sexta-feira, 6 de abril de 2012

DOCUMENTÁRIOS DE MOORE

   Assisti ontem a dois documentários muito tristes e críticos, ambos do cineasta americano Michael Moore, no Telecine Cult. O primeiro Capitalismo - Uma História de Amor e o segundo S O S Saúde (em inglês chamou-se SICKO).


   O documentário Capitalismo - Uma História de Amor, de 2009, traz uma contextualização da vivência do capitalismo pelos norte-americanos e de como este sistema contribuiu para o acirramento das diversas crises e, principalmente, da última crise vivenciada pelos cidadãos norte-americanos.


   Mostrou de forma bem arquitetada toda a artimanha das elites donas do poder local, obcecadas em manter seu status quo eternamente, em detrimento do seu povo. Apesar do cineasta focar apenas o nível da classe média, trouxe à tona, questionamentos acerca do capitalismo, modelo econômico, onde o mercado (financeiro, grande incorporações, etc) está em primeiro lugar e não as pessoas. 


   Mostrou claramente o caminhamento desses governos que agem de forma totalitária sub-repticiamente, com a justificativa de que está a serviço da democracia (falsa!), iludindo toda uma população de um falso ganho.


   Está presente toda a característica que se constata nas sociedades capitalistas: cultura do individualismo, da produtividade a todo custo para alcance do lucro,  descaso pelo trabalhador, pelo sujeito, pelo outro, fim da solidariedade, a sociedade é apenas um fim em si mesmo para a perpetuação do poder nas mãos da elite.


   Finaliza mostrando como os eleitos para governar o país são colocados lá por meia dúzia de poderosos que dominam o país, através das trocas de favores, da corrupção, dos lobbys, da compra de políticos interessados apenas em seu bolso. Já pensou se ele também mostrasse realmente a pobreza existente na maior nação imperialista do mundo... 


   Eu estava assistindo e imaginando que nós estamos vendo exatamente isto acontecer aqui no Brasil... em Minas Gerais... Vocês conhecem aquela propaganda do Whisky Dreher : "Eu sou você amanhã". Pois é, esse documentário está ficando a cara do Brasil, das Minas Gerais desses novos tempos. Será que dá tempo de reverter a situação???... Como diz o Pedro Porfírio só deixando de ser analfabeto político e os jovens tratando de assumir seu papel principal na luta política! 


   E não acabou por aí: o segundo documentário, de 2007, O S O S  Saúde é muito mais cruel. Trata da saúde do povo norte americano que não possui seguro de saúde. Lá não existe a saúde pública (apesar de ainda em processo de construção, nós, temos o SUS!) e mesmo para os que podem pagar por um seguro, o atendimento deixa muito a desejar. 


   Trouxe exemplos de casos de pessoas com problemas de saúde de escandalizar a nós, que somos dos países de terceiro mundo, pois vem da  nação que se intitula a mais rica do mundo. O exemplo que mais me chocou foi de um trabalhador que decepou dois dedos na máquina de trabalho e devido ao alto preço das operações, teve que optar pela operação de apenas um dos dedos. E os médicos, realmente, o deixaram sem um dos dedos (que medicina perversa!). 


   Sei que o documentário é deprimente, apesar de reconhecer criticamente que mostra apenas as dificuldades que a classe média está passando naquele país. E o absurdo é que até hoje ainda estão indecisos (os políticos) em aprovar a lei que estabelece a saúde publica. É de assustar o tal documentário!!! 

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