sábado, 31 de março de 2018

MURMÚRIOS D'ÁGUA

   Recentemente assisti o filme A FORMA DA ÁGUA, do diretor mexicano Guillermo Del Toro, premiado com quatro estatuetas no Oscar.

   Senti que Woody Allen invadia a tela. O pensamento romântico levando ao fantástico. E a partir daí a paixão entre mulher e homem dando conotação do maravilhoso amor. Por mais que teimem dizer ser o romantismo burguês, a gente não cansa de ver na tela. 

   Provável que o autor respeite e admire Woody Allen, porque vi uma releitura de Allen. 

   A moça não fala e faz uso dos sinais na comunicação. É uma das responsáveis na limpeza de laboratório científico, onde se guarda segredos de Estado. A mocinha tem vida solitária, nenhum amor, dois amigos: o vizinho, que compartilha viagem imaginativa e a colega de trabalho, com quem pode contar. Fora isso, do trabalho para casa, da casa para o trabalho.

   Quando, então, entra em contato com o ser fantástico que necessita estar dentro da água salgada para sobreviver. E aos poucos, se aproximando, tornando-se parecidos, e a não presença da palavra em som, os possibilita ir além na linguagem.

   Os murmúrios do amor presentes na dança, no encontro de dois seres puristas, no mundo de água que transborda no pequeno espaço do banheiro. Dá para acreditar nos deuses, tão linda a cena. 

   Aventura vai além, veja com próprios olhos. Amei demais!

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