É
O AMOR
19/11/2017
Zé da Fiinha era um tremendo pedreiro. Sujeito alegre, ria de qualquer coisa. Tinha
uma filharada. De corpo franzino, respeitava esposa de fazer
vizinhos abobados. Quando ia trabalhar, mulher perguntava:
—
Onde ocê vai trabalhar hoje?
Ele
falava local do trabalho
naquele dia e ela fazia
contas.
—
Então ocê tem de
chegar em casa até quinze para sete da noite.
O
zeloso marido obedecia e chegava na
hora
determinada pela
mulher. Chegasse
fora do horário, certeza de problemas. Ela,
além de bons tabefes,
trancava Zé
dentro do guarda-roupa.
Zé
gostava de boa
cachacinha. Quando perto de casa pegava raminho de hortelã do
vizinho e mascava bem. Expirava o hálito entre mãos e
subia tranquilo com aroma bucal.
Chaga,
o
vizinho, lhe perguntou:
—
Zé, como você aguenta?
—
Fiinha?
—
Ficar trancado no guarda-roupa?