segunda-feira, 15 de abril de 2013

REINVENTAR O VIVER!

   
Escultura em cerâmica - SERTÃO
Artista Maria Sílvia Boaventura

   A semana transcorreu bem diferenciada (ou fui eu que estava assim... mais solta, relaxada, em paz???) Só sei que ela me pareceu agradável e sedutora... Penso que é o ter atividades, é isso mesmo... Lembrei do filme que vi há algumas semanas, que acho não mencionei, mas seu conteúdo mostra claramente o que o ócio exagerado em conjunto com uma mente cheia de problemas existenciais é capaz de fazer... A ponto de chegar a extremos (o que no filme não acontece, graças ao encontro entre o novo e o velho); e como esses extremos (?) podem ganhar visualização diferenciada da realidade morna pela qual, algumas vezes, nós fazemos questão de continuar a atravessar. Veja o filme, é realmente empolgante, delicioso, uma lição de vida... Nada como ter objetivo e vontade de viver!  O filme é francês, de 2011, Sejam muito bem vindos! Eis o nome... Delicioso e reflexivo...

   Voltando aos conformes, a semana correu, como diria, com "bons momentos" (isso pra mim equivale a maior das felicidades!). Estou lendo três opções de leitura ao mesmo tempo, alternadamente. Entusiasmando-me com o diário delicioso de uma amiga, que mesmo com diferença de idade, quanta semelhança eu vislumbro. Todas as pessoas deviam contar as suas histórias, enriquece tanto não só o passado; mas ele é reinventado na verdade de quem o conta. Estou amando... 

   Os outros  livros, um de prosa e outro de poemas. O livro Poemia, de Jean Garfunkel, Criar Edições, 2011. O poeta é amigo de uma amiga, e ela generosamente emprestou-me o exemplar, que ando adorando e devorando pelos temas regionalistas que sempre demandam aparecer; a gente sente a alma ali presente. 

   Empolgada também estou pela prosa do escritor angolano ONDIJAKI, BOM DIA CAMARADAS, Agir, 2006. A história de vida de um menino angolano contada a partir de seu olhar crianceiro, mas a lucidez acompanha o narrador no relato da história de seu povo e do sofrimento na busca da transformação para uma sociedade justa, um contar inusitado; infantil, sem ser infantilizado. Eu tinha ouvido falar deste livro a tempos, o coloquei em minha lista de compra, mas em toda a livraria que buscava, estava esgotado. Apelei para os sebos (via internet), e não é que encontrei (inda bem!) num sebo lá em São Paulo. Realmente a Internet amplia os nossos horizontes. Li que ele é fã do escritor brasileiro Manoel de Barros, e qual não é a minha surpresa hoje ao ver um documentário (Língua de Brincar, 2006) deste; lá está o Ondijaki expressando-se sobre o mundo mágico e primevo de Manoel de Barros, que como este o disse: o importante é reinventar a infância constantemente!

   Estou completamente irradiada de boas inspirações com esses escritores que trazem o sentimento do viver transpassado de emoções, angústias, dores, esperanças... 

   Fechando com chave de ouro a semana: fui ver o Show do Lenine (que apesar de ter tido dengue hemorrágica, dias atrás), fazendo todos delirarem com seus trejeitos tão particulares e canções que trazem um engajamento social, um sentimentalismo delicioso no caus existente em nossa realidade, além da sonoridade nos ritmos criados in locu. Adorei! Ele disse que estava só 70%, pois ainda se encontrava meio dengoso... Não vi nada disso; estava lá ao vivo e transpirando vida e energia poética!   

Nenhum comentário:

Postar um comentário