Os dias se passavam sem leveza e serenidade em Bia. Que fazer? Por onde começar? ou será recomeçar? Para além de meras questões, o substrato profundo dizia respeito à morte, à perda do companheiro, afinal Josué o fora em longa jornada, mesmo que nos últimos anos já não sentisse a proximidade de antes e a cumplicidade de casal se evaporara. De qualquer forma, era momento de luto familiar, o elo ficaria para sempre.
Dizia respeito também às mortes pelo coronavírus que naquele agosto de 2021 ainda fazia estragos traumáticos pelo Brasil. Mais de vinte e quatro mil óbitos somente em agosto.
Apenas um mês após morte de Josué. Ainda é cedo dimensionar as fases dessa perda. Bia sentia raiva, revolta pela vagareza nas atitudes governamentais que surgiam apenas sob pressão de instituições. As queixas de muitos familiares que perderam seus entes, da impotência individual e ainda o distanciamento entre as pessoas, necessário para conter a expansão do coronavírus.
A covid, tragédia social e no Brasil o negacionismo atrasava a busca rápida de solução, com gente no comando de ações sem capacitação para gerir e tomar decisões responsáveis.
Toninho, seu filho, entrou em casa e observou a mãe em sua tristeza e ainda sem ânimo para adiante. Tempo, tempo, tempo...