quarta-feira, 23 de agosto de 2017

OLHAR FEMININO

   Semana passada fui ao teatro... Ufa finalmente coloquei os pés fora de casa depois de estressantes cuidados com a saúde. Assisti a peça A Última Dança, no Teatro Álvaro de Carvalho, em Floripa. E gratuita. 
   
   A peça versou sobre a vida da filósofa Simone Weil, a partir de monólogo em todo ato. A filósofa, em momento de vida, optou por vivenciar de fato, o que é ser uma trabalhadora de fábrica. Largou vida acadêmica e enfronhou no círculo perverso, cruel e alienante dos chãos de fábrica, cargas explosivas de produção e exigentes resultados, isso em início do século 20. Agora, ainda, trabalho por resultados e exploração, continuam na linha do tempo do capitalismo e exacerbando.

   Tal empreitada, devido aos excessos  de produção, conduziu a filósofa à perda de saúde e consequentemente, à morte ainda com pouco mais de 40 anos. 

   A questão alienante do trabalho, sem a discussão e questionamento do trabalhador quanto ao que produz, para que serve, apenas etapa solta no enfronhado da organização do trabalho, sempre inferidos em seus escritos.

   Eu tinha feito postagem sobre ela: http://aposentadativa.blogspot.com.br/2013/12/construcao-de-si-mesmo-por-si-mesmo.html

   Como mulher, sua contribuição no mundo do pensamento forjou o caráter da mulher consciente de seu tempo e importante contribuição do poder de gênero.

  Antes do espetáculo, forneceram folheto, e em um item ela cita: "Sófocles foi um dos maiores poetas da Grécia antiga. Escreveu peças de teatro, tragédias, onde o personagem principal é uma pessoa corajosa e orgulhosa que luta sozinha contra uma situação dolorosa. Há momentos em que a coragem desfalece; mas ele resiste e não se deixa degradar pela infelicidade. Antígona é o título de uma dessas tragédias. Simone Weil (trecho - revista operária de Rosières 1936)"

   Teatro faz vibrar o pensamento, traz de encontro ao expectador a própria história e desafia a novos ideais.

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