sexta-feira, 17 de junho de 2016

O FETICHE DO OLHAR

   

   Tão empolgada estou ultimamente nem dei as caras. Lendo o livro do Ítalo Moriconi, Os Cem Melhores Contos Brasileiros do século, 2001, Objetiva. A cada conto que leio fico tão emocionada pela beleza da escrita. Cada história delineada nas mãos dos nossos mestres da Literatura é de cair o queixo. Magníficos enredos, tecitura em níveis surpreendentes. Encantam a cada parágrafo a tal ponto que sinto necessidade, na maioria deles, reler mais de uma vez.

   Já estou nos contos dos anos 60. Empolgada, doida que não tenha outras coisas a fazer. Apenas o desejo já que algumas situações não se têm como furtar. Mas que dá uma vontade danada de jogar tudo pro ar e ficar por conta da leitura isso dá. E me perco, entrando fortuitamente no meio delas e sentindo todo o arrepio de quem a vive.

   Até parei com outras leituras a partir da descoberta do livro. Lidar com a diversificada categoria de escritores vem me fazendo analisar de forma interessante o jeito de cada um. Cada modo de escrever, a compostura do enredo, a continuidade de manter em cada parágrafo o interesse, o suspense, o desejo de conhecer o desenvolvimento da história. Fascinada é a palavra apropriada para esse meu desatino e voraz necessidade.

   Quando elejo um conto como o mais genial do livro, o próximo vem a modificar meu pensamento. Já não consigo definir um conto como o mais bonito. Todos que li tem o elan significativo e que pertence somente a ele. Mas estou tentada a considerar o que mais me fascinou até o momento, Rubem Fonseca, A Força Humana. O escritor começa o conto com uma cena comum e durante o desenvolvimento do conto, passa por tantos sentimentos humanos e sobre outros temas diversos, sem perder o fio da meada e consegue retornar e terminar com a cena comum de tal forma que assombra o bom leitor. Maravilha de escolha.

   O aproveitamento está sendo intenso e compensador e quisera poder conseguir tal empreitada. Fico na inveja, que fazer. Recompensada por ter essas jóias para usufruir de leitura. E sentir na pele todos os sentimentos de todos os personagens. Bom demais!   

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