15/10/2019
As
pernas amoleceram, logo após o estremecimento do corpo. Conhecia o prazer.
Poderia identificar este em especial. Várias onomatopeias saíram dos lábios em
um processo que se complementava graças aos diversos sentidos. Os olhos abriam
e fechavam em consonância com o prazer, o olfato trazia o aroma do tempo, o
toque dos dedos na pele macia, em movimentos de vai-volta, traziam à mente
tantas lembranças.
A
respiração, de lenta e tranquila, acelerando progressivamente. Sentia vibrante
todo o corpo, de forma convulsiva. O calor da pele. As tentativas de manter
apertado junto ao corpo não possibilitava trégua e o riso de prazer se
estendendo. Até um ponto em que o auge chegou. Não gostaria que tivesse fim.
O
coelho pequeno e peludo em sua moradia. Ao relembrar a infância e a primeira
vez que tocou o animalzinho, sentiu emoção indescritível. Ela tinha medo do
toque e as pernas bambearam. O corpo tremeu à experiência. Quanta
excitabilidade poder amaciar os pelos, e finalmente se atrever a tirar o bicho.
Emitiu vários sons indefinidos enquanto tentava delicadamente carregar o coelho.
Suava frio e a respiração de branda a acelerada. Logo ele estava em seu colo,
vontade de não soltar mais. E sorria ao calor do contato. Os dois, bicho e
menina, em afinidade. Lembranças.
Voltou
à realidade, àquele instante déjà vu
de sua existência. Experimentava sentimentos conhecidos. Abriu a portinhola e
tentou segurar. O coelho se esforçava fugir, e ela, em mantê-lo sob controle. A
luz irradiava o ambiente. Lembrara tempos de emoção à flor da pele. Uma visão
purista da imaginação. Exatamente assim que aconteceu. Aqui, não tem mentira.
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