domingo, 28 de abril de 2013

A IDADE DE AMAR É HOJE

   

   Hoje eu estava vendo a minha imagem no espelho e gostei do que vi: serena, tranquila e com dose de aceitação. Eu me achei bonita, aos quase sessenta... eu admirando a minha imagem, quem diria! Nem sempre é assim, claro... Têm dias que custo a me enxergar... Mas hoje foi diferente!

   Tinha acabado de assistir àquele filme As Idades do Amor, de 2011, com o Robert de Niro como um dos personagens da terceira fase do amor. A película mostra as três fases: juventude, idade madura e velhice. Eu achei o filme muito gostoso e interessante para análises sobre a relação. Como não poderia deixar de ser, o filme é visto pela ótica masculina, sendo normal as traições, o que não acontece com as mulheres. Outro lance foi a mulher com quem o personagem de Robert de Niro se relaciona, bem mais jovem que ele, deixando claro que a nós, mulheres, quando envelhecemos, não temos condições de competir... eh! as pessoas sentem isso na pele...

   Mas gostei de falas do personagem de De Niro quando relata que a vida é boa porque não é fácil. Para ele que saiu de uma operação de transplante de coração, estava sem se relacionar com uma mulher há mais de seis anos, por ter dado preferência a uma vida pacata e sem grandes entusiasmos, previsível (até que?). Realmente seria monótona se tudo corresse: tim por tim, ipsis literis conforme traçado. Que tédio! Como parece ser a idade do amor na fase madura - isso de acordo com o filme: mostrando um sujeito convencional, adepto do clássico e que seu roteiro de vida é cotidianamente igual... até que aparece uma mulher "bipolar" que dá mais graça à sua existência. Pelo menos ele consegue assumir a sua falta de cabelo (já que sua peruca é descoberta!). Nesta fase, o autor quis retratar como introjetamos que o certo é agir de acordo com o prescrito pela sociedade; foram-se os riscos, as possibilidades, as mudanças. E quando a mudança dá as caras, o tal sujeito não está preparado (é um cômico que é trágico!).

   Outra fala do personagem de Robert de Niro que gostei muito: a gente tem que parar de pensar na vida que passou e viver a vida que resta viver. Aqui o filme se superou, não é mesmo! Quanta verdade! As pessoas ficam presas a tantos ideais, tantas crenças arraigadas do passado e esquece de transformar a vida que resta viver. E deixa de aproveitá-la. 

   O diferencial está na fase do amor da juventude. Tudo é permitido, o sujeito está aberto a experimentações e se surpreende com as transformações que a mudança traz. Pensando bem, acho que o filme devia ter sido mostrado do final para o início, primeiro com a fase da velhice, onde se acostuma com tudo e deixa as coisas como estão, passando pela fase madura e suas convenções até chegar à juventude com as expectativas suspirando ações. 

   Afinal é isto que o filme quis mostrar... que sempre devemos ser jovens na dimensão do amor e buscar sempre alternativas para uma vida que represente algo melhor... Vale a pena!

Nenhum comentário:

Postar um comentário