quinta-feira, 12 de abril de 2012

LAZER E CULTURA

   Já estamos na quinta-feira. Passa o tempo cada vez mais rápido.


   Na semana passada vi um filme delicioso - As Mulheres do 6º Andar, 2011, francês, do diretor Philippe Le Guay, passado na Paris dos anos 60. Mostra um casal burguês que após a saída da antiga empregada que os serviu por 20 anos, se veem perdidos com a confusão da casa. Contratam uma de origem espanhola, que mora juntamente com outras nos alojamentos existentes no 6º andar.


   O dono da casa (Joubert) começa a participar da vida daquelas mulheres sofridas, mas ricas em alegria, em canções, em desejos, com uma simplicidade que o capta a tal mundo. O casal briga por ciumes da esposa, que é uma mulher fútil e com uma vida que se resume a massagens, estética, moda, chás com as amigas. Ele deixa a casa por ordem da esposa e acaba por ocupar um dos alojamentos do 6º andar e se transforma - aparenta uma paz de espírito que há muito não experimentara.


   Com a convivência vai participando cada vez mais das vidas das espanholas, acompanhando-as em festas, em questões religiosas e aos poucos vai tecendo um amor entre ele e Maria (empregada em sua casa). Eles se envolvem e as esperanças dele se renovam visando uma relação gratificante.


   Mas, na calada da noite Maria foge, retorna à sua terra natal em busca de seu filho, que foi doado por sua família, por ser ela muito jovem à época. Joubert retorna à sua casa com o intuito de finalizar a relação com a esposa e recomeçar vida nova e só descobre depois que a amada fugiu.


   Passados três anos, ele vai para a Espanha em busca daquela mulher que não conseguiu esquecer. E se encontram. 


    Interessante vermos que àquela época as espanholas iam procurar melhores condições de vida na França, quer dizer, a mão de obra era sujeitada ao povo simples da Espanha.


   O filme é de uma leveza, gostoso no decorrer das cenas e mostra com sutileza que os desejos e sonhos de uma pessoa, no fundo, são simples, e que necessitamos mesmo é de ser queridos. É essa a busca importante. Delicioso este filme, vale a pena ver.


   No domingo passado uma amiga me convidou para ir a um show da MARIA RITA, filha da famosa cantora brasileira falecida ELIS REGINA, no festival VIVA ELIS. Foi um ótimo programa de tarde de domingo, em boa companhia, além de nós, mais de nove mil pessoas.  Com canções escolhidas e que retrataram os momentos mais significativos da carreira de Elis Regina.


   Apenas se observa que realmente cada pessoa é única em seu talento. A potência de voz, a espontaneidade, o jeito moleca "suis generis" da Elis são coisas inimitáveis. E não foi a intenção da Maria Rita, que se mostrou confiante em seu taco, com seu jeito característico. Mas em algumas situações, se a gente não focasse o olhar para ela e apenas sentisse a voz, parecia que era a Elis que cantava. Não tem como a Maria Rita evitar isso na vida profissional de cantora, semelhanças são claras e ao mesmo tempo muitas diferenças (o que é muito saudável, não é mesmo!).


  Finalmente, ontem vimos um dos filmes do Festival de Luís Buñuel, que está na Sala Humberto Mauro, no Palácio das Artes (de graça! É gratuito!). Ótimos filmes em um lugar onde se transpira cultura, muito boa experiência. Depois ainda tem gente que não sai de casa dizendo não ter boas opções gratuitas. Não é verdade! Experimentem!!!

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