quarta-feira, 21 de dezembro de 2016

NOVOS LAÇOS COM BOAS NOTÍCIAS EM 2017

   
desenho Ju Martins

   O dezembro está por encerrar-se. Ainda anestesiada pelos acontecimentos que de forma trágica vão mostrando que não estamos preparados ao respeito ao outro.

   A lama em Mariana continua, apesar de ano da tragédia, a destruir a vida de pessoas e o lugar, ambos queriam apenas viver a vida em paz, no calor do lar, tendo o Rio Doce como vizinho, e vice-versa, a mata e morros das Minas Gerais.

   Como diz Mia Couto* "Um rio é uma entidade vasta e múltipla. Compreende as margens, as áreas de inundação, as zonas de captação, a flora, a fauna, as relações ecológicas, os espíritos, as lendas, as histórias." Imagina a dor do ribeirinho ao ver o rio em toda a sua extensão até o mar completamente destruído. 

   Os tentáculos do poder continuam massacrando não apenas Mariana e arredores. O caso de Nicinha, uma militante que incomodava o sistema em Rondônia não deixa dúvidas do que são capazes para destruir o ambiente aonde os ribeirinhos têm a vida estabelecida, atingidos pelo complexo do Madeira, em especial pela usina de Jirau. O corpo foi encontrado amarrado nas mãos e pés junto a uma imensa pedra dentro do rio. "Mulheres, água e energia não são mercadorias!", os atingidos exigem respeito pelo espaço sagrado do lar. Como 2015, 2016 trouxe muitas tragédias no âmbito do poderio de consórcios internacionais que vislumbram apenas o lucro do vil metal, em desrespeito a comunidade.

   O mundo inteiro vem mostrando ganas de que a tolerância vai longe de ser valorizada. Cada vez mais assusta a possibilidade da terceira guerra mundial, tantas catástrofes se vê mundo afora.

   O clima de natal mostra-se empobrecido e nos pede, aliás com mais fervor ainda, que tenhamos compaixão em nossos corações. Quantos não têm chance de uma trégua, quantas crianças não conseguem nem mesmo mais lágrimas pela crueldade vivenciada em guerras irracionais, e tantos outros quantos.

   QUE 2017 TRAGA NOVOS LAÇOS E NOTÍCIAS QUE VALORIZEM O SUJEITO NÃO A MOEDA. 

* Mia Coutro in E se Obama fosse africano?, Companhia das Letras, 2011, pág53 

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