quarta-feira, 29 de agosto de 2012

LEITURA DO CLÁSSICO DE TOLSTÓI

   
Fiquei empolgada com a minha aquisição do livro A Morte de Ivan Ilitch, uma novela de Leon Tolstói, poeta russo. Estou que não me aguento, com a ânsia de continuar a leitura ininterruptamente, principalmente porque gostei muito do ritmo que o escritor dá a cada passo de seu relato, o que nos toma demasiadamente. 

   As descrições sobre a soberba, o egoísmo, a vaidade, as falsas amizades, as mediocridades, as fragilidades do humano, enfim, descritas de tal maneira que se apercebe que poucas coisas mudaram daquele século até então, pois tenho a impressão de até conhecer pessoas que se assemelhem aos personagens. É a literatura tão presente na vida real!

   O autor também tem grande capacidade de captar os sentimentos de seus personagens e discorrê-los de forma emocional e intensa, o que traz essa dinâmica na leitura. Para os críticos é a novela considerada uma das maiores da literatura mundial.

   Mas estou empolgada mesmo é com a luta do personagem principal, Ivan Ilitch, que vem transitando em momentos de grande angústia frente às possibilidades de sua morte e vivenciando cada momento com os questionamentos que normalmente devem fazer parte da vida de todos nós, quando em tal situação.

   Mais, quando escrevi esta postagem faltava ler os últimos capítulos e posso dizer que foi cruel a forma como o personagem Ivan Ilitch chega à conclusão sobre a vida que teve: vida medíocre, apenas aparência numa sociedade burguesa, pobre de sentimento e profundidade; constata que não viveu a vida que verdadeiramente poderia ter vivido e que ele, no fundo rejeitou e preferiu seguir os cânones impostos, sem os questionamentos saudáveis do sujeito crítico. Apenas uma pobre vida que sente alívio ao perceber que finalmente deixa a hipocrisia na qual viveu.

   Os meandros da vida familiar também não deixam escapar as vicissitudes da vida em comum de marido e mulher; suas nuances, às vezes clara, ou nebulosa, que pairam frente aos diversos detalhes da vida cotidiana.

   A novela é de pequena extensão e extremamente deliciosa. Aconselho a leitura!!! Estou adorando! 

domingo, 26 de agosto de 2012

BOM PAPO, CAFÉ E LIVROS!

  
 Sexta Feira tive um compromisso e aproveitei para bater um papo super agradável com uma amiga no Café Book, um minúsculo lugar encravado na confusão do centro da cidade, à Rua Padre Rolim, 616, com Avenida Brasil. Lá, chegamos à conclusão, de que estávamos em outro lugar, longe daquela algazarra do trânsito, pois lá dentro, o que permeava era uma tranquilidade aparente, com pessoas a conversar, a dar uma sintonia de paz momentânea, um intervalo ao caos urbano.  

   Normalmente os cafés são bem aconchegantes e trazem um aspecto amenizador do tempo estressante. Sentimos como se estivéssemos em Paris... Buenos Aires... etc... em Beagá mesmo... que a cada dia oferta mais e mais lugares deliciosos como o Café Book. Além do que, uni-se ao bate-papo agradável, às possibilidades de livros diversos de muitas áreas de interesse. Saí de lá com alguns livros de poesia: Cecília Meirelles, Affonso Romano de Santanna e Pablo Neruda e romances de Cervantes, Jane Austen e Lima Barreto. Sou um perigo quando entro em livrarias... Apaixonada por livros!!!

   Bom, mas o legal mesmo é estar com amigos, não é mesmo! Curtindo o bom papo (nada de papo de aranha!), histórias interessantes, sobre assuntos diversos e o escutar o outro. É bem legal ter uma afinidade boa com alguém, sair do lugar comum do cotidiano de casa e problemas. E... durante algum tempo... dedicar-se a apenas escutar ou falar, sem compromissos. É muito bom! 

   E acabou que a estadia em tão gostoso lugar me deixou mais leve para o fim de semana. Nada como extrapolar a rotina dos dias!!!   

segunda-feira, 20 de agosto de 2012

VISÃO DO AMOR

   
   Eis que chega o Domingo, finalzinho de noite... Frio para o meu gosto - mas continuo a exercitar neste novo prazer, o de escrever.

