Após a última postagem, a angústia pela discussão do tema da perda apenas se prolongou e aguçou-se ainda mais com outro filme; que se eu soubesse, teria adiado um pouco mais.
Dogville, de 2003, com Nicole Kidman, um filme de Lars Von Trier, dirigido por ele próprio e ele está com a câmera em diversas cenas. Apresenta-se como um tablado teatral. É o primeiro de sua trilogia... Estou para assistir o segundo Manderlay.
Eu disse que é angustiante, porque o é a constatação dada pelo autor à visão do ser humano, universalista, mas de uma crueza que muito custa a nós acreditar que ele esteja assim tão certo. Gostaríamos de negá-lo... A personagem de Nicole Kidman experimenta... A concretização do ato está em cena, destruindo os puristas, é desalentador... Real, intimidador.
Transcreve o ser humano em sua arrogância, aparecendo em seus meandros, primeiros sutis, depois escancarados, cruéis, inacreditáveis. Nós estamos representados em cena e isso nos leva a refletir sobre nossa mediocridade.
Eu fiquei extremamente constrangida (não sei bem se esta é a palavra) por estar ali representado o que às vezes vejo entorno - pessoas que usam outras em prol de seus interesses, sem ao menos sentirem qualquer remorso, como algo normal, prático. A insignificância humana retratada exige uma nova reconstrução; ao mesmo tempo desalentadora, na difícil transformação, mudança.
Não sei se ao final do filme se possa ter esperanças??? Fica uma grande angústia se ver retratado de forma tão nua. Eis a questão: devemos acreditar que o ser humano é capaz de se tornar humano... Humanizar-se???
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