quinta-feira, 5 de setembro de 2013

EU REVIVI COM A PALAVRA!

   

   Esta semana eu vi um capítulo de Saramandaia, mini série da Globo, e adorei uma palavra dita pelo professor: DESVIVER. Eu gostei tanto da palavra que me soou mais doce do que morrer. E também quando a Dona Redonda diz que está fazendo bodas de pratismo. É incrível o poder da palavra, como ela nos toma, nos envolve, nos faz caminhar por outros rumos que não os que a realidade daquele momento comporta. Voamos aos sons, rearranjos das palavras, dá para poetizar a vida em palavras, sair da aridez, da crueza de uma realidade nem sempre tão poética assim, mas as palavras, há!... Elas nos dão a chance de ter esperança a partir da poesia.

   Como disse uma escritora é só você olhar que passará a ver. Eu estou crendo que ela tem razão no que diz, pois vira e mexe eu vou me surpreendendo com o uso interessante de uma palavra.

   Outra coisa que me aconteceu hoje ao ouvir a conversa de dois mendigos e um deles disse: “Não tem a ver. Para que servem os amigos”... Eu estava passando pela rua e essa preciosa frase saiu da boca de um morador de rua, ou mendigo ou um pedinte que naquele momento estava falando com o outro sujeito.

   Eu passei por eles e continuei intrigada com a beleza da frase (acho que o ouvido está mais atento ao que se passa ao redor). Tão comum, mas que trouxe impressa na fala a questão do humano. Quando se pensa que a humanidade está perdida, que as pessoas vivem egoícamente só pensando e olhando o próprio umbigo, não tem como não ficar surpreendida. Isso, foi isso que aconteceu comigo, de onde menos se podia esperar saiu esta frase regada à esperança. De uma pessoa que vive na falta constante de tudo, sem um elo com a realidade social... um momento de lucidez em que a palavra abarcou a dimensão do que ali estava inscrito.

   Aquela frase me soou como um hino a inspirar que ainda existe possibilidade salutar nos seres humanos. Ou será que me engano???

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