Fotografia Jaime Chagas |
Fui à Flip - Festa Literária Internacional de Paraty, de 25 a 29 de julho. E me surpreendi com a dinâmica da cidade. Por todo lado, literatura, música, poesia, encontro, livros ... enfim arte! A cidade, a "pólis", discussão em cada esquina, artistas, povo. A arte culinária dando invólucro especial ao sabor da comida brasileira regional. Foi minha primeira vez e me deixei, a cada dia, impregnar devagar. Nada de excessos. Atenta a cada detalhe, cada esquina, cada prato esculpido, cada palavra levada a tantos ventos. E o calor do inverno! Conheci mais Hilda Hilst e a outra, Hilda Machado. E tantos outros autores. A cor com presença marcante em Luiz Gama e seus poemas (em livro - Com a palavra, Luiz Gama) ... Conceição Evaristo (pessoalmente... e em livro, Ponciá Vicêncio)... Cuti (em livro, A Literatura Negro-Brasileira) e muito mais!
Fiquei mais dias para curtir a cidade onde passei a lua de mel. Retornando trinta e quatro anos depois. Durante caminhada, ávida, tentava descobrir a pousada daquele tempo.
O nome não vinha à cabeça. Foi quando pedi a filha que enviasse a foto por whats. Perguntei comerciantes se se recordavam — do Pouso Colibri, hoje, Galeria Colibri, pequeno shopping com muitas lojinhas. Todo o segundo andar fechado e abandonado. Senti aperto do coração.
Caminhando, da Flip ao hotel, e vice-versa, observando o rio que margeia a cidade, tão sujo e poluído. E a árvore que cresceu entre muros de uma moradia, antes frondosa...
Hoje...
Contei a uma amiga as decepções: a cidade continua aconchegante, mas desgastada, o descuido das áreas públicas, muito empoeirada (é tempo de seca, é tempo de crise, ...).
Desse verso reverso, o lado bom, o lado ruim, as transformações para o bem e para o mal, aqui estou eu ...
Lindo texto, Márcia!
ResponderExcluirAbr