domingo, 25 de outubro de 2015

SAINDO DA CASCA DA HIBERNAÇÃO

  

    Minha vida estava "chocha, chocha". Também pudera, mais de duas semanas só de céu nublado; chuva, chuva, chuva, ai, cansei de ver tantos dias sem graça, em plena primavera. Claro, a chuva germina, mas demais assim, dá uma canseira.

   Felizmente hoje o sol despontou que é uma beleza, nada de nuvem durante o dia, arejando o ambiente viciado. Abertas as janelas, um vento tão doce entrava voraz por uma porta, saia por outra e a casa aspirava novamente vívida.

   Assim que gosto, a vida a ter graça, poder andar de havaiana no pé, sem as pesadas roupas, óculos escuros e rumo a praia. S'embora!  Nada de pressa, obrigações, apenas o pensamento a solta. É muito bom isso! Mesmo que coisas estejam ruins, o dia iluminado suplanta tudo e passa a estar tudo bem. 

   Volta a luz do sol, a primavera, o ar mais leve com cores transbordando nas roupas, as flores, nas feições e quantos sorrisos, risos, brincadeiras ao redor das crianças. É bom isso!

   Também ando empolgada com leituras. Consegui parar de enrolar (é, o inverno faz isso, a gente fica lenta, hibernada), saí de dentro da casca e tô embalada. Terminei o Murilo Rubião que fazia coro com mais outros cinco livros que iam sendo lidos com o tempo. E finalmente consegui adquirir livros de uma lista que venho cultivando uns três anos. 

   Um dos livros interessantes está o lutar com PALAVRAS coesão e coerência, de Irandé Antunes, Parábola Editorial, 2005. Tinha anotada a dica dada pela Revista Conhecimento Prático Literatura da Escala Editorial. Bom, pensar em escrever requer estar atenta a regras básicas e o livro está me auxiliando na árdua tarefa.

   É muito legal ver ela falando (quer dizer, no texto, ela diz), e me vejo falando a mesma coisa, quando estudante, e sentia a falta de um algo mais nas aulas de português e redação. A autora faz a crítica do ensino da língua, da pouca importância dada aos aspectos de coesão e coerência e da habilidade da escrita, como fatores de descuido da escola.

   O que estou achando importante é o escrever como atividade de interação com um outro, pois assim o texto ganha nova dimensão. "Escrever para alguém, trocar com alguém alguma ideia, dizer algo, ter uma intenção, a visão da atividade cooperativa..." O livro propõe tratar a teoria com linguagem acessível, o que sempre senti falta ao ler compêndios de Língua Portuguesa.

   Hoje teve sol, mas a meteorologia prevê para amanhã, tempo nublado. Inda bem que tenho companhia, bons livros.    

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