domingo, 16 de novembro de 2014

ATIVISTA A TODO CUSTO...

 
   Assisti um filme bem legal, de grátis, na Fundação BADESC algumas semanas atrás. Levar cultura sem custo para o cidadão. O filme faz parte da mostra de filmes franceses. Este de 2010, Os nomes do amor (Les noms des gens)... do diretor Michel Leclerc.

   Os dois personagens principais, um homem e uma mulher têm histórias de descendência de países em guerra. Cada um deles buscando transpor as barreiras das lembranças e ao mesmo tempo valorizando a significação de pertencer àquelas origens.

   Ela é bem jovem e totalmente livre quanto aos conceitos da liberdade sexual. Não se importa de usar o sexo como pretexto para dominar aqueles que vão contra o seu modelo político. Assim, sente-se engajada às causas que considera serem de bons alvitres para uma sociedade melhor. Fora dos padrões usuais de moças de fino trato, o diretor foca uma personagem que transgride o usual, mas sem ser vulgar. Claro, vai além da preguiçosa realidade felizmente. Sai uma comédia deliciosamente contada por ambos os personagens que sequencialmente a vão vivendo.

   Na história inicial da personagem aparece colocada a questão do abuso sexual sofrido por ela quando criança, pelo professor de piano. Os pais só sabem quando um dia a pedem para tocar uma música. Descobrem que ela não conhece uma nota musical sequer. Ela então conta o que acontecia durante as aulas... isso não aparece falado... apenas aparece os pais e ela abraçados e tristes. Consegue tocar num tema cruel com uma nuance de tristeza e solidariedade. A compreensão através do afeto... que no fundo é o que toda a criança precisa em situações assim.

   Já o homem é um pouco mais velho que ela. Todo introvertido, metódico, tradicional, convencional, comum... o que se quiser dizer do homem obsessivo e preso aos padrões claramente convencionais. Ele tem origem judia mas receia falar sobre isso.

   E essas duas pessoas de tantos contrastes acabam por se apaixonar. Vão através de encontros descobrindo as afinidades sem a questão da posse interferir na relação... pelo menos se tenta... 

   É um filme crítico, ao mesmo tempo que faz rir, com a poesia entremeada aos ares do cotidiano de duas pessoas em busca do amor.   

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