segunda-feira, 8 de janeiro de 2018

SOLIDÃO É TRANSFORMAÇÃO

   Senti transformação durante a leitura. 

   Ele, em cartas endereçadas ao jovem pretendente a literato, descreve com humanidade e humildade o que esperar da vida. Não traz receita pronta do ser poeta. Descreve a experiência de vida e  de como tais momentos vão transformando aquele, inicialmente adolescente em fogo por conquista, reconhecimento, angústia do sentir-se notado, vaidade, por questões sem respostas, em sujeito da própria vida.

   Sujeito de inteira presença e responsabilidade pelo viver. Solidão é companheira. Dela se deve apreender a essência do viver. A de dar conta de caminhar em sua companhia, reconhecê-la em importância e transpor com ela dificuldades do dia a dia existencial. Relata que o difícil é transformador e dele não se deve fugir. Solidão encarada de frente e o nortear-se por tal chama trará respostas, não no agora, lá na frente, provocando assim, a transformação essencial àquele que se dispõe ao caminho.

   Amor. O amor traz maior experiência sobre o que se pretende dizer a respeito de solidão. Por que a relação a dois busca amadurecimento do amor, e para alcançá-lo, são tantas as dificuldades. Quem encara de frente e se dispõe ao jogo, considerado dos mais difíceis da vida, ao lado da visão da morte, tem a compensação - Transformação.

   Paciência. É requerido para esperar o momento adequado. Somente vivendo em humildade de conhecimento da própria dor, estará o homem semeando possibilidade de construção da vida em intensidade e saberá quando estará pronto para a profissão, a que escolher. Nada vem com ânsia, dúvidas pairam, insiste, paciência para viver o difícil.

   Rainer Maria Rilke, Cartas a jovem poeta, escritas no entreabrir do século XX, de 1903 a 1908, nos introjeta sentimentos vividos por ele. 

   Afinal, humano é sempre o mesmo em qualquer século.   

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