sábado, 25 de novembro de 2017

O “NÓ” DA RELAÇÃO

O “NÓ” DA RELAÇÃO
20/06/2017
   Amavam-se de paixão, dessa que não fica velha, mesmo convivendo muitos anos. Acontece de revelar o segredo:

― Fulano quis ir para cama comigo.
― Quando foi isso?
― Faz tempo.
― Por quê me contou?
― Você me provocou.
― Não entendi?
― Ficou jogando indireta de casos antigos.

     A partir de então:

   Ele “Se recebeu cantada é porque seduziu e colaborou a tal situação. Mulheres são todas iguais. Aposto que gostou e ainda tem coisa em mente. Vou descobrir detalhes. Não fica assim.”

   Ela “Quer dizer que ele tem casos antigos. Acha que só ele tem admiradoras? Quer guerra, terá guerra. Eu me dedico, e é o que recebo.”

   A paixão esmaeceu. A convivência árida. O amor esquecido. Não mais se escuta palavra adocicada. Sem risos e contato pele a pele e mormente, boca amarga e fel no estômago e coração.
   
   Nenhum dos dois dispostos a largar o casamento, mesmo ilusão morta. Guerrilha tenebrosa construída em mentes férteis. Alfinetadas diárias, instável humor, monotonia. Tempo passando.

    A vida antes “nós”, transforma-se em “nó”. 

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