domingo, 28 de agosto de 2016

MARCA INDELÉVEL DA LEITURA


   Igual anteriormente citei sobre a excelência do escritor, me referindo ao Raduan Nassar, eu senti quando da leitura dos livros de James Joyce, Retrato do artista quando jovem, Os Dublinenses com contos que levam à lembrança da cidade natal do escritor, Dublin, capital da Irlanda, principalmente o conto Os Mortos, que delícia de leitura nos traz, os sentimentos sendo expressos em palavras com tanta tranquilidade e realmente perpassa a sensação emocional e a gente sofre junto com o personagem. Ainda falta ler Finnegans Wake e Ulisses, pois preferi retomar a leitura da Odisseia, de Homero, antes.  

   Aliviada após o professor de literatura ser condescendente com a minha frustração no ato da escrita, onde coloquei que após tais leituras dava vontade de ficar apenas nesta atividade, ele me disse: não se preocupe com os clássicos, o Mário Quintana tem um aforismo batuta: "os clássicos escreviam bem porque não tinham os clássicos para atrapalhar" e deu uma risadinha no final que suavizou minha ansiedade e cobrança.

   Ou então pegar um anticonselho do Carlos  Drumond de Andrade no texto A UM JOVEM, onde no quinto apontamento diz: leia muito e esqueça o mais que puder.

   Voltando ao conto Os Mortos, enquanto lia achava que de hora para a outra iria acontecer alguma fatalidade, a morte de um dos personagens por exemplo, e ficava mais a fim ainda de dar sequência à história, acreditando que o título era sintomático e algum acontecimento inédito ocorreria no processo.

   Quase chegando ao final é que a lembrança de uma das personagens sobre a morte de um amigo ocorrida ainda na adolescência, pois logo que ouviu uma canção tal lembrança lhe trouxe de volta a dor vivenciada é que fez com que finalmente se entendesse o porquê do título.

   O fechamento é digno de beleza "...enquanto ouvia a neve que caía suave por todo o universo e suave caía, como a descida ao derradeiro fim, sobre todos os vivos e os mortos."

   Torcendo que as leituras compulsivas que venho fazendo deixem em mim a marca indelével e me auxiliem na produção da escrita, tomara.   

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