segunda-feira, 21 de janeiro de 2019

PINTURA DE FLORES NÃO ENVELHECE, GENTE SIM!

Flores - Pintura Ju Chagas
   Logo no início do ano, recebi um vídeo de Como Envelhecer. O vídeo traz a palestra de uma geriatra e gerontóloga. São quase cinquenta minutos onde a médica pretende mostrar como envelhecer: na marra, isto é, sem levar em conta os cuidados com saúde, e de outro lado, no cuidado de si a partir de ótimas dicas.

   Então, as reflexões sobre o que fazer com a vida, adiando ou não, decisões, necessidades e atitudes, foram bem vindas. O vídeo, como pano de fundo, facilitou a leitura crítica do que de errado se continua a realizar e o que repensar, pois que velhice chega rápida. E segundo a geriatra, o Brasil será o país que envelhecerá mais rapidamente. E a constatação pior, o Brasil não se prepara a tal, ainda, nada de políticas públicas para essa faixa etária, o que nos espera é um futuro sombrio, com muitas carências no enfrentamento de momento tão delicado para o indivíduo e a família.

   Aliás, na minha idade de senhora, estou vivenciando como a idade traz surpresas, às vezes, bem desagradáveis. O risco é continuar vivendo e continuar aprendendo a jogar. Enfim, prestei atenção a cada palavra, cada intenção de orientação e começando 2019 atenta a tais perspectivas.

   Para aqueles interessados, eis o link da palestra: https://www.youtube.com/watch?v=zcj5DVTciIw

   Como profissional da área de Psicologia somente não gostei da menção generalizada de que os profissionais da área deixam a desejar. Já que, conhecemos, também, médicos que andam pelo mesmo caminho.

   Depois de destrinchar como o vídeo me influenciou, fico feliz de me saber correndo atrás de desafios e projetos. O próximo será um intercâmbio no idioma inglês, com elaboração de roteiro visando explorar ao máximo a experimentação de novas situações e conhecimento de novas pessoas. Ampliando, assim esperamos, novas sinapses e adiamento de doenças degenerativas neurológicas.

   O importante agora é o tempo me obedecer e aaaandar bemmmm devagariririnho. 

quarta-feira, 16 de janeiro de 2019

IDADE DE SENHORA III

IDADE DE SENHORA III 
15/01/2019

   Retornei ao ortopedista, desta vez o marido acompanhou até a sala de consulta. O médico, cuidadoso, fez um apanhado dos dados e disse:

   ― Ah, estou vendo aqui a sua data de nascimento, 1966.

   ― Engano seu, é 1956.

   ― Todos os meus pacientes ganham de brinde dez anos a partir do momento que entram por esta porta.

   ― Cada vez que venho aqui, eu me surpreendo!

   ― Isso é um estímulo aos que buscam o cuidado e a prevenção, algo muito importante para preservar os ... trinta e sete anos, não é?

   ― Daqui a pouco será.

   ― Então vamos cuidar para que chegue bem.

   ― O corpo fala e a gente procura ajuda, não é, doutor?

   ― Não podemos esperar o corpo falar, pode ser tarde demais. Precisamos agir antes que ele nos diga qualquer coisa. ― E seguiu na análise dos exames.

   ― Vamos ver aqui: realmente um dos discos quebrou. Não tem mais jeito. Demorou em buscar ajuda, e mais o tempo com exames e retorno, lá se vão mais de quatro meses, o que tinha de acontecer, já aconteceu, nada se pode fazer. Quando um disco da coluna vertebral se quebra é semelhante ao que acontece quando a gente amassa um tomate: o tomate pode amassar bastante, mas não respingar. Ou pode ser que o tomate amasse até o final, e espalhe resíduo para todo lado. No seu caso, o tomate amassou, mas não esparramou. Complicado seria se o trauma esmigalhasse pedacinhos de ossos e atingisse a medula espinhal.

   ― Então posso começar com exercício físico? Terei sessões de fisioterapia? Pode musculação?

   ― Calma, calma. Vamos devagar. A senhora não pode fazer nada que sinta dores. Fazer exercício físico e sentir dor, é ruim. Fazer um exercício que gosta e sentir dor, é ruim também. Fazer um exercício que é bom, mas não gosta, e sentir dor, também é ruim. Enfim, tudo que faça sentir dor, é ruim. E deve ser evitado. Os exercícios têm que ser feitos com cautela. Comece devagar até as dores passarem e depois com exercícios que exijam um pouco mais. Pilates é o indicado.

   ― Então vai prescrever fisio?

   ― Precisará do pedido para iniciar as sessões. Mesmo eu prescrevendo aqui o que tem de ser feito, saiba que um fisioterapeuta vai querer mudar e fazer diferente. É uma situação comum de acontecer.

   ― Depois poderei fazer musculação?

   ― Estou preocupado com o que diz aqui, ― leu o diagnóstico ― olhe... a senhora está com hipotrofia da musculatura. Isso é muito preocupante, já que os músculos são o que sustentam a coluna. Se estão flácidos, isso é um dos dificultadores. Se quer fazer musculação, exercícios para as coxas, panturrilhas, e braços até pode, mas não pode levantar peso de forma alguma. O sinal sempre deve ser: sentiu dor, não pode. Prefira o pilates, no andar da carruagem, é o melhor.

   ― E alongamento?

   ― O sinal é: sentiu dor, para. Tanto a senhora, quanto o marido têm de estar bem. A senhora deve se cuidar, para cuidar dele. Ele precisa se cuidar, para cuidar da senhora. Os dois se cuidando, poderão cuidar um do outro com qualidade de vida. 
   
   Continuou:

   ― Vou pedir exames para acompanharmos o cálcio, vitamina D etc. Está comprovado, a falta de vitamina D pode causar diversos problemas... e especificou todos. É muito importante acompanhar no período entre a primavera e o outono. Quando chegar o inverno vai estar com reservas. 

   E finalizou:

   Creio que devemos nos acautelar para evitar osteoporose. Muito pior quando se descobre após um tombo. Até mais, e nada de ficar sentada muito tempo, deitada muito tempo, deitar de bruços e de barriga para cima está proibido. O cuidado começa desde agora para curtir os trinta e sete. E o senhor quantos anos têm?

   ― Trinta e três. ― disse o marido.