Hoje eu li um texto da escritora Martha Medeiros intitulado Feliz Aniversário, no Diário Catarinense, pág 18, Donna. Me chamou a atenção quando ela menciona que a gente vai se desfazendo de coisas pelo caminho.
O texto me trouxe à reflexão sobre esta questão em específico. De como, com a idade, a gente vai deixando de dar importância a determinadas coisas; ou pelo andar da carruagem vamos sendo tragados e a realidade vai se transformando a revelia dos nossos desejos.
No dia a dia coisas que antes eram importantes com o passar do tempo deixam de pertencer as prioridades. E se vai desfazendo delas, com amadurecimento pessoal ou não, com facilidade ou com dificuldade, o espaço vai se abrindo para que novas experiências surjam.
Eu falo "coisas" mas também nos desfazemos de... sentimentos, emoções, dores, sorrisos, olhares.
Eu me lembrei da música A Noite do Meu Bem que era cantada pela Dolores Duran nos anos 50/60:
"Hoje eu quero a rosa
mais linda que houver
Quero a primeira estrela que vier
para enfeitar a noite do meu bem
Hoje eu quero a paz de
criança dormindo
Quero o abandono de flores
se abrindo
Para enfeitar a noite
do meu bem
Quero a alegria de um
barco voltando
Quero ternura de mãos
se encontrando
Para enfeitar a noite
do meu bem
Hoje eu quero o amor,
o amor mais profundo
Eu quero toda beleza do
mundo
Para enfeitar a noite
do meu bem
Mas como esse bem
demorou a chegar
Eu já nem sei se terei
no olhar
Toda ternura que eu quero
lhe dar"
A música me fez associar que com o envelhecimento a gente se desfaz de algo muito importante: que é a criança que precisa continuar existindo em nós para que atinjamos com leveza a sabedoria de que coisas vão se desfazendo pelo caminho...
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