sábado, 1 de abril de 2017

GATOS PARDOS

   Adoro caminhar ou correr na praia descalço. Vem a brisa, levanta a areia, ameaça o olhar, é o tempo que muda com as estações. O pé na beira mar chutando a água e internamente a infância tamborilando vão dar uma trégua nas brincadeiras.

   Agora quando dou umas corridinhas na praia, aquelas tipo trote, tenho de fazê-las completamente vestida, por que é tanto balança mas não cai, só com traje de banho não dá mais. Quando arrisco a tal gafe pode saber está anoitecendo e todos os gatos são pardos. Falo isso sem mágoa alguma e nem economizo ironia a respeito. Afinal fico feliz por saborear tal atividade em boa saúde.

   Mas este ano está bem diferente dos anteriores com relação aos desejos de caminhar diariamente na praia. Sei que os compromissos estão colados aos horários e mal sobra tempinho extra. Ainda não consegui concatenar pausas para o lazer.

   Apesar da semana atribulada devo confessar que amei. Saí todos os dias de casa. Recomendação benéfica dita por um médico a minha sogra: "morra, mas saia de casa." Certíssimo. Adianta se tornar um vivente preso entre quatro paredes? Vi lances do cotidiano que acenderam meu cérebro às novidades, e que não aconteceria se não tivesse posto o pé fora de casa. O direito de preferência.

   Fiz outros tipos de exercício físico, outras tarefas e a cabeça no travesseiro foi pro sono no zapt zupt. Nada como viver, mesmo sendo parda!  

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