   Lendo Guimarães Rosa, no seu Grande Sertão Veredas, retirei esta frase sobre o amor (pág. 101), eis:

   "...sempre que se começa a ter amor a alguém, no ramerrão, o amor pega e cresce é porque, de certo jeito, a gente quer que isso seja, e vai, na ideia, querendo e ajudando; mas, quando é destino dado, maior que o miúdo, a gente ama inteiriço fatal, carecendo de querer, e é só facear com as surpresas. Amor desse, cresce primeiro; brota é depois... O amor assim pode vir do demo?"

   É gostosa a leitura dele, pois no seu proseado único, nos lança à reflexão de quão profundo é a situação que ele vive naquele momento... principalmente sendo a Literatura uma fingidora. Gosto muito dos dizeres dele, nos aproxima dos tempos antigos, das Minas Gerais de meus avós, recheadas de regionalismos da linguagem, culturais, culinários... me inspira a desenrolar o passado!!!

   Já o amor... São tantas as visões... existentes para todos os gostos - basta estar pronto para enxergá-lo. E vivê-lo na intensidade necessária a se constituir...

   Vamos então no preparo de uma nova semana, no projeto de vida que inclua o lado delicioso do amar! Bom início!!!    

sábado, 18 de agosto de 2012

O SOM DO SILÊNCIO

   
   Como dizem "não tem grito maior que o silêncio", constato que é uma verdade. Aqui estou eu; com certa preguiça de ir pra cama, achando até que ainda me virão as ideias, esperando que esteja a beira de novas inspirações, novas criações.

   Mas, consigo mesmo é só ficar a escutar os ruídos da noite por causa do silêncio. São tantos os rumores que escuto, me admiro que possam estar presentes no meu dia a dia e só à noite sejam notados.

   Também com a confusão do dia: ônibus e carros passando; crianças em euforia, com as brincadeiras de jogar bolinhas na rua e pedir aos passantes que devolvam à elas. Chega a ser até engraçada a brincadeira delas. E outros barulhos que a cidade grande já assimilou como seus, deixando claro a selva de pedra que existe no entorno. Salvam-se apenas as crianças que continuam inocentemente se divertindo! Os silêncios da noite, durante o dia, passam despercebidos.

   Agora, se formos avaliar o outro tipo de silêncio: o que grita, só escutado por aqueles que se encontram a sós, ou estão sós com seus pensamentos, tais silêncios têm sua conotação diferenciada. Cada um dá a sua dimensão individual e única. E parece que realmente gritam... 

   Também têm outros tipos de silêncio doces de se ouvir: o silêncio depois de um dia estafante de trabalho, onde se encontra um canto para o descanso; o silêncio do contemplar uma praia à luz da lua, com suas ondas cantarolando, deslizando dóceis na areia; o silêncio do gostar de estar consigo mesma, por escolha, naquele momento... cada pessoa terá um aspecto diferenciado a julgar.

   Qual o tipo de silêncio te envolve??? 

segunda-feira, 13 de agosto de 2012

"DEIXA VIR DO CORAÇÃO"

  
   O domingo está sendo bem gostoso. Também é Dia dos Pais, então, para comemorar tivemos um gostoso almoço em família, com uma bela bacalhoada a Noruega e como não podia deixar de ser, com um vinho delicioso para acompanhar - foi bem relaxante, um domingo realmente simples, especial e com todos à volta da mesa - e com fotos.

   Aí, cada um foi pro seu canto e eu, completamente sem compromisso, sentei e assisti alguns filmes. O que eu mais gostei, e que é filme já visto, foi "Sob o Sol da Toscana", de 2003, de origem americana/italiana, muito bonito.

   Conta a história de uma mulher que após o divórcio, sofrido, resolve ir morar na Toscana, na maravilhosa Itália. As fotografias da natureza em diversos momentos fazem a gente ficar deslumbrada, com olhares vibrantes devido aos enormes espaços, campos com flores muito coloridas... É de babar! Tenho uma amiga que conheceu a Itália e viajou por aquelas bandas e confirmou que lá é realmente maravilhoso!

   A mulher mesmo assim, continua a acreditar no amor, mas de tão machucada vai deixando rolar e investe em outras sublimações interessantes: conhecer os lugarejos próximos; cozinhar; servir aos que estão ao redor - operários que cuidam da reforma de sua casa. Cria vínculos com o operário mais jovem, como se o adotasse como filho e até dá suporte a ele quando decide se casar. Tem uma fala dela que gostei bem: "Como ficamos abobados na presença do amor".

