terça-feira, 16 de agosto de 2016

COISAS DO OLHAR

desenho Ju Martins
   Eu precisava de um lazer que aliviasse o stress do dia na semana passada e acabei encontrando ao assistir a fita Um namorado para minha esposa, filme italiano, de 2014, direção Davide Marengo, e dava boas risadas devido ao gênero, uma comédia leve sobre o complicado relacionamento de um casal. Inicialmente nada havia de amor, pelo contrário, o marido exausto da convivência com a esposa de personalidade forte e que o deixava desconjuntado, tanto que, apelante a um amigo play boy, conhecedor das artimanhas na área, propôs uma trama que envolvesse sua esposa e um amante. Tencionava pedir o divórcio e não sabia proceder um diálogo razoável com ela, e a traição seria um bom argumento para conseguir se livrar do pepino.

   O plano do tal play boy segue com a mulher arranjando um trabalho num programa de rádio, cujo salário o marido financiaria. Ela teria, durante a programação, de falar das coisas que detestava, apenas isso. Ela se mostrou muito divertida no papel, colocando o monte de coisa que a maioria das pessoas também detesta, mas que muitas vezes acaba fazendo, e com isso angariou audiência dos ouvintes. O seu colega de trabalho achando-a interessante convida-a para um café, ela aceita deixando claro que é casada.

   No decorrer ela se envolvendo com o novo trabalho, cada dia tendo compromissos, cada dia se vestindo diferente e melhor aos olhos do marido, e este volta a sentir ciúmes, começa a segui-la, e procura interromper o trato com o play boy. Até que definitivamente se redescobre apaixonado pela esposa, conta pra ela a trama engendrada por ele e a confusão acaba em separação.

   Depois de três anos finalmente chega a hora da assinatura do divórcio, mas o juiz se atrasa e novo horário é marcado para dali uma hora. Os dois vão a um café e sentados em mesas diferentes fazem o pedido. Quando ele pede um sanduíche a garçonete informa que vendera o último a mulher da outra mesa, ele vê a ex-esposa. Ela decide ir até a mesa dele, pergunta se pode se sentar, em seguida se ele quer mear o sanduíche com ela. Ele com a costumeira dificuldade de falar o que tem vontade e precisa ser falado. Ela diz pra ele que ele apenas tem de dizer, eu quero sim, eu vou aceitar, o que finalmente consegue dizer e os dois nunca mais voltaram ao juiz, recomeçando um novo relacionamento mais verdadeiro, onde estão mais a vontade para dizer o que pensam e participando de diversões conjuntas.

   A questão de perspectiva, ver o outro com vida própria e se saindo melhor do que antes mostra como às vezes a gente é enganada nos jogos que  arma sem conhecimento aprofundado dos sentimentos e comportamentos na vida a dois. A mulher é autêntica, enquanto ele, por seu perfil, tinha dificuldade em colocar o que pensava, o que queria, deixando de discutir questões que envolviam os dois.

   Uma boa comédia quando se está fora do plano de filmagem... sempre volta a questão da falta de diálogo, oh trem difícil de entender porque acontece.

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