sábado, 28 de março de 2020

VERBO AMAR


19/03/2019
Ele disse “eu te amo” durante o amor. Quanto tempo não escutava a frase?  Perscrutou e as  recordações escapavam. Importava o agora, e agora ele tinha acabado de dizer.
   De quantos agora já são passado, de longos anos de convivência? Para que essa necessidade de encontrar justificativa? O que me impede de  apenas usufruir da emoção de amar? Eu amo, tu amas, ele/ela ama, nós amamos, vós amais, eles/elas amam, simples conjugação.

      Mulheres são deveras estranhas. Reclamam quando não falamos. Reclamam quando falamos. Como entender a mulher? E esse orgulho que mora fundo em mim, essa alma de homem não tão dada a tantos risos, por que não me solto dessas amarras?
          
        De manhã, abriu a janela. 
     Voltou para cama se permitindo a preguiça. Ouvia o barulho vindo da cozinha. Ele preparava o café da manhã. Bem que poderia trazer o café pra mim, pensou. Esperou. O estômago reclamava. Levantou e disse baixinho, é querer demais, com leve risada.

        Olhou para fora. O verão ia se fechando sem as águas de março. Mas a promessa de vida se fez e respondeu a si mesma “ainda resta esperança”. 

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