   Ela tem uma amiga também bem interessante, que não é nem um pouco convencional, do tipo sui generis, intensa, que se joga nas relações e na vida e num trecho (meio embriagada), dá uma de personagem do filme italiano La Dolce Vitta, de Fellini, onde a atriz entra na Fontana di Trevi. Após o acontecido conversa com ela e esta diz: "Que apesar de tudo, nunca se deve perder a inocência". 

   O drama é muito gostoso e as duas falas dão a dimensão do tema do amor e de sempre se acreditar em algo, se permitindo à inocência, quando se escolher. Achei bem envolvente. Achei que tinha a ver com o que penso a respeito.

   Enquanto estou aqui digitando, tô curtindo um pouco o cantor Djavan, na sua linda canção SE ... "... você sabe que eu só penso em você. Você diz que vive pensando em mim...", uma melodia deliciosa de se escutar. Tô tentando aprender a cantá-la. Bom, como acredito na inocência...

domingo, 12 de agosto de 2012

AMIZADE


  
   Hoje escutei a fala do Miguel Falabella ao ser entrevistado pela Angélica, no programa de sábado a tarde, da Globo: " ...ser uma pessoa de muitos afetos e não reservar apenas a um...". Mais ou menos isso. 

   Ele falava da sua amizade pela atriz Arlete Sales e da convivência de ambos como amigos, colegas de palco e diretor, que já dura mais de vinte e cinco anos. É bem legal ver que por trás das câmeras, algo soa como verdadeiro e sobrevive aos diversos lances que correm. 

   Vocês se lembram da Arlete Sales?... na sua exuberância, quando estava casada com o Tony Tornado. Eram um casal super diferente, avançados para o estilo da época. Pena que não ficaram juntos. Eu sempre fui fã de ambos e sempre que eles voltam às telas, as rememorações daquela época retornam.

   Mas achei a colocação dele propícia para uma reflexão - que fiz em seguida. Das construções da amizade, de afeto por aqueles que passam por nossa vida e que sempre se abre um espaço no coração para o acolhimento. Considerei a fala muito bonita, por mostrar que não há espaço para o rancor, a raiva, a inveja, o egoísmo.

   A amizade é um sentimento tão bonito quando é verdadeiro, transparente. É o momento em que nos damos liberdade de escutar o outro, ou de falar, ou apenas o estar junto. 

   A amizade é celebração, é conquista, é confirmação de que existe alguém que te vê, que te enxerga como pessoa especial. Torço sempre para que isso seja realmente uma verdade! A da amizade verdadeira sem segundas intenções...   

quarta-feira, 8 de agosto de 2012

PENSAR A MORTE


  Ontem a noite tive uma segunda feira bem agradável. Tive a chance de assistir a dois filmes que tinham como pano de fundo a questão da morte, muito interessantes. 

   A Vida que Segue, filme de 2002, é um filme muito triste. Aconteceu algo semelhante com o próprio diretor que teve a noiva morta por um fã alucinado. Os personagens de Dustin Hoffman e Susan Sarandon são os pais da moça assassinada três dias antes do casamento, por um marido enlouquecido de ciúmes, que chegou atirando na lanchonete em que só estava ela e a atendente, esposa do atirador. 
   
   O noivo, Jack  Gyllenhaal, passa a ocupar um lugar do qual ele não vê condições de escapar - do substituto da filha, naquele momento onde todos estão à flor da pele.  Ele adota uma postura mais de escuta daqueles pais, que demonstram raiva, rancor, muita tristeza e ele fica entre os dois, respeitoso pelo momento por que passa aquela família.

   O noivo inicialmente não conta a eles que três dias antes do assassinato terminaram o noivado. No decorrer do filme, os pais vão tomar conhecimento dessa história que traz mais densidade à situação.

   O atirador é levado a julgamento e ali o noivo se vê na obrigação de tornar a verdade - algo extremamente valorizado pela noiva - e que ele resgata, libertando aquela família do não dito. Os pais conseguem elaborar aquele luto, permitindo ao ex-noivo seguir em frente. Ele encontra nesta aventura uma mulher por quem se apaixona e segue em busca de um lar. Muito bonito o filme e o silêncio que o noivo, às vezes, transmite, dá uma entonação emocionada ao contexto. Valeu!

