O QUE VEM E VAI COM O VENTO
07/11/2017
Aceitou viajar com
amiga para roça. Seis horas de viagem em ônibus leito. Chegaram à
Montes Claros e ainda bons quilômetros a trafegar até pequena
fazenda. Fez-se festa seresteira como costume bom do interior das
Minas Gerais. Fazenda simples, comida mineira de Ana. Criançada
satisfeita de rever tia. Pequeno riacho ao lado da casa fluindo
devagar da mina e, em sua limpidez, a gente via o fundo.
Tarde caindo e
quando se viu, noite. Luz de vela e lamparina. Ana preparava o guisado, que delícia, maxixe refogado. A amiga chamou para o fundo da cozinha, onde grande varanda abria para o quintal. Fez um ritual.
Pediu que deitasse no passeio de olhos fechados.
Depois abrisse
lentamente os olhos e se acostumasse à escuridão, ao breu
envolvente.
Não existia casa, não existia nada.
Noite estrelada a
iluminar. Eram tantas, mais tantas estrelas de não se
acreditar. Pontos luminosos inundando cada uma de jeito próprio.
Passaram a noite, uma
ao lado da outra, sem nada a dizer, contemplando a imensidão de brilho.
Ouvia-se palpitar coração e emoção caminhando no corpo. Calor
mormente do dia dissipando-se ao leve vento noturno.
Das viagens
que fez, em sonho ou realidade, nada se compara à beleza daquele
céu de noite estrelada e solitária.
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