quarta-feira, 8 de agosto de 2012

PENSAR A MORTE


  Ontem a noite tive uma segunda feira bem agradável. Tive a chance de assistir a dois filmes que tinham como pano de fundo a questão da morte, muito interessantes. 

   A Vida que Segue, filme de 2002, é um filme muito triste. Aconteceu algo semelhante com o próprio diretor que teve a noiva morta por um fã alucinado. Os personagens de Dustin Hoffman e Susan Sarandon são os pais da moça assassinada três dias antes do casamento, por um marido enlouquecido de ciúmes, que chegou atirando na lanchonete em que só estava ela e a atendente, esposa do atirador. 
   
   O noivo, Jack  Gyllenhaal, passa a ocupar um lugar do qual ele não vê condições de escapar - do substituto da filha, naquele momento onde todos estão à flor da pele.  Ele adota uma postura mais de escuta daqueles pais, que demonstram raiva, rancor, muita tristeza e ele fica entre os dois, respeitoso pelo momento por que passa aquela família.

   O noivo inicialmente não conta a eles que três dias antes do assassinato terminaram o noivado. No decorrer do filme, os pais vão tomar conhecimento dessa história que traz mais densidade à situação.

   O atirador é levado a julgamento e ali o noivo se vê na obrigação de tornar a verdade - algo extremamente valorizado pela noiva - e que ele resgata, libertando aquela família do não dito. Os pais conseguem elaborar aquele luto, permitindo ao ex-noivo seguir em frente. Ele encontra nesta aventura uma mulher por quem se apaixona e segue em busca de um lar. Muito bonito o filme e o silêncio que o noivo, às vezes, transmite, dá uma entonação emocionada ao contexto. Valeu!

   Depois, quando fui assistir o filme A Árvore, de 2010, fiquei refletindo sobre o filme anterior e a temática, mas agora, era o pai de quatro filhos, em idades diferentes, que tinha morrido. No quintal da casa tem uma linda, maravilhosa figueira, muito frondosa, mas também, com suas profundas raízes busca o alimento de que necessita, causando estragos ao redor.

   A mãe gosta de passar momentos em cima da árvore, conversando como se o marido ali estivesse. A filha (mais ou menos com 9, 10 anos) vê a tal árvore como o próprio pai. A história vai mostrando a elaboração do luto no decorrer do tempo - que para cada um é vivenciado de forma diferenciada. 

   Bom, mas como naquela área os tufões surgem destruidores, arrancam a figueira e as casas dos arredores, trazendo pavor e medo, a família tem que abandonar tudo e partir para nova etapa. Aparece um novo homem para o coração da mãe, mas que não é aceito pela filha, e ela, em respeito, aguarda a maturação daquela dor pela filha. Como para as mães não têm nada mais importante que seus filhos, né! Adiam o que for para ver os filhos em paz!!! Adorei e até chorei!

   Eu particularmente gosto de filmes que reflitam sobre o tema da morte, pois é assim que se aprende sobre a vida, o tempo, o aqui e agora, que nos faz acordar a todo o instante quando ficamos relapsos no decorrer da caminhada. Assista e bom proveito!!!!

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