"BILHETE
Se tu me amas, ama-me baixinho
Não o grites de cima dos telhados
Deixa em paz os passarinhos
Deixa em paz a mim!
Se me queres, enfim,
tem de ser bem devagarinho,
Amada, que a vida é breve,
e o amor mais breve ainda...
Mário Quintana"
Mário Quintana e a sensibilidade à flor da pele. Quanta delicadeza ao cantar o amor. O eu lírico, apaixonado, cuidadoso com seu tesouro, afinal, quando o sentimento se esgota, é bem complicado para quem grita de cima do telhado.
Fiquei a pensar que deve ser bem legal ouvir alguém que te ama, gritar em brados, a gregos e troianos, o que lhe toca o coração... as românticas sonham com isso.
Preciso me acalmar. O amor em certa idade não consegue subir em telhado. Muito menos tem garganta suficiente. Vai ameno, respeitando a limitação.
Mudo de ideia, bom mesmo é escutar ao pé do ouvido! Em todos os ritmos.
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