19/03/2019
Ele
disse “eu te amo” durante o amor. Quanto tempo não escutava a frase? Perscrutou e as recordações escapavam. Importava o agora, e agora ele
tinha acabado de dizer.
De quantos agora já são passado, de
longos anos de convivência? Para que essa necessidade de encontrar justificativa? O que me impede de apenas usufruir da emoção de amar? Eu
amo, tu amas, ele/ela ama, nós amamos, vós amais, eles/elas amam, simples
conjugação.
Mulheres são deveras estranhas.
Reclamam quando não falamos. Reclamam quando falamos. Como entender a mulher? E esse orgulho que mora fundo em mim, essa alma de homem não tão dada a tantos
risos, por que não me solto dessas amarras?
De manhã, abriu a janela.
Voltou para cama se permitindo a preguiça. Ouvia o barulho vindo da cozinha. Ele preparava o café da manhã. Bem que poderia trazer o café pra mim, pensou. Esperou. O estômago reclamava. Levantou e disse baixinho, é querer demais, com leve risada.
Olhou para fora. O verão ia se fechando sem as águas de março. Mas a promessa de vida se fez e respondeu a si mesma “ainda resta esperança”.
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