sábado, 15 de julho de 2017

AMOR AGIGANTADO

   Fui em algum lugar, já não me lembro onde, que a gente recebe um poema enquanto se diverte no bate-papo com amigos e encontrei o que me foi sorteado:


"BILHETE

Se tu me amas, ama-me baixinho

Não o grites de cima dos telhados

Deixa em paz os passarinhos

Deixa em paz a mim!

Se me queres, enfim,

tem de ser bem devagarinho,

Amada, que a vida é breve,

e o amor mais breve ainda...


               Mário Quintana"


   Mário Quintana e a sensibilidade à flor da pele. Quanta delicadeza ao cantar o amor. O eu lírico, apaixonado, cuidadoso com seu tesouro, afinal, quando o sentimento se esgota, é bem complicado para quem grita de cima do telhado.

   Fiquei a pensar que deve ser bem legal ouvir alguém que te ama, gritar em brados, a gregos e troianos, o que lhe toca o coração... as românticas sonham com isso.

   Preciso me acalmar. O amor em certa idade não consegue subir em telhado. Muito menos tem garganta suficiente. Vai ameno, respeitando a limitação.

   Mudo de ideia, bom mesmo é escutar ao pé do ouvido! Em todos os ritmos.    

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