   Depois, quando fui assistir o filme A Árvore, de 2010, fiquei refletindo sobre o filme anterior e a temática, mas agora, era o pai de quatro filhos, em idades diferentes, que tinha morrido. No quintal da casa tem uma linda, maravilhosa figueira, muito frondosa, mas também, com suas profundas raízes busca o alimento de que necessita, causando estragos ao redor.

   A mãe gosta de passar momentos em cima da árvore, conversando como se o marido ali estivesse. A filha (mais ou menos com 9, 10 anos) vê a tal árvore como o próprio pai. A história vai mostrando a elaboração do luto no decorrer do tempo - que para cada um é vivenciado de forma diferenciada. 

   Bom, mas como naquela área os tufões surgem destruidores, arrancam a figueira e as casas dos arredores, trazendo pavor e medo, a família tem que abandonar tudo e partir para nova etapa. Aparece um novo homem para o coração da mãe, mas que não é aceito pela filha, e ela, em respeito, aguarda a maturação daquela dor pela filha. Como para as mães não têm nada mais importante que seus filhos, né! Adiam o que for para ver os filhos em paz!!! Adorei e até chorei!

   Eu particularmente gosto de filmes que reflitam sobre o tema da morte, pois é assim que se aprende sobre a vida, o tempo, o aqui e agora, que nos faz acordar a todo o instante quando ficamos relapsos no decorrer da caminhada. Assista e bom proveito!!!!

sábado, 4 de agosto de 2012

VIDA COM LEVEZA!!!

  
    Desapareci um pouco, né! Andava meio contemplativa e levando a vida com mais leveza (ainda estávamos em julho - mês das férias) e vou explicar o "mais leveza"

   Afinal, li um artigo numa revista Veja, acho que de junho de 2012, sobre as toxinas que nós, seres humanos, muitas vezes, ingerimos todos os dias: nicotina (fumar - graças que não é o meu caso... apesar de quando bebo uma cervejinha, gosto bem de dar umas tragadas, infelizmente); bebidas alcoólicas; frituras (a maioria de nós adoraaaaaaa!!!!); estresse (muito prejudicial, mesmo!); vida sedentária; comer demais (muito carboidrato, açúcares, gorduras, carnes vermelhas...)... e por aí vai. 

   E durante as explicações o profissional informava como as toxinas originadas pela consequência desses nossos atos excessivos vão contribuindo para destruir muitas de nossas defesas, como diminuição da imunidade, destruição de neurônios, doenças, envelhecimento precoce etc.

   A questão que me fixou foi sobre as consequências do estresse na vida da pessoa... De como isso pode ser grave e até mesmo destruir células do nosso cérebro - os vitais neurônios. 

   Os neurônios são células fundamentais para a nossa sobrevivência e com o envelhecimento já é normal a sua perda devido o fator idade; mas, patrocinar a destruição de neurônios por causa do estresse, do uso de bebidas alcoólicas etc já passa a certo masoquismo, não é mesmo!

   A orientação fundamental... levar a vida com mais leveza pode contribuir e muito para se evitar perdas desnecessárias, as quais podem levar a dificuldades de memória, esclerose, demências, e finalmente até a doença de Alzheimer.

   A pergunta que me fiz durante a leitura: "será possível concatenar atividades diárias de uma pessoa com vida produtiva atribulada e mais leveza no dia a dia... será possível???"

   Aí depende da pessoa, né! Alguns são mais ansiosos, tensos, exigentes em nível muito elevado consigo mesmos... Mas com treino, sem dúvida, conseguirá uma vida de trabalho (pois não existe nada melhor do que atividade...) e também de qualidade de vida... COMO???

   Olhando para si mesmo e escolhendo o que melhor pode garantir a tão sonhada leveza: exercícios físicos (fundamentais - uma boa caminhada de pelo menos 40 minutos diariamente já faz uma diferença); investir no lazer (permitir-se ter um tempo dedicado a si mesmo); comer pouco e de três em três horas (isto é um dos sinais que levam uma pessoa a ficar longeva) alimentos de qualidade, tais como frutas, legumes, verduras... deixar de lado o excesso... a compulsão por comida... etc

   A questão se complica é porque vivemos numa sociedade ocidental... acostumados a consumir, consumir, consumir... a perder de vista... e em todos os sentidos... sem que paremos para pensar sobre o que estamos fazendo de nossas vidas... Eh! vida neurótica, hein! Em muitos casos a ajuda psicológica pode até ser necessária.

   Levar a vida com mais leveza precisa fazer parte de nosso projeto de vida, já que a vida é para valer a pena, né!!!