segunda-feira, 5 de novembro de 2012

FILME IRANIANO

  
    Na sexta fiquei até tarde na escrita e fui fazer um lanche na frente da TV; não consegui arredar pé depois que comecei a ver o filme iraniano Procurando Elly, de 2009, do diretor Asghar Farhadi, que é recomendado pela crítica.
   
   Excelente a história, a gente fica o tempo todo no suspense, vivendo as angústias dos personagens pela fatalidade ocorrida e suas consequências, tendo em vista a tradição daquele povo.

   Eu gostei de ver logo no início do filme um outro lado que sequer imaginava possível no cotidiano daquele povo... A família saindo para uns dias de folga na praia e no caminho fazem a festa, cantam, gritam, riem, contam casos, brincam com as crianças, com tanta espontaneidade... A gente se acostumou a ver sempre guerras por aquelas bandas que esquece que, no fundo, todas as pessoas se parecem... Querem ser felizes, amar, sonhar, brincar, ter momentos com a família, amigos, filhos etc.

   No decorrer do passeio vão acontecendo novas tessituras que começam a assustar a quem vê as cenas. Uma criança perdida ao mar e de repente o cotidiano se transforma em caos. Todos correm em seu socorro e conseguem resgatá-la com vida. 

   Mas outra pessoa está desaparecida - Elly, uma bela moça, amiga de uma delas e que aceitou o convite para o passeio junto com sua família. É uma desconhecida para todos, apenas a amiga conhece algumas de suas particularidades. E assim vai boa parte do filme nesta procura, que traz ansiedade cada vez mais crescente ao amante de cinema. É deveras angustiante.

   A  convidada é noiva e não poderia ter aceito o convite, mas não amava o noivo e viu no momento a possibilidade de entrosamento com o amigo de sua amiga, que havia voltado da Alemanha, divorciado. Tem uma cena no filme deles dois juntos no carro e ela querendo saber porquê ele se divorciou. Ele explica que a ex-mulher disse-lhe: "É preferível um sofrimento no fim do que um sofrimento sem fim." A frase é altamente fidedigna de muitos enredos que vivenciamos.

   A tradição daquele povo é muito respeitada e a violação dos valores vai acarretando no decorrer da história todas as nuances dignas de suspense. A moça pede a mãe para não informar a ninguém onde está, o noivo se faz de irmão para saber mais o que está acontecendo, descobrem depois que ela não tem irmão... a trama está formada e os conflitos... 
   
   A verdade tem que ser revelada, o noivo vai verificar se o corpo encontrado é o de sua noiva, reconhece-a e quer saber a todo custo se ela quis ir ao passeio. A amiga confirma e ele vai embora em sua revolta. O filme acaba assim, neste clima de dor, arrependimento da amiga por tê-la convidado e do amigo por ter aceito a situação... Coisas que sempre acontecem pelas fatalidades e que nos causam arrepios no decorrer da situação.

   Valeu a pena ficar acordada até altas horas por este filme!!! Excelente!!!
   

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