sábado, 5 de abril de 2014

REMENDAR PALAVRAS

   

   Como a Internet interfere na nossa comunicação, hein? Perdi alguns trabalhos pois não consegui o suficiente para salvá-los... Estarei refém desta máquina?... Ou as provedoras não estão nem aí quando a cota acaba - um cliente deixa de ser importante quando termina??? - e tal potência só é restabelecida quando se opta por cota extra com altos preços - Um absurdo!

   Bom, mas agora parece que normalizou. E já está passando da hora de retornar à ativa, né! Parece que meu início de ano andou meio tumultuado e tarefas sobrando no novo cotidiano. 

   Tenho assistido ótimos filmes e lido deliciosos livros. Agora estou com o autor alemão Heinrich Heine, com seu relato "Viagem ao Harz". Eu adoro os relatos de viagem porque mantém com o leitor uma proximidade e linguagem demarcada por tons corriqueiros e, em particular esta obra, tem me feito esboçar sorrisos pois a ironia beira a singeleza e escrita marcante.

   Esses dias assisti os filmes Ela vai e Fhilomena. Os dois filmes trazem atores que se encontram na terceira idade e a experiência desses atores ainda melhor. Catherine Deneuve, em Ela vai, encontra-se perdida após rompimento de relacionamento. Sai de carro e começam experiências que só são possíveis porque ela saiu do lugar comum - no fundo isso se chama MUDANÇA - deixou a zona de conforto e, apesar de desorientada os rumos a levaram a situações esperançosas.

   Já em Philomena, a atriz Judi Dench (que sempre me faz relembrar a beleza - o envelhecimento chegou para ela, mas a beleza de seu perfil continua radiante). Bom, a história é deveras triste, muito triste, porque traz em seu bojo a dor e a angústia que é guardar um segredo doloroso por mais de cinquenta anos.

   Quando jovem teve um filho e foi colocada em um orfanato, relegada pelos pais. O filho foi doado a uma família sem seu consentimento pelas freiras do lugar. Durante toda a existência dessa mulher esse sofrimento vai transbordando, até que dá conta de contar a verdade para a filha e reconstruir a sua história. 

   Os tempos antigos eram cruéis com as crianças, os jovens, vindos de família extremamente rígida e seus códigos excessivos. O filme é quase que um documentário, já que realmente aconteceu. O importante é não se deixar dominar pelo sofrimento; foi o que finalmente aprendeu Philomena.

   Que alívio poder estar na rede, remendando palavras e desejos diários!   

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