domingo, 17 de março de 2013

"A VELHICE NÃO É PARA MARICAS"

   
   "A VELHICE NÃO É PARA MARICAS". Gostei tanto da frase que é repetida muitas vezes no filme O QUARTETO, de 2012. Realmente vivenciar a velhice exige muita sabedoria, humildade e aceitação pelos limites de cada estágio que vai aparecendo na janela (que se abre muito rápido! Quando se vê se está velho (a)!

   O filme retrata a vida de anciões (homens e mulheres) que vivem num asilo para músicos aposentados e onde existe um projeto de vida: estão sempre treinando, entoando vozes, instrumentos, elaborando programações,  com o intuito de que aquela casa sobreviva, pois é às graças de doações que permanece de pé.

   Se todo o asilo pelo menos transparecesse alguma semelhança com o filme... mas a realidade... Lá o lugar é lindo, um espaço amplo, frondoso, claro, existem regras básicas a serem seguidas, mas cada um tem seu espaço e intimidade preservados a um grau, digamos, digno.

   Não é que chega uma nova moradora que fazia parte de um quarteto, sendo que lá já estão três deles. Essa chegada vai resgatar dores, mas também novos projetos, tentativas, sentimentos aflorados, esperança no compartilhar do amor. É muito gostoso o filme, pois o diretor (Dustin Hoffman) optou por tiradas cômicas, irônicas, onde não limita a velhice à passividade, à entrega. 

   Vale a pena assistir (aproveite que ainda está em cartaz).E você continua a buscar cultura, exercitar o raciocínio, atitude própria das pessoas que não se entregam à rotina.

   Eu até pude associar a uma fala do cantor Caetano Veloso, na sua canção Minha Mulher, onde ele diz: 
"Quando eu for velho
Quando eu for velhinho
bem velhinho
Como seremos?
Como serei?
Como será?"

   E lançar-me à reflexão deste momento no qual me adentro tão rapidamente... Tentando experienciar as questões levantadas pelo Caetano.

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