriagante, mais que qualquer bebida ou dança carnavalesca, sem onda, piscina natural dos deuses, e eu lá batendo pés e mãos nos requebros da água, ainda morna o suficiente para o baile de rua, no democrático espaço de todos.

   As leituras, as costuras, os fazeres, tudo na medida da vontade... faltou o violão, enrolada. Domingo é assim, despreocupar com exercícios. Estou terminando o último dos três livros de contos do Dalton Trevisan. Quanto mais leio mais invejo-o. Fala o suficiente, descreve o necessário, nada fora do foco, que inveja danada.

   Será que agora o ano começa?... Ontem ouvi uma repórter comentando que a festa vai até dia 14. Como assim? Quarta de cinzas não é dia 10? Cada ano o período dá uma crescidinha. Oh povo festeiro (provável queremos esquecer por breves momentos a trama urdida pelos políticos, "do quanto pior melhor"... Parece marchinha de carnaval, mas é tudo verdade, verdadeira).

   Ah não, não quero sentir náuseas de novo. Vou é jogar ovo podre nas cabeças das lideranças... Não, política bruzundanga não, pelo amor de Deus. Lima Barreto vive na republiqueta.

   O jeito é ir se equilibrando...    

segunda-feira, 1 de fevereiro de 2016

MONSTRO QUE ENGOLE O CIDADÃO

 
   Assisti dia desses o filme Leviatã, de 2014, do diretor Andrey Zvyagintsev, russo, ganhador do melhor roteiro do Festival de Cannes em 2014.

   Inicialmente eu não me recordava do significado de leviatã, então "chutei" que era aquele que se presume estar além do bem e do mal e pode tudo, como um grande pai. E foi com essa impressão que todo o filme foi assistido.

   E a cada momento, cada sequência da fita me deixava com náuseas, repugnância, todos os sentimentos que se têm quando se vê a corrupção embrenhada por todos os cantos, recantos, e palavrórios. E as pobres pessoas, cidadãs locais, vivenciando a impotência, eu sentindo na pele a impotência junto com elas, frente a um sistema estruturado desde velhos tempos e tendo munição para além dos séculos atuais.

   O filme se passa na Rússia, mas como serve de parâmetro para qualquer país que frequenta o rol de corruptos no mundo. E, o meu Brasil no meio, infelizmente.

   Na película, um trabalhador vê o sonho por um lugar onde viver e morrer, trazer os olhos agourentos do poderoso prefeito local, interessado em usar o local para fins imobiliários com benesses financeiras. Lança com astúcia para cima do simples cidadão que busca, ainda esperançoso, conseguir através da justiça, permanecer com o bem. Contrata um advogado em que credita dispor de conhecimento de deslizes do dito cujo, senhor prefeito, mal sabendo que estão lidando com monstros fabricados desde tempos pregressos.

   Por mais que tentem usar dos conhecimentos a respeito daquele homem que detém o poder, o que conseguem é ver reverter todo o mal para todos que deliberadamente tentaram massacrá-lo. Consegue, com a frieza dos poderosos e cruéis ditadores, eliminar cada um que ousou atravessar o seu caminho, o seu mando.

   Utiliza-se das fraquezas humanas como arma certeira que desestrutura a vida em família, como a traição da esposa com o advogado. Assim a culpabilização vai recaindo em cada um, apenas um reles ser, que ousou passar por cima de sua ordem. Vai eliminando um a um como pisando em cima de uma guimba de cigarro, um inseto, e esfregando com força até esfarelar.

   E o final é nada surpreendente, os podres poderes continuam dar as cartas. O filho do trabalhador termina sozinho e desamparado, nas mãos de propagadores de fofoca e mal alheio, completamente perdido e sem compreender o que se passa na visão dos adultos.

   O filme é um soco na boca do estômago, pior, dita a verdade que mina em vários lugares dessa terra; onde quem tem o poder, mesmo o mau poder, se sobressai perante os direitos do cidadão comum.

   Depois do filme fui pesquisar se o meu chute soou adequado. O significado de leviatã é um monstro marinho de proporção gigantesca, comum no imaginário dos navegadores da idade média, como o engolidor de navios nos grandes mares desconhecidos.

   Apesar do chute impreciso, o significado tem parecências.