quarta-feira, 3 de agosto de 2016

PEDAÇO DO CÉU NA TERRA

   

   Na madrugada veio uma tromba d'água desejada. Tinha um bom tempo que não se via chuva por estas bandas, aparecendo até temperaturas de 27 graus nos últimos dias em pleno inverno em Floripa. Quem veio passar as férias por aqui teve chance de tomar um banho de sol delicioso. Quanto a ficar de maiô ou sunga, aí é outra coisa, afinal estamos no sul e alguns ventos teimosos implicam participar da festa. Eu vi a criançada fazer festa na água gelada desses tempos enquanto os pais permaneciam na observação, todos paramentados de acordo com a estação.

   De todo jeito é sempre bom admirar a beira mar. Deu até para boas caminhadas durante essa confusão climática. Numa dessas caminhadas eu até aproveitei para fazer boa ação. No trajeto, enquanto caminhava, ia abaixando e recolhendo todo o material que eu via ser de plástico. Como eu não levei um saquinho de lixo, assim que a mão enchia ia até a lixeira jogar os detritos encontrados próximo a orla.

   Que triste, copos descartáveis, tampinhas de garrafa de água mineral de tudo quanto é cor, cacos de plástico de vasilhames diversos, canudinhos, e até galão de 7 litros de água mineral vazio e em questão de poucos minutinhos a mão cheia de lixo imprestável. A bem da verdade não deu para eu considerar ter feito caminhada de tanto agacha e levanta à cata de lixo. Percebi que quanto mais próximo um bar ou restaurante da praia, mais infestado estava o local.

   Confesso que eu parecia uma doida varrendo o chão de areia de uma grande extensão de praia, estava engraçada a figura, me veio ao pensamento que se ali estivesse um fotógrafo ia achar um motivo para um click. A constatação principal e que decepciona é que as pessoas, elas próprias que usufruem daquele pedaço do céu na terra, têm o atrevimento, a desfaçatez de jogar restos pelo chão e não catar. Depois reclamam da limpeza, incapazes de exercer a obrigação cidadã. 

   Decepcionada porque muitos gostam de arrotar uma evolução humana que numa situação dessa se observa nem existir, apesar da informação presente em todos os âmbitos, quanto a necessidade de manter limpos os locais públicos.

   Matutando enquanto eu ia e vinha pela orla chequei à conclusão que se todos os dias eu me comprometesse a recolher todo o lixo encontrado eu não ia alcançar meu objetivo de higidez de tanto abaixa e levanta. E olha que toda a manhã a  empresa responsável pelo recolhimento de lixo faz a devida limpeza... será que isso acontece só por aqui... nas terrinhas do Brasil?

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