quarta-feira, 1 de julho de 2015

COSTUME, PREGUIÇA OU O EXTRAORDINÁRIO?

   

   Escuto o barulho das ondas batendo na areia... quem me dera morar beira mar e escutar essa linguagem cada dia diferenciada devido a sazonalidade de clima, temperatura etc. Desde o início do inverno, por incrível que pareça, até agora as temperaturas têm sido agradáveis em Floripa... claro que na serra e oeste catarinenses são mais baixas.

   Neste momento que pela meteorologia ventos polares vêm chegando, as batidas das ondas na areia pode-se escutar mesmo longe. E meu ouvido anda aguçado a ouvir essa cantiga durante a noite. Tem vez que fica na batida, mesmo tom tempo todo, como que acostumada ao ritmo. Sem mudanças.

   Lembrei da frase que li no livro do Santiago Nazarian, Mastigando Humanos, quando ele diz... "a gente repete os mesmos caminhos por costume ou preguiça...", e a sensação que se tem é que o mar também...será por costume ou preguiça?

   Pois é, a inércia se apresentando também na natureza dos eventos. Quando agimos por costume é o tal negócio, de tanto estar acostumado, busca-se o cômodo, conhecido, tranquilo e cai-se na famosa rotina itinerária da vida; é o costume. Costume que torna a vida apenas convencional, metódica e sem graça.

   Outro motivo, a preguiça, então, nos livre e guarde. Esse comportamento em qualquer idade que seja, limita o sujeito no que ele pode fazer melhor... a busca, o arriscar-se, o surpreender-se, o mais importante... viver o extraordinário.

   Como se pode abrir mão do extraordinário na vida? É coisa comum de acontecer porque de tantas facilidades, ou mordomias, ou costume mesmo, resta apenas o óbvio e inerte dia a dia sem novidades. Como dá trabalho ir além opta-se pela inércia e comodismo... do século XXI? Ou sempre existiu?

   Prefiro falar do que é extraordinário... o enamoramento ou o amor por exemplo... que trem bom sentir aquele frio na espinha, no estômago, no coração, que só o outro escolhido (ou a outra) pode fazer por você. É um movimento social, só que a duas pessoas, onde um corresponde e outro responde e vice-versa, fazendo do jogo amoroso, e/ou apaixonado, o momento extraordinário.

   Pode-se escolher não enamorar-se mais... assim menos choro, tristeza, dores, mas também desistência do extraordinário na vida. O humano petrificado. Sem movimento. Apenas costume e preguiça???

    

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