domingo, 28 de janeiro de 2018

É O AMOR

É O AMOR
19/11/2017

   Zé da Fiinha era um tremendo pedreiro. Sujeito alegre, ria de qualquer coisa. Tinha uma filharada. De corpo franzino, respeitava esposa de fazer vizinhos abobados. Quando ia trabalhar, mulher perguntava:

   — Onde ocê vai trabalhar hoje?

   Ele falava local do trabalho naquele dia e ela fazia contas.

   — Então ocê tem de chegar em casa até quinze para sete da noite.

   O zeloso marido obedecia e chegava na hora determinada pela mulher. Chegasse fora do horário, certeza de problemas. Ela, além de bons tabefes, trancava Zé dentro do guarda-roupa.

   Zé gostava de boa cachacinha. Quando perto de casa pegava raminho de hortelã do vizinho e mascava bem. Expirava o hálito entre mãos e subia tranquilo com aroma bucal.

   Chaga, o vizinho, lhe perguntou:

   — Zé, como você aguenta?
   
   — Fiinha?

   — Ficar trancado no guarda-roupa?

Nenhum comentário:

Postar um comentário