É muito difícil amar. A gente comprova no filme Maudie sua vida e sua arte. De história verídica. Assisti na TV. Com a atriz Sally Hawkins, a mesma da Forma da Água. Ela tem uma doença crônica.
Assistia ao filme e associava às semelhanças existentes na família. Essa tal doença autoimune continua causando até hoje. Na realidade, essa doença crônica, sem cura, deixa rastros cruéis no corpo e num estágio avançado pode deixar a pessoa sem condição de se locomover.
Na fita, a personagem sofre artrite reumatoide juvenil. O diretor consegue fazer que a gente veja gradativamente a deterioração e as dificuldades geradas nas articulações e ossos. Mulher miudinha e corajosa. Tinha sonhos e os trouxe a realidade. A casa em que morava era colorida, e com mãos frágeis deu vida às paredes, vidros, utensílios, pinturas etc. Começando a comercializar pequenos quadros que ganharam o mundo. Autodidata, escolhia temas arrebatados por seus olhos durante a vida. E nos tons alegres dava a entender que, apesar dos pesares, era feliz por expressar-se no mundo.
Tanto ela quanto o marido tinham o jeito suis generis de personalidade, que graças à convivência, cada um foi descobrindo a beleza do outro, aquela burilada no dia a dia. O estilo bronco do marido acabava sendo engenhosamente transformado por ela com o cuidado de artesã, aprendiz do viver com deficiência e não se aceitar deficiente.
Mas acabou que concluí a reflexão sobre o filme com o artigo do psicanalista português, António Coimbra de Matos, numa deliciosa entrevista publicada na Revista Prosa Verso e Arte, através do Face. O link está disponível na rede. Com essa política quanto ao uso da Internet, não sei se poderia colocar aqui. Evitando dor de cabeça repasso caminho.
Tanto o filme quanto o artigo foram me envolvendo e trazendo ilações na velha cabeça.
E no final, ela em paz, sabedora de que foi amada. É de invejar!
Nenhum comentário:
Postar um comentário