PROJETO DE VIDA E DESAFIOS DO ENVELHECER

   Assisti hoje no Canal Brasil o documentário Envelhecências. E durante a apresentação giraram questões sobre o envelhecimento, com a colocação de pessoas na faixa etária considerada velhice, a partir dos sessenta anos; a visão do médico; e em alternância interessante que valorizou a discussão do assunto.

   Mostrado pessoas de idade diversa e que continuam ativas, com projeto de vida e desafios como as pessoas de qualquer idade devem ter. A velhice deste novo tempo, novo milênio, apresenta outra conotação. As pessoas se consideram, apesar dos dificultadores próprios do envelhecer, com capacidade para atividades que lhes dão prazer e até mesmo em lazer considerado de risco, como pular de paraquedas, surfar, andar de motocicletas, dentre outros.

   Interessante é a mulher que após a viuvez, foi casada por mais de cinquenta anos, resolveu fazer uma viagem e lá, libertou-se a partir de uma tatuagem e não parou mais. Em seu depoimento contou da preferência por estar em ambientes onde os temas vão além das reclamações de doenças, dores, queixas, negativismo. Por isso prefere estar em ambientes onde estão pessoas mais jovens, pois muitos velhos ainda ficam na onda masoquista.

   Outro, que aos setenta e seis começou a estudar medicina e se formou após 6 anos, realizando o sonho de ser médico aos oitenta e dois. Muito legal... Fiquei curiosa sobre a esposa dele que apareceu nos depoimentos falando dos sonhos do marido. Quais seriam os sonhos dela?

   Os depoimentos evidenciam que ao se optar por uma vida dinâmica as doenças passam longe. É que o acúmulo de prazer, derivado dos movimentos corporais, torna a vida mais alegre, melhora a autoestima, contribue para a convivência com outras pessoas e o mais importante, do meu ponto de vista, é que as opções por tais atividades são únicas e exclusivamente escolha deles próprios, e na sua maioria em horários flexíveis.

   O documentário apesar de interessante, tem uma ambiência dentro de um grupo com poder aquisitivo que pode se dar ao direito disto, o que não é o caso da maioria dos nossos velhos que convivem com um salário mínimo e desigual repartição de direitos. Adoecidos e envelhecidos muito mais pela labuta árdua que lhe é exigida antes e após a aposentação... E ainda temos um congresso querendo eliminar direitos... estado mínimo do mínimo... coitados de nós que envelhecemos e dos que virão em seguida...

   Importante é ter claro que o envelhecimento é uma etapa normal de quem está vivo, pois quem não quer envelhecer tem que morrer aos trinta e cinco, disse o médico. E o normal é que todos continuem com seus sonhos, tenham desafios sempre, a idade não pode ser impedimento.

   Na verdade o que foi dito durante a exibição vem expresso em várias postagens do APOSENTADA ATIVA. Gostei de estar em alinhamento com tais posturas e ainda refletir sobre o papel que temos pela frente...