terça-feira, 22 de outubro de 2019

PROIBIDO PARA MENORES


15/10/2019
As pernas amoleceram, logo após o estremecimento do corpo. Conhecia o prazer. Poderia identificar este em especial. Várias onomatopeias saíram dos lábios em um processo que se complementava graças aos diversos sentidos. Os olhos abriam e fechavam em consonância com o prazer, o olfato trazia o aroma do tempo, o toque dos dedos na pele macia, em movimentos de vai-volta, traziam à mente tantas lembranças.

A respiração, de lenta e tranquila, acelerando progressivamente. Sentia vibrante todo o corpo, de forma convulsiva. O calor da pele. As tentativas de manter apertado junto ao corpo não possibilitava trégua e o riso de prazer se estendendo. Até um ponto em que o auge chegou. Não gostaria que tivesse fim.

O coelho pequeno e peludo em sua moradia. Ao relembrar a infância e a primeira vez que tocou o animalzinho, sentiu emoção indescritível. Ela tinha medo do toque e as pernas bambearam. O corpo tremeu à experiência. Quanta excitabilidade poder amaciar os pelos, e finalmente se atrever a tirar o bicho. Emitiu vários sons indefinidos enquanto tentava delicadamente carregar o coelho. Suava frio e a respiração de branda a acelerada. Logo ele estava em seu colo, vontade de não soltar mais. E sorria ao calor do contato. Os dois, bicho e menina, em afinidade. Lembranças.

Voltou à realidade, àquele instante déjà vu de sua existência. Experimentava sentimentos conhecidos. Abriu a portinhola e tentou segurar. O coelho se esforçava fugir, e ela, em mantê-lo sob controle. A luz irradiava o ambiente. Lembrara tempos de emoção à flor da pele. Uma visão purista da imaginação. Exatamente assim que aconteceu. Aqui, não tem mentira.

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