domingo, 9 de abril de 2017

RELUZINDO

   Meus olhinhos estão brilhando, se é que se pode dizer que os olhos brilham aos sessenta. E por quê não?

   É que lembrei daquela canção do compositor Raul, A Noite do Meu Bem, lindamente cantada pela Dolores Duran:


"Hoje eu quero a rosa
mais linda que houver

...

Eu quero toda beleza do
mundo para enfeitar a 
noite do meu bem

Ah, mas como esse bem
demorou a chegar

Eu já nem sei se terei 
no olhar
toda ternura que eu quero
lhe dar."

   Associei a canção à frase inicial. Se o amor demorar a chegar, pode ser que a gente nem sabe se terá o brilho do olhar.

   Como diz meu professor de Literatura, tenho a mania de ficar explicando demais, o que é um defeito na escrita. Como sou leiga me permito o deslize. Mas vamos lá, meu olhar está brilhando, estou encantada com os livros do Wander Piroli e do Hemingway, segundo meu professor, ótimos em diálogos. Vou lendo e prestando atenção na elaboração.

   Do Hemingway eu só tinha lido O Velho e o Mar. Agora vou ler As neves do Kilimanjaro (contos), Ter ou Não Ter, O Sol Também se Levanta e Adeus às Armas. 

   Já o Wander Piroli, apesar de conhecê-lo como escritor da minha terra, não tinha lido ainda. Uma escrita infanto-juvenil, para jovens e velhos de todas as idades: Três menos um é igual a sete, O matador, Os rios morrem de sede, O menino e o pinto do menino. São livros com histórias simples que de súbito ganham conteúdo poético pela expressividade do escritor. Lindos. Lição de vida.

   Admito, olhinhos é demais. Os olhos brilham a cada virada de página.

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