sábado, 31 de março de 2018

MORDAZ CURIOSIDADE

   Estou lendo dois livros que estão me deixando excitada. Como a gente é curiosa com a vida alheia, eu querendo descobrir, através das palavras, a experiência pessoal e como se safaram das dificuldades. Ambos trazem os segredos do cotidiano. Sentimento e emoção a flor da pele. Também um sem fim de perguntas que a gente se vê questionando ainda hoje. A existência é deveras diferente de ser para ser e ao mesmo tempo, parecida.

   O primeiro livro, da filósofa Lou Andreas Salomé, Minha Vida. A escritora, por sinal, retratada em filme recente, LOU. Mulher que marcou Nietzsche, Rainer Maria Rilke e Freud. Publicado em 1951, trata-se de "um retrato literário de uma vida que obedecia às suas pulsões mais profundas." 

   E aqui está a ânsia de caminhar cada página, sentindo a mulher. Ela inicia assim: 


"A vida humana — ah!
A vida sobretudo — é poesia.
Inconscientes, nós a vivemos, dia a dia
passo a passo — mas em sua intangível
plenitude ela vive e se nos traduz em poesia.
Longe, muito longe da antiga frase
'Faz de tua vida uma obra de arte';
Não somos nós nossa obra de arte."

   Já Amada Imortal, o mundo íntimo de grandes músicos através de 300 cartas amorosas, de Kurt Pahlen. Ele , um estudioso da música. Estou lendo as cartas de Mozart. Uma escrita cotidiana, sem nenhum rebuscamento, fala carinhosamente, de forma singela. Em nada parecendo o gênio musical. E assim seguem outros músicos do séculos XVIII ao XX. 

   Assim vou com sede, virando cada página, descobrindo um pouco dos célebres em seus momentos de intimidade. Dificilmente, hoje em dia, se vai encontrar correspondência de escritor famoso. A tecnologia tornou as cartas objetos literários em extinção. Que pena! 

Um comentário:

  1. Márcia, gosto de suas crônicas de seu estilo de escrever.
    Sua passagem por BH foi muito breve.
    Bjs!

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