quinta-feira, 29 de dezembro de 2016

ÓTIMAS ESCOLHAS EM 2017


   Finalzinho da reta. 2016 findou trazendo uma constrangedora certeza, que as certezas estão embargadas nas mãos de maus políticos e quanto a nós, o povo, desanimados com tamanho desplante.

   Reconheço que a política andou queimando o astral poético de qualquer um que seja, quando se trata de realidade.

   Quando a questão é ficção  a gente pode voar pra outros tipos de verdade, a da ficção. E assim, as leituras deram um up grade interessante no dia a dia, por que senão, teria passado sem aspectos positivos.

   Kafka retornou aos meus interesses. Li e reli os livros dele. Carta ao pai, Diários, O artista da fome, Metamorfose, O processo, Descrição de uma luta.

   Depois a biografia da Frida Kahlo, de Ayden Herrera, 2011, me caiu às mãos e estou ainda achando bem interessante, a leitura, via on line, Kindle. A escritora trata o relato de forma a satisfazer a curiosidade, temas que eram relatados pela pintora em seu diário.

   Outro livro que li via kindle foi Arroz de Palma, 4ª ed. 2014, Record. Na verdade descobri o livro através do professor de literatura, após ele usar um exemplo nos exercícios e o trecho ter me entusiasmado. Não encontrei o livro físico, esgotado, mas on line. Não gostei nada da experiência de livro assim... deve ser a idade... achei que força a visão... pouco domínio das tecnologias que chegam e não pedem licença. Pelo computador é bem chato, porque gosto de carregar o livro pra todo lado e desse jeito não dá. Vão falar, do outro jeito também, mas não sinto a mesma tesão, ainda não.

   O livro Arroz de Palma não tem culpa nenhuma, deixa eu parar de vomitar essas desculpas, apesar de o personagem do livro dizer: "o que o corpo põe pra fora é sinal de purificação". 

   Na verdade o livro tem uma linguagem extremamente poética, usa de um lirismo na prosa que desbancou meu jeito mais prático, seco e exageradamente realista. No início até certo trecho achei adocicado para meu estilo, mas depois, se pode constatar cada palavra valorizando cada parágrafo, de uma forma tão poética que, o personagem tem o domínio e nada está solto, completamente bem amarrado. Não queria largar a leitura e em poucos dias terminei. Nem mesmo o final, do jeito que foi, tirou a beleza da escrita. Aliás, ele mesmo diz: " tudo o que vem convêm, seja bom ou seja mal, o que nos é posto no caminho serve ao nosso aprimoramento."

   Certeza que a leitura me trouxe aprimoramento na arte de escrever literatura.

   Plagio o personagem ao despedir de 2016... "Vida é professora que dita rápido." Portanto faça ótimas escolhas para o ano que se inicia. BOAS FESTAS E MUITA SAÚDE!   

quarta-feira, 21 de dezembro de 2016

NOVOS LAÇOS COM BOAS NOTÍCIAS EM 2017

   
desenho Ju Martins

   O dezembro está por encerrar-se. Ainda anestesiada pelos acontecimentos que de forma trágica vão mostrando que não estamos preparados ao respeito ao outro.

   A lama em Mariana continua, apesar de ano da tragédia, a destruir a vida de pessoas e o lugar, ambos queriam apenas viver a vida em paz, no calor do lar, tendo o Rio Doce como vizinho, e vice-versa, a mata e morros das Minas Gerais.

   Como diz Mia Couto* "Um rio é uma entidade vasta e múltipla. Compreende as margens, as áreas de inundação, as zonas de captação, a flora, a fauna, as relações ecológicas, os espíritos, as lendas, as histórias." Imagina a dor do ribeirinho ao ver o rio em toda a sua extensão até o mar completamente destruído. 

   Os tentáculos do poder continuam massacrando não apenas Mariana e arredores. O caso de Nicinha, uma militante que incomodava o sistema em Rondônia não deixa dúvidas do que são capazes para destruir o ambiente aonde os ribeirinhos têm a vida estabelecida, atingidos pelo complexo do Madeira, em especial pela usina de Jirau. O corpo foi encontrado amarrado nas mãos e pés junto a uma imensa pedra dentro do rio. "Mulheres, água e energia não são mercadorias!", os atingidos exigem respeito pelo espaço sagrado do lar. Como 2015, 2016 trouxe muitas tragédias no âmbito do poderio de consórcios internacionais que vislumbram apenas o lucro do vil metal, em desrespeito a comunidade.

   O mundo inteiro vem mostrando ganas de que a tolerância vai longe de ser valorizada. Cada vez mais assusta a possibilidade da terceira guerra mundial, tantas catástrofes se vê mundo afora.

   O clima de natal mostra-se empobrecido e nos pede, aliás com mais fervor ainda, que tenhamos compaixão em nossos corações. Quantos não têm chance de uma trégua, quantas crianças não conseguem nem mesmo mais lágrimas pela crueldade vivenciada em guerras irracionais, e tantos outros quantos.

   QUE 2017 TRAGA NOVOS LAÇOS E NOTÍCIAS QUE VALORIZEM O SUJEITO NÃO A MOEDA. 

* Mia Coutro in E se Obama fosse africano?, Companhia das Letras, 2011, pág53