sexta-feira, 8 de junho de 2012

NOVOS OLHARES

   Voltei mais inspirada, com novidades para contar de dois filmes que revi ontem, ambos de 2004 e que me trouxeram novos olhares. É realmente estranho que a cada vez que se revê um filme é possível extrair mais e novas matérias primas para a reflexão sobre a vida. Foi isso que aconteceu. Percebi novas releituras que antes não tinha atinado. Como a cada dia a maturidade vai acrescentando novos significados, né!

   O Diário de uma paixão transcorre em um hospital, onde um homem passa a contar para aquela senhora que sofre de uma doença degenerativa (provavelmente Alzheimer???) uma história de amor de dois jovens adolescentes. Enquanto isso é contado, as cenas rememoram aqueles bons tempos, revivendo outra vez os significativos detalhes envoltos em paixão, desejo, amor, dinheiro, poder, classe social...

   O filme é bastante significativo. A cena que me chamou a atenção foi quando os dois jovens, navegando num barco, num lago caudaloso (rio ou riacho???), numa conversa animada, assustam-se com a chuva que começa a cair. Aquele momento é único. Eles se deleitam ao sabor daquela aventura, curtem a friagem e o prazer daquela chuva... que em mais nenhum outro momento viverão. Falei para mim mesma que o aqui e o agora é mesmo essencial. Viver a intensidade de momentos tão breves como aquele é algo de indizível.

   No hospital, apenas duas figuras, já calejadas pelas diversas vivências e agora tendo que assomar a isso, as doenças que vão se instalando. A mais dolorosa delas, onde aquela senhora não se lembra do amado, dos filhos, dos netos e quando o consegue, são relances que duram segundos. Tais situações fazem renovar naquele homem a esperança de ter sua amada de volta. Será que a história de amor pode contribuir para reacender neurônios do cérebro??? Sempre a esperança a permear os sonhos, os desejos, as tentativas... a lição... viver intensamente cada momento... 

   O filme pode ser triste, mas mostra uma realidade possível e através dele  reflexões se tornam presentes e automaticamente, necessárias. Gostei muito de ter revisto e visto com um novo olhar! 

   Quanto ao segundo já revisitei diversas vezes (umas cinco vezes, acho???) e não me canso. Talvez  por mostrar uma história através de uma escola de dança... e como eu amo a dança... O filme Dança Comigo? é muito gostoso, leve, faz a gente esboçar risos... principalmente ao se deparar com todo o estrondar do ator Richard Gere, genial e lindo em sua cabeleira grisalha, representando um convencional advogado em sua vida rotineira; da atriz Susan Sarandon, magnífica na performance de mulher casada e empresária; da Jennifer Lopez que apesar dos trajes em excesso ao tipo de filme, consegue passar o sentimento e a emoção no dançar.

   O filme faz a gente sorrir... com algumas das trapalhadas existentes. Mas faz analisar a relação casamento com muita propriedade. O marido busca, através da dança, levar mais alegria à sua vida. A esposa quando descobre (colocou um detetive) e tudo vem a tona, reflete a importância do outro, do companheiro em um casamento, dizendo que precisamos de uma testemunha em nossas vidas para sabermos que está valendo a pena. Achei interessante tal descrição.

   Quando os dois, finalmente, cara a cara, têm que fazer o enfrentamento do "porquê", o marido coloca que estava infeliz com a vida que levava, mas que era algo seu, de sua própria índole, que não sabia precisar o porquê. E que mesmo amando a esposa e desejando que seu casamento nada sofresse por suas crises, sentia o desejo de algo mais, decidindo por nada contar. Aqui está toda a verdade da relação: o outro precisa ser livre... correr atrás de seus sonhos... sem que isso transgrida a relação casamento... que no filme, mostra um homem íntegro e maduro.

   O final é atabalhoado, engraçado, gostoso e os dois amantes aprendem a viver a aventura da dança no seu ambiente familiar, aguçando desejos e prazeres, dispersando a tão insossa rotina. Há! eu fiquei com inveja...   

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