sexta-feira, 7 de junho de 2013

AMOR E MUDANÇA!

   

Estou muito, mas muito preguiçosa. Comecei a escrever no domingo passado e cá estou eu tentando terminar... Coisa que mais gosto de falar é de amor. Amor como miolo de pão, de luz, a ser distribuído a todos, aos quatro ventos, a todos os seres presentes; tal qual o Senhor na multiplicação e distribuição dos pães. É isso! O que falta é o amor, daqueles que esquentam o coração, como um livro de reza.

   Neste momento, sinto que " O Amor" está no ar. O amor me seduziu após a última postagem. Só de falar dele já venho com a minha pieguice, e mais uma vez dizer que acredito!!! E foi nesse envolto amoroso que me vi assistindo aos filmes: Tous les Soleils   e Romeu e Julieta , de 1968, de Franco Zeffirelli. Em pleno século XXI eu me sentindo seduzida por amores medievais, à sombra de Shakespeare, até em sua linguagem de época, como respeitado pelo mestre Zeffirelli. Rever Romeu e Julieta, que assisti aos, sei lá, doze, treze anos de idade, no Cine Horto (atual Cine Galpão), pelos idos dos anos sessenta; além das fotografias e roupas de época, a beleza dos jovens atores, tudo me faz entrar em um labirinto de memórias.

   Largando as memórias de lado, que no atual estágio do meu envelhecimento, têm se feito mais constantes, que fazer?... Respeitar e seguir as histórias. Lembrei-me do que disse James Laughin na apresentação do livro de Sylvia Beach (in Shakespeare and Company, Sylvia Beach, 2004, RJ, Casa da Palavra, pág. 11), quando conta que os editores perseguiam o escritor Pound para que escrevesse sua autobiografia, e ele dizia que quando um homem escreve suas memórias é sinal de que está acabado. E ele arremata dizendo, acho que estou acabado. As tentações da memória são demasiado grandes para eu resistir...

   Posso dizer a mesma coisa - concordando com ele que se torna demasiadamente grande a recordação e assumir que também estou acabada! As tentações da memória me assediam e querem se tornar presentes. Largando mais uma vez as memórias...

   Tous les Soleils, 2011, francês, diretor Philippe Claudel, o filme conta a história de um professor  sonhador, e ao mesmo tempo, convencional e prático. Vivencia a fase do luto pela perda da esposa, que se prolonga até que a filha chegue à  adolescência e exija a sua individualidade. Ele alienou-se como homem, dedicando-se inteiramente à criação da filha até um ponto X em que se põe a questão: "E agora José?" (Olha eu usando o trocadilho do poema  do Drumond!). 

   Pois é, a gente vai vivendo a vida tão sem pensar, sem refletir, e quando vê, está vivendo a vida dos filhos e se esquecendo de si próprio. Aí se pergunta: o que vou fazer desta vida, já que os projetos estão embasados nos projetos dos filhos. Muitos pais se perdem no meio do caminho, e de tão perdidos, entram em fases de tristeza e depressão, na tão famosa fase do "ninho vazio", onde esquecem que são sujeitos, e que precisam pensar em seu próprio projeto de vida e deixar o filho livre para realizar voo solo. É mesmo muito difícil assimilar tantas mudanças nas fases em que se está mais frágil, por isso a importância de se preparar para a aposentadoria e a velhice em contrapartida.

   Oh! Eis o oriente! Eis o meu amor! (Olha eu imitando a fala do personagem de Romeu e Julieta!). Sou mesmo pretensiosa rsrsrsrs.  

Nenhum comentário:

Postar um comentário