quinta-feira, 3 de maio de 2012

AMOR E ENVELHECIMENTO

   Fui assistir As Neves do Kilimanjaro, filme francês, indicado ao prêmio de melhor diretor, Robert Guédiguian, no Festival de Cannes em 2011. Achei o filme lindo, muito afetivo e com questionamentos interessantes no nível político sindical, além de tratar do relacionamento amoroso e familiar de um casal.


   Michel e Marie-Claire fazem 30 anos de casados e ainda mantêm acesas as chamas da feliz convivência e do companheirismo. Têm grande afinidade no diálogo, compartilhando o mesmo referencial de ideias. Ele, um ex-sindicalista, aposentado, que vive momento de desemprego, numa França em recessão, onde os trabalhadores são os primeiros a pagar pelos custos do sistema.


   Ganham dos filhos uma festa surpresa e presentes: uma viagem ao Monte Kilimanjaro, na África, e dinheiro para os custos. No outro dia, eles e um casal amigo estão em sua casa, quando são surpreendidos por dois bandidos exigindo o dinheiro e ainda recolhem as senhas do cartão de banco.  


   O casal denuncia o incidente e retorna ao seu cotidiano. A esposa do casal amigo passa a ter dificuldades devido ao trauma do assalto. Mas, Michel encontra pistas dos bandidos, seguindo duas crianças (irmãos do assaltante). Vai à polícia que consegue prendê-lo e descobre que o bandido é um colega, também despedido da empresa que ambos trabalharam.


   Michel não consegue entender a postura do rapaz. Este se defende acusando-o de burguês, de manter um status quo enquanto outros não têm nada. Ele chega em casa e questiona com a esposa sobre sua postura enquanto figura política de representação dos trabalhadores. Torna-se claro que é impossível atingir todos os objetivos de luta e agradar a todos.


   Eles (o casal) vão, então, ajudar os irmãos do bandido, que vivem num lar desestruturado e abandonados pela mãe. Resgatam o dinheiro e passam a cuidar daquelas crianças enquanto o irmão está preso, gerando em seus filhos cobranças.


   O filme se passa numa França periférica, diferentemente do que sempre se vê. A realidade é outra. Muitas faltas, pobreza, dificuldades. O lado doce é visto a partir da solidariedade, sentimento que dignifica aquele casal. E como é bonito ver o amor vivo entre eles que já estão juntos há 30 anos. É esperançoso o tal filme e me cativou tremendamente!!